Os primeiros cães adotados por humanos, ainda quando éramos nômades, tinham a função de ser caçadores e protetores do grupo. Essencialmente, eram animais de trabalho que comiam restos de ossos. Isso ocorreu por volta de 15 mil anos atrás, a data da domesticação da espécie.
O surgimento da espécie Canis familiaris (nome científico do cão) é ainda polêmico: seria uma subespécie do lobo cinzento (Canis lupus) ou teria outra origem, de ascendente desconhecido pela ciência.
Menos arredios do que os demais canídeos, os primeiros cães domesticados passam a ter enorme vantagem evolutiva ao nosso lado e dão origem às cerca de 500 raças que conhecemos hoje espalhadas pelo mundo.
As raças surgem da seleção artificial, aquela promovida pelo ser humano.
A evolução das espécies descrita pelo naturalista inglês Charles Darwin, no século 19, explica o surgimento e a posterior domesticação dos cachorros: a seleção dos mais apto a determinada realidade natural ou humana.
São essas a primeira e a segunda grandes fases da evolução do nosso amigo de quatro patas.
Neste do século 21, cientistas estão anunciando uma terceira fase dessa longa evolução dos Canis familiaris.
Vêm aí os cães afetuosos, ainda mais amigáveis, cães de companhia e de serviço capazes de frequentar os ambientes sociais de seus tutores, público e privado. Essa é a nova adaptação exigida e que deverá transformar física e emocionalmente a espécie, pela seleção dos mais adequados.
São cães também capazes de dar suporte emocional e de ajudar humanos em suas dificuldades do cotidiano. Basicamente, animais de vida de interior de casa e apartamento, longe das características originais de vida livre, pastoreio de ovelhas e gado, de mergulhos em lagos congelantes e mares revoltos.
De certa forma, é o que ocorre com raças como Labrador e Golden Retrievers, criadas para o auxílio a pescadores e caçadores, e com o pastor de ovelhas, Border Collie. Hoje, são cães em grande parte de companhia, que pisam mais em calçadas e tacos do que em terra, e cuja biologia irá se transformar lentamente para essa nova realidade.
Quem revela essa "terceira onda" da evolução dos cães são os especialistas Brian Hare, antropólogo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e a escritora Vanessa Woods, em artigo após consulta a inúmeras pesquisas recentes.
"À medida em que o papel que os cães desempenham em nossas vidas muda, de trabalhador para companheiro, mudam o comportamento e sua biologia", afirmam.
E eles passam a fazer coisas ainda mais inacreditáveis!
Um exemplo da direção da evolução está também em um vídeo que circula nas redes sociais que mostra um cachorrinho preto ajudando uma criança que aprende a caminhar.
Com aparente 1 ano de idade, ela tenta andar sobre um campo de areia, desequilibra aqui e ali, mas o cão a rodeia, de maneira espontânea passa de um lado, de outro, oferecendo o corpo como apoio e tem sucesso.
Dos primeiros tempos, de quando éramos nômades, até este bebê que caminha com a ajuda do cão, há um salto evolutivo expressivo!
Tudo indica que o gene da simpatia do cão já está selecionado para o futuro!
Veja o vídeo:
https://www.facebook.com/share/r/193jQ5wGBj/
Nenhum comentário:
Postar um comentário