segunda-feira, 24 de março de 2025

Um filhote de urso polar é sempre bem-vindo!

     
 

Foto Nur e a mamãe Aurora/Divulgação Aquário de São Paulo


   O Ártico é uma região no norte do planeta formada pelo congelamento das águas do mar. É o habitat natural dos ursos polares, que não são encontrados no polo sul, na Antártica. 

   É sobre o gelo que vivem os ursos brancos, camuflados, alimentando-se das focas. 

   Mas esse habitat está derretendo!  

   No mês passado, foi registrado o menor nível de gelo marinho no Ártico para essa época do ano, e olhem que por lá é inverno! Os dados são do Serviço de Mudanças Climáticas (Climate Change Service) do instituto Copernicus, da União Europeia. 

   A extensão média de gelo marinho registrada em fevereiro deste ano foi de 13,7 milhões de km2, o menor valor para o mês no registro de dados de satélite de 47 anos, 0,8 milhões de km2 (ou cerca de 8%) abaixo da média para o mês de fevereiro. 

    Além disso, o círculo polar ártico inclui países como o Canadá, a Rússia e a Groenlândia onde avança a exploração de petróleo. E a região está sendo cobiçada pelos Estados Unidos para suas operações militares.

    Os ursos polares parecem estar com os anos contados!

    Por isso, hoje, mais do que antes, deve-se celebrar o nascimento de um filhote de urso polar em plena cidade de São Paulo, a fêmea Nur.

    Ela nasceu no final de 2024 em ambiente apropriado, com temperatura de zero graus a 10 graus centígrados, e com o peso de 400 gramas. Mamãe ursa, a Aurora, pesa 263 quilos, e veio de um Zoológico da Rússia. 

    O Aquário de São Paulo, no bairro do Ipiranga, é o responsável por manter os ursos polares e outras espécies de mamíferos e peixes em recintos abertos à visitação do público. Tem o mérito de conseguir, e não é fácil, a reprodução de urso polar em ambiente artificial.

     O Aquário de São Paulo anunciou que estão abertas as visitas à filhote Nur, que está ao lado da mãe no recinto principal dos ursos. 

    É uma chance de conhecer um filhote magnífico.

    Não vale mais dizer que o lugar deles é apenas na natureza! 

    Essa natureza o aquecimento global está evaporando rapidamente e as operações militares poderão por fim de vez. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

Somos todos Lorinho!

  A gente acha que já viu de tudo neste mundo, mas o repertório das agressões aos animais por parte de seres humanos parece interminável.

 Um homem, que se apresentou como um lutador, agrediu com raquetadas (raquetes de mata mosquito) uma pequena e inocente maritaca, que vive solta na Praça Sinésio Martins, no Jardim Esplanada, na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ele alegou que a ave é uma ameaça!

  A luta absolutamente desigual revela qual dos dois seres é o irracional!

 A denúncia foi feita nesta segunda-feira, dia 10 de março, pela jornalista Karen Schmidt por meio das redes sociais. Karen e o marido são frequentadores da praça e amigos da maritaca conhecida como Lorinho.

   Lorinho teve alguns machucados, mas foi socorrido a tempo. 

   Sociável e encantador, essa ave silvestre tem até página no Instagram sobre suas interações com os humanos (Maritaca Livre). Ela é mansinha, chega perto das pessoas, sobe nos ombros dos frequentadores da praça, porque em algum estágio da sua vida teve o a atenção de um ser humano. Normalmente, isso ocorre quando a ave é filhote, e recebe proteção e alimento de alguém.

    Portanto, Lorinho NÃO vê o Homo Sapiens como um predador. Mas é uma exceção, porque para os pássaros todo primata é uma ameaça na natureza ou na cidade. A cor verde das penas, como ensina Charles Darwin, no seu estudo da evolução e adaptação das espécies, é uma camuflagem justamente contra predadores da natureza.  

  Karen não especifica, mas Lorinho, pela mancha vermelha nas asas, deve ser a maritaca Maracanã, da espécie Psittacara leucophthalmus. 

  Essa espécie, vale ressaltar, é de ave da fauna brasileira, que vive sem necessidade de interação com os seres humanos, come sementes e frutas das matas, fazem ninhos nas árvores. Não é bicho doméstico ou domesticável. 

  A exemplo do que ocorre com os papagaios, algumas maritacas podem perder o medo natural dos seres humanos, vocalizar para interagir, e obter carinho e alimento. Mas esse fato não as torna animais de vida doméstica, se acasalarem, seus filhotes estão aptos a viverem livres na natureza selvagem. Adoram o clima tropical e subtropical.

  Diante disso, a legislação brasileira proíbe a caça de maritacas, o comércio e a manutenção em cativeiro.  

  A lei 9.605 de 1998 estende a proteção a todos os animais silvestres, salvo raras exceções autorizadas pelo Ibama. No entanto, as penalidades aos infratores são consideradas brandas pelas organizações de proteção a fauna: de 6 meses a 1 ano de detenção e multa para a caça, por exemplo.

  Os crimes de maus-tratos e abandono de animais domésticos, como os cães e os gatos, têm penas superiores, que podem chegar a 5 anos de detenção (lei Sansão, de 2020).

  O tema é hoje motivo de debates, uma vez que segmentos da sociedade reivindicam penas igualmente altas para crimes contra a fauna.  

   A praça em São José dos Campos é habitat natural de uma maritaca e de outras aves. Mexer com Lorinho, portanto, é mexer com todos nós. A lei é clara! Agressão com raquete é crime!

  Hoje, somos todos Lorinho! 

segunda-feira, 3 de março de 2025

E o Oscar vai para... os cães Suri e Ozzi.

 

Cena de Ainda Estou Aqui: ator Selton Mello, no papel de Rubens Paiva,
 segura o cachorrinho Pimpão (Foto divulgação)
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   Ao lado da atriz Fernanda Torres e do ator Selton Mello, dois cachorrinhos ajudaram a contar a história do premiado filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles.
   São Suri e Ozzi, dois Jack Russel Terrier, que interpretam o vira-lata Pimpão da família Paiva, neste longa-metragem vencedor do Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional.
    Pimpão é achado abandonado na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, e é adotado pelos filhos do casal Rubens e Eunice Paiva.
   Para interpretar o personagem canino do elenco, foram necessários dois cachorrinhos, por causa das longas horas de gravação no set de filmagem. Segundo a direção do filme, todos os cuidados com o bem-estar desses "atores" caninos foram providenciados, principalmente sombra e água fresca nos intervalos dos trabalhos.

    O personagem Pimpão dá um toque especial ao clima familiar e descontraído da casa dos Paivas, no início dos anos 1970, até o sequestro e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva por agentes da ditadura militar. 

    Gente boa gosta de cães, o filme vem comprovar o ditado. 

    Na última semana de fevereiro, Suri e Ozzi receberam o The Fido Awards destinado aos melhores cães atores. É um prêmio ainda restrito às redes sociais.  

    Eles mereciam é o tapete vermelho de Los Angeles! Que talento!   

  Inteligentes e obedientes, os cães da raça Jack Russell Terrier são considerados, atualmente, cães de companhia; mas a raça foi desenvolvida para a caça à raposa na Inglaterra do século 19, pelo reverendo John Russell.

   O personagem Pimpão dá um toque especial ao filme, como fazem os vira-latas adotados na vida real de seus tutores.   

     Vá ver o filme e se puder, adote um Pimpão!