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terça-feira, 30 de julho de 2024

Cães e gatos, todos juntos e misturados!

 Uma antiga lenda precisa ser desfeita: cães e gatos podem ser melhores amigos, e não inimigos! Nada impede! Nas regras da natureza, ambos são predadores, por isso se há pontos em comum um deles é a disposição para caçarem os ratos!

  Cães e gatos são os pets favoritos das famílias e podem conviver em paz e harmonia conforme a forma de apresentação de um ao outro, a delimitação de espaços e a atenção dada pelos tutores. Atenção no sentido de não permitir que um deles assuma o controle de todo o território (no caso, a casa ou apartamento). Há gatos que querem mandar em cães e cães que querem correr atrás de gatos. E há gatos e cães que querem mandar na gente!

  Caninos e felinos podem estar juntos, mas é preciso saber que eles têm comportamentos distintos, dietas diferentes e histórias incomparáveis ao lado dos seres humanos. 

  O primeiro a ser domesticado foi o Canis familiaris, há mais de 15 mil anos, ainda nos tempos em que o Homo sapiens era nômade. Já o Felis catus passou a conviver com os seres humanos com o surgimento da agricultura, datado de 6 mil anos antes de Cristo. Nada de grandes e intermináveis caminhadas!

  Um, esconde as fezes na areia; e outro quase sempre escolhe um lugar errado para ser o banheiro. Os dois buscam a nossa cama como local favorito para dormir! Mas apenas um é capaz de curtir longas caminhadas ao nosso lado, andar realmente dentro de um grupo. Os felinos preferem os passeios solos, são avessos a guias de condução.

  No mundo dos pets, há os fãs dos cães e há os fãs dos gatos, e aqueles que têm admiração por ambos. 

  Uma coisa é certa, da união de cães e gatos só não gostam os ratos!       

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Srs. pets, tenham uma boa viagem!

   Uma comissão está trabalhando desde o dia 18 deste mês de julho para consolidar em definitivo as novas regras de embarque e transporte de pets, sobretudo cães e gatos, em aviões e em navios no Brasil. O objetivo é dar mais seguranças aos passageiros de quatro patas e, se possível, garantir vaga dentro das cabines e não no porão de carga.

   A comissão foi criada pelo Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e surge três meses depois da morte do cão Joca, um Golden Retriever, que embarcou em avião da Gol para destino errado, ficou exposto ao calor de Fortaleza e ao retornar para São Paulo teve parada cardíaca e morreu. 

   A tragédia com o cão Joca deve ser um marco na história do transporte aéreo de pets no Brasil. Segundo a Anac, mais de oitenta mil pets são transportados em aviões por ano no Brasil, um número considerável, que merece regras claras, unificadas e que ponha a segurança e o bem-estar acima do lucro. 

  "Essa legislação tem que ser feita, até porque as companhias aéreas não podem agir da forma como elas agem, elas fazem o que querem com a gente", disse João Fantazzini, que era tutor do Joca, em entrevista à Agência Brasil, na cerimônia de instalação da comissão.  "A forma como o Joca foi levado, foi fora da realidade, foi muito grave, foi uma crueldade muito grande e isso precisa ser mudado. Elas [as companhias aéreas] têm que seguir uma legislação bem rígida de transporte de animais, até porque eles fazem parte da nossa família", acrescentou Fantazzini.      

    A comissão tem até 18 de agosto para apresentar as novas regras para o setor e devem analisar mais de 3 mil sugestões encaminhadas por representantes da sociedade civil, durante consulta pública. Alguns pontos, como maior presença dos pets na cabine das aeronaves estão em discussão e a obrigatoriedade de cada aeroporto manter um médico veterinário de plantão. 

   A International Air Transport Association (IATA), importante associação do setor, lançou um guia com orientação para passageiros que queiram levar seus cães ou gatos na cabine. Nesta orientação, a IATA reforça que há restrições quanto a idade dos pets, exigências de documentos e que não há uma regra única para todas as companhias aéreas. 

   Eis o desafio que o Brasil pretende enfrentar e até quem sabe assumir certo protagonismo em defesa dos bichinhos e seus tutores. 

   Senhores petssageiros (não é erro de digitação, é pet + passageiros!) apertem o cinto de segurança e tenham uma boa viagem!   

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Abuso dos anti-inflamatórios ameaça a saúde dos pets

  Os anti-inflamatórios estão na moda, principalmente entre os tutores leigos em medicina veterinária, e depois do advento do Dr Google. 

  Os tutores e tutoras de pet estão dando aos bichinhos anti-inflamatório para tudo: contra coceiras, contra dores musculares, contra problemas gástricos (o que só piora), tosse e quaisquer tipo de feridas e inchaços. 

  O problema é que os anti-inflamatórios são medicamentos imunossupressores, ou seja, eles abaixam as defesas do organismo, irritam o estômago e alteram taxas de hormônios! Além disso, têm inúmeros efeitos colaterais! 

  Os glicocorticóides causam hiperglicemia, aumentam consumo de água e produção de xixi, inibem na pele a síntese de material conjuntivo (colágeno, por exemplo) e causam fraqueza muscular. 

  O que facilita o uso dos anti-inflamatórios é o fato de que, ao contrário dos antibióticos, a compra não exige receita. Como em alguns casos, o efeito favorável é imediato, todos ficam felizes. Mas é preciso destacar que inflamação é um processo (sequência inflamatória), deve ser vista como um sintoma, e não como a doenças, a infecções ou o trauma. 

   Um cachorro com infecção pela Tosse dos Canis, bactéria que se fixa na garganta, necessita na verdade de antibiótico específico. Um anti-inflamatório e um antitussígeno estarão amenizando os sintomas e a dor. Sendo que se a tosse tiver secreção, é contra indicado tentar suspendê-la com um antitussígeno.

    Um paciente canino que toma anti-inflamatório com frequência para reduzir a coceira, o que é comum ver nos consultórios, em vez de tratar corretamente o problema dermatológico, corre o risco de apresentar baixa imunidade.

    É clássico na medicina veterinária os efeitos da imunossupressão registrados em um exame de sangue.

    O leucograma do cão exibe alta dos neutrófilos segmentados (células de defesa maduras). A partir do uso de anti-inflamatório esses neutrólifos segmentados ficam "retidos" na circulação sanguínea, e não seguem para os locais de infecção ou trauma.  

    O leucograma exibe ainda queda significativa no número de Eosinófilos (um tipo de célula de defesa mobilizada normalmente contra parasitas intestinais) e queda no número de Linfócitos típicos. Os linfócitos são dirigidos para locais como linfonodos e baço, e saem da circulação sanguínea.

    Por fim, o exame de sangue revela alta dos monócitos na circulação. Essas células, também conhecidas como monócitos fagocitários, igualmente ficam retidas no sangue circulante e não são apresentadas aos antígenos (invasores) ou partículas de materiais.

   Nos gatos, o resultado do exame de sangue é um pouco diferente, mas normalmente apresenta no leucograma alta dos monócitos (retidos na circulação sanguínea).   

   Fácil ver que diante do abuso de anti-inflamatório o cão ou o gato estão sujeitos a quaisquer tipos de infecções, pois trata-se de um quadro de imunossupressão. Há um bloqueio no sistema de defesa do corpo. 

    A medicina humana alerta para os riscos da automedicação. No universo veterinário, vale também esse alerta. 

   Evite a medicação improvisada, a auto-pet-medicação!

   Consulte sempre um médico veterinário. Seu pet merece todos os cuidados.