domingo, 3 de dezembro de 2023

O Adeus ao fotógrafo dos cães, Elliot Erwitt.

Foto Elliot Erwitt/Exposição Centro Cultural Fiesp
 

    Você já imaginou ver o mundo a partir do ponto de vista dos cães?

    O fotógrafo Elliott Erwitt, um dos maiores mestres da fotografia, fez inúmeros trabalhos mostrando o cotidiano a partir da altura dos cães. Ele literalmente pôs a câmera fotográfica perto do chão e clicou os caninos ao lado de seus tutores humanos. 

    São flagrantes curiosos e bem-humorados. O artista Elliott Erwitt exibe cenas originais, em que cães e humanos se misturam no cotidiano, e demonstra que, comum na visão dos cães, são os calçados! Sim, os cães pequenos e médios vêem muitos sapatos, sandálias e botas!

  Elliott Erwitt morreu no dia 30 de novembro passado, em Nova York, nos Estados Unidos, aos 95 anos. Foi ao longo da vida um admirador dos cães. Sempre disse que eles são os melhores amigos dos homens. Foi fundador da agência de fotos Magnum, ao lado de Robert Capa.

  Os brasileiros puderam conhecer sua obra de perto na exposição "Vida de Cão", realizada no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, em 2017, com curadoria de João Kulcsár. Foram reunidas 50 fotografias do artista, todas em branco e preto!

  O fotógrafo Elliott Erwitt era um mestre do preto e branco, estilo em que imortalizou imagens de gente famosa como Marilyn Monroe e Che Guevara.

   Mas no caso das obras sobre os cães há um acerto a mais no estilo. Os cães não enxergam o mundo colorido como nós humanos. O vermelho e o amarelo gritantes não fazem parte da vida eles. A visão dos cães é formada por tons pasteis das cores.

    Os pets, com certeza, agradecem a atenção do fotógrafo! 

   
Fotografia Elliott Ervitt/Centro Cultura Fiesp

 

   

domingo, 26 de novembro de 2023

A cama ficou pequena! Os pets invadiram o colchão!

  Se há um lugar na residência que os cães e os gatos estão adorando ficar é na cama dos tutores. Os cachorrinhos pequenos ficam no meio do casal, sem cerimônia. Os cães grandes tentam garantir vaga nos nossos pés e os gatinhos, quando tudo está quieto, se aconchegam até sobre o peito da gente.

  Um fenômeno curioso já é relatado pelas pessoas: quando a TV é desligada pelo controle remoto e os tutores vão escovar os dentes, turma de quatro patas se antecipa e vai correndo para garantir a vaga na cama! Dali só sai de manhã!

   Se estiver calor, se esticam com a barriga para cima. Se estiver frio, se metem até debaixo do cobertor!

  Nesta hora, eles não querem ficar no sofá ou na caminha deles. Por uma questão simples: sabem por instinto que dormir juntos aumenta a segurança de todos. E é mais agradável...

   Mas os humanos também são beneficiados. A Ciência já demonstrou que os pets ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade! E na hora de pegar no sono, isso é fundamental.  

    No caso dos cães, esta convivência à noite é mais antiga do que com os gatos. Os cães dormem ao lado dos seres humanos há mais de 15 mil anos nos campos e nas florestas. Foi a primeira espécie domesticada.

    O Canis familiaris traz um benefício ao sono que é a certeza dos tutores, consciente ou inconsciente, de que um vigilante estará por perto, capaz de ouvir e cheirar intrusos de longe . Nós, primatas, por instinto, tememos intrusos à noite. 

    O desenvolvimento das vacinas para cães e gatos, de vermífugos e de produtos para eliminar pulgas e carrapatos, foi a cereja deste bolo servido sobre o colchão. Com proteção contra doenças e livres de parasitas, os peludos invadiram de vez as camas.

     Para que tudo dê certo, siga algumas regras:

1) Seu cão e gato devem estar limpos e escovados para subir na cama.

2) É preciso definir uma área da cama para eles, dar um limite neste espaço.

3)  Não pode haver nenhum sinal de agressão ou de irritação do pet na cama em relação aos tutores. Afinal, a cama NÃO é deles.

4) Deixe claro que o espaço é do casal, mas que eles são convidados. 

5) Os cães idosos precisam de uma pequena escada para subir na cama. Há inúmeros modelos deste tipo de escada à venda nas lojas on-line e nas petshops.  

     

domingo, 19 de novembro de 2023

Mudanças climáticas trazem desafios para os Zoos

  As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento do Planeta vão exigir novas discussões sobre a constituição dos Zoológicos no Brasil. A recente onda de calor, que afetou São Paulo e Rio de Janeiro, ameaçam o bem-estar e a saúde dos animais nos zoológicos.

   Apesar de todos os cuidados e empenho das equipes, alguns animais do Zoológico de São Paulo como ursos, leões e águias são de regiões de clima frio e temperado. Inaugurado em março de 1958, o Zoológico de São Paulo nasceu em uma cidade conhecida como Terra da Garoa, com clima frio e úmido, exigindo algumas adaptações para as espécies exóticas. 

   Mas 65 anos depois daquela inauguração, o clima em São Paulo apresenta longos períodos de onda de calor e de baixa umidade, além de ventos que estão superando os 100 km por hora. E agora? O que fazer com os ursos, lobos e felinos peludos? 

   Nem os camelos do deserto devem aguentar o calorão abafado de São Paulo!

   A situação do RioParque, nome atual do Zoológico do Rio de Janeiro, localizado na Quinta da Boa Vista, é ainda pior. Os desafios são enormes diante das mudanças climáticas. Na semana passada a temperatura máxima do Rio superou os 42°C!

   Nem na África os bichos enfrentam essa situação! 

   No Parque Nacional do Serengeti, no norte da Tanzânia, na África Oriental, a temperatura é agradável e de calor moderado (média de 26°C), não superando os 30°C, conforme o site Safari Booking. O Parque é famoso por ser o habitat natural de animais selvagens, como os elefantes, leões, girafas, leopardos, gnus e zebras.  

   E qual a sensação térmica para esses animais que estão no Brasil? 

  Os cálculos de sensação térmica atuais são para os seres humanos e levam em conta a umidade relativa do ar e a temperatura ambiente. Portanto, ninguém sabe ao certo como todo esse calor está sendo sentido pelos bichos, ainda mais os estrangeiros. Mas podemos imaginar! 


domingo, 12 de novembro de 2023

Onda de calor é alerta vermelho para os pets

  O calor extremo registrado nestes dias no Brasil é fenômeno que desagrada e faz muito mal à saúde dos pets. Pelo visto, a conta das mudanças climáticas, provocadas pelo desmatamento e a poluição oriunda das atividades humanas, já chegou. Os bichos não têm culpa nisso, mas já sofrem com as consequências. 

 O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou um Alerta Laranja de Perigo para a região Sudeste do País devido ao calor extremo registrado na semana passada e o previsto para esta semana. As regiões Centro-Oeste e Sul do País estão em Alerta Vermelho. Foram registradas temperaturas 5°C acima da média do mês.

     Na cidade de São Paulo, os termômetros registraram no domingo dia 12/11 temperatura de 37°C, a mais alta para novembro dos últimos 19 anos. Tempo quente e seco, nas ruas, os termômetros marcaram 40°C.

  Na cidade do Rio de Janeiro, na estação de Irajá, no subúrbio, a temperatura registrada foi de 42,5°C. Mas a sensação térmica chegou a 50°C, para os humanos. 

   Já imaginaram qual a sensação térmica para um peludo?

  Cães e gatos sofrem demais com o calor e podem apresentar quadro grave de saúde. Os caninos e os felinos não combinam com altas temperaturas dos climas tropical e subtropical do Brasil. E são ameaçados pelos fenômenos extremos, como a onda de calor. 

   São espécies adaptadas ao clima frio e temperado, pois não suam, e a transpiração (como a dos humanos e dos cavalos) é sistema eficiente de resfriamento do organismo. Além disso, o coração está mais perto do chão quente do que os dos humanos. 

  Os riscos dos amigos de quatro patas apresentarem desidratação, problemas cardíacos e hipertermia são maiores. Em casos graves, eles vão a óbito.

  Os tutores devem estar atentos aos alertas do Instituto Nacional de Meteorologia (https://portal.inmet.gov.br/)

    Abaixo, algumas orientações do autor deste blog:

1) Mantenha boa oferta de água fresca, se possível gelada, para seus cães e gatos

2) Ofereça a opção de sombra inclusive dentro de casa. O chão da cozinha e do banheiro internos para os cães é mais fresco do que o quintal

3) Cães braquicefálicos (das raças Bulldog inglês, Bulldog francês, Shih-tzu, American Bully e outros de focinho curto) já têm dificuldades de respirar, e no calor essas dificuldades aumentam! Não faça exercícios de nenhum tipo neste dias quentes.

4) Os passeios nas ruas e parques devem estar restritos às primeiras horas da manhã e ao final da tarde, em percursos reduzidos.

5) Os gatos devem ter locais altos e frescos para se abrigarem, como as prateleiras de uma estante de livros. Deve-se ligar o ventilador ou o ar condicionado para eles. A temperatura ideal é de 22°C.

6) NUNCA deixe seu cão ou gato dentro do carro no estacionamento enquanto você vai à farmácia ou ao supermercado, por exemplo. As temperaturas dentro dos carros são insuportáveis nesta onda de calor.

7) NUNCA deixe seu cão preso por corrente, guia ou corda no quintal da casa ou na frente da casa. Ele deve estar solto e em condições de procurar uma sombra e ter acesso à água. 


          As mudanças climáticas já chegaram! O planeta aqueceu! 

         Vamos ajudar os pets. A culpa não é deles, se há culpados são os seres humanos, com atividades que reduziram o tamanho das florestas e com a queima do petróleo e do carvão, por exemplo. 

       

domingo, 5 de novembro de 2023

Quem agride animais é ameaça à sociedade

 

Capa do livro de Marcelo Robis

  O capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Marcelo Robis Francisco Nassaro, realizou importante pesquisa em 2013, para seu mestrado, relacionando casos de maus-tratos a animais com violência contra pessoas. 

   Ele analisou as fichas criminais de todas as pessoas autuadas  pela PM de São Paulo por crimes de maus-tratos a animais nos anos 2010, 2011 e 2012. E percebeu a relação deste tipo de crime com crimes contra pessoas, adultos ou crianças. Portanto, Robis mostra que quem infringe sofrimento a um animal, um cão ou um gato, por exemplo, é potencial ameaça a toda a sociedade.  

   O autor sempre defendeu que medidas públicas podem ser adotadas a partir de sua pesquisa. Os dados mostram que o melhor é prevenir: quem agride um bichinho pode amanhã ferir pessoas! 

  O caso da morte do Spitz alemão de nome Fox, ocorrida em São José dos Campos, em outubro, é exemplar para a tese de Marcelo Robis. 

  Depois de investigação, a Polícia conseguiu mandado de prisão contra Umberto Vieira Ghilarducci, de 43, tutor do Bull Terrier que atacou o pequeno Fox.

   Na verdade, Umberto Viera usou seu cachorro como uma arma para atacar Fox, por quem já tinha antipatia. Ele levou o Bull Terrier até o portão da casa onde estava Fox, que tinha o focinho para fora do portão. O Spitz levou uma mordida e perdeu a parte superior do focinho, e apesar de internado em hospital veterinário não resistiu.

   A pesquisa de Marcelo Robis mostra como é importante passeatas como as ocorridas no feriado do dia 2/11 no Centro de São José dos Campos. 

     Os manifestantes foram às ruas não só pelo Spitz Fox, mas por todos nós, pelas pessoas também, por toda a comunidade!   

 

    

domingo, 29 de outubro de 2023

Virada Esportiva de SP dá exemplo ao incluir os pets

Grupo da cão-caminhada em Santo Amaro/Foto Ricardo Osman


  A Virada Esportiva SP 2023 movimentou muita gente neste fim de semana de 28 e 29 de outubro, mas tirou também muitos cães e seus tutores da poltrona. A cidade de São Paulo incluiu atividades recreativas com os pets na Virada e deu assim bom bom exemplo para outros municípios. 

  No bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital, a caminhada com os cães ocorreu na manhã do domingo. O grupo formado por tutores e cães saiu da frente do Santo Mercado Municipal e seguiu até o Teatro Paulo Eiró, em um percurso de cerca de 1,5 quilômetros. A temperatura agradável permitiu um bom exercício para tutores e pets. 

  No final do percurso, o autor deste blog, fez palestra sobre a "Importância da Caminhada para o Bem-Estar dos Cães". Na palestra, foi lembrado que os cães foram os primeiros animais a serem domesticados, há mais de 15 mil anos. Nesta época, nós seres humanos ainda erámos nômades e caminhávamos bastante por regiões frias do planeta. 

"Os cães precisam da caminhada para a saúde dos sistemas gastrointestinal e cardíaco. Além disso, é um momento de interação com outros de sua espécie e de relaxamento", disse o autor do blog. "Por isso, não existe casa grande suficiente para um cão, ele precisa experimentar novos ambientes, cheiros, texturas do solo e ver outros de sua espécie."

  No entanto, como os cães não suam, é preciso atenção redobrada com a temperatura ambiente e evitar passear em horários e dias quentes.

  A Virada Esportiva de SP teve ainda demonstração da Canicross e agility no bairro da Mooca, e outras atividades recreativas com cães na zona leste da cidade.  


quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Spitz Fox é vítima de um ser humano

   Um pequeno cão da raça Spitz, de nome Fox, luta nesta semana bravamente por sua vida em um hospital veterinário de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Fox foi mordido no focinho por um cão da raça Bull Terrier e perdeu pele, músculos e os ossos maxilares. Ficou sem a parte superior do focinho. 

   Se vencer o risco de infecção, terá uma vida quase normal, com alimentação pastosa, porque os cães não precisam mastigar os alimentos, como nós humanos. A digestão canina não começa na boca.

   Mas fica o trauma! O Spitz foi vítima, na verdade, de um homem, vizinho de sua casa, o tutor do cão Bull Terrier. 

   Fox estava em casa e resolveu latir para quem passava na rua, como fazem a maioria dos cachorros. Latem, por exemplo, para o caminhão do lixeiro. Mas neste dia, de outubro, ao colocar o focinho entre as grades do portão Fox percebeu, tardiamente, que um homem estava deixando o corpulento Bull Terrier chegar perto demais de sua casa. 

   O Bull Terrier se aproximou e mordeu o pequeno gravemente no focinho. 

   O caso está sendo investigado pela polícia, pois há relatos de que esse homem, responsável pelo Bull Terrier, tinha antipatia pelo pequeno Spitz e sua tutora, vizinha de rua.  

    Neste caso, o homem teria usado seu próprio cachorro como instrumento para atacar um cão vizinho. De certa forma, estimulado o ataque. Nem precisa ser um Bull Terrier para isso, outras raças e até vira-latas podem ser agressivos se forem levados a esse comportamento por seus tutores.   

    O responsável pelo Bull Terrier deveria saber também que esta raça é afável com pessoas e crianças, mas pode se irritar com outros de sua espécie.

.  "Apesar da força e da aparência intimidatoria, o Bull Terrier é amigável com pessoas e crianças. Entretanto, precisa de uma condução firme pois pode ser perigoso para outros cachorros", diz o The Ultimate Dog Book, de David Taylor, um atlas das raças. 

   O Bull Terrier é um cão de médio porte, com origem na Inglaterra. Faz parte da família, por exemplo, do Jack Russel Terrier que é o cão atual de companhia do Rei Charles. 

   Eles não nasceram para atacar. O grau de sociabilidade vai depender sobretudo da educação que recebe dos tutores, pois com "suficiente atenção e exercícios", como diz Taylor, a raça apresenta muito bom temperamento.

    O Spitz perdeu os maxilares e esse Bull Terrier perderá a possibilidade de passear sem focinheira. Culpa de um ser humano!

    Lei do Estado de São Paulo, regulamentada pelo Decreto 48.533 de março de 2004, tornou obrigatório o uso de focinheira em raças fortes durante passeio em vias públicas, parques etc.  

    O decreto não cita diretamente a raça Bull Terrier, mas apenas a Mastim Napolitano, a Pit Bull (que não é raça reconhecida pela Confederação Brasileira de Cinofilia), Rottweiler e a American Staffordshire Terrier. Mas o decreto diz que devem ser incluídas raças semelhantes ou derivadas destas citadas no texto. E o Bull TERRIER é primo direto do Staffordshire TERRIER. 

   Saúde e boa recuperação para o Fox !