sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Retrospectiva 2024: o herói é o cavalo Caramelo!
domingo, 8 de dezembro de 2024
Mantenha seus pets longe da ceia de Natal!
Todos os anos é o problema se repete. O tio quer fazer graça e começa a dar petiscos por debaixo da mesa para o cachorrinho ou a levar até o gatinho, escondido, pedaços de peru ou presunto da ceia de Natal. Tudo muito bem temperado.
A ceia dos humanos não tem nada a ver com a dieta saudável de um cão e de um gato. Rica em temperos, gordura, cebola, abacaxi, passas (sempre muitas passas) a mesa natalina é um risco para o sistema gastrointestinal de seu pet.
O ponto crítico é que os convidados não são avisados de que não é permitido dar comida aos animais. Mesmo se uma placa avisasse da restrição, depois de alguns goles de vinho ou cerveja, a turma iria relaxar e cair na sedução dos olhos repletos de pedidos dos pets.
As mesas com bombons então são um perigo! O chocolate (cacau) é tóxico aos cães. Manteiga e sorvetes podem intoxicar os gatos.
A solução é fazer uma ceia específica para seu cão ou seu gato. Uma comida caseira, sem sal e sem tempero. Essa opção é melhor até do que a compra de ceias de natal para pets, cujos ingredientes muitas vezes são desconhecidos pelo consumidor.
A receita para os pets:
O cães apreciam uma ceia bonita e colorida que dever ser feita com atum em lata, brócolis e cenoura cozidas, e um ovo de codorna também cozido.
Os gatos podem provar o atum em lata, ou salmão cozido, e um pouco de brócolis cozido.
Tudo a ser servido ao lado da mesa dos humanos.
Mas ponha uma plaquinha na porta para o tio fanfarrão: Estamos de olho! Não dê o peru de Natal temperado aos pets!
E bom Natal!
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
A Inteligência Artificial (IA) será o médico de seu pet?
Já imaginou pedir uma segunda opinião de um caso clínico de um cão ou de um gato à Inteligência Artificial (IA)? E já considerou que a conversa entre tutores e médicos podem ao final da consulta ser transformada em um prontuário objetivo, e automaticamente?
Essa já é a realidade do uso da Inteligência Artificial nos consultórios de veterinários nos Estados Unidos. E a novidade logo estará aqui no Brasil.
Na Califórnia, a IA já é utilizada para particularizar tratamentos como o da quimioterapia contra o câncer Linfoma, em cães. Isso sempre foi um desafio na medicina. Até hoje, usa-se protocolos já estabelecidos, que mal consideram a idade ou o grau de anemia, por exemplo, do paciente. Levando em conta apenas o peso.
Uma empresa desenvolveu programa a partir da IA que dá a cada paciente um protocolo próprio, exclusivo. São usados inúmeros dados e exames nesta elaboração específica pela IA.
Atualmente, a IA é intensamente debatida no College of Veterinary Medicine, da Cornell University, e na American Veterinary Medical Association (AVMA) que organizou um simpósio sobre o tema em setembro passado. Aqui no Brasil, renomados veterinários, com títulos de doutores pela USP, estão fazendo cursos sobre a Inteligência Artificial.
O emprego dessa tecnologia deve ajudar em laudos sobre imagens de raio-x e de ultrasson nos pets.
O cérebro digital veio para ficar na Medicina Veterinária trazendo desafios e receios!
Com certeza, vai tornar-se um instrumento eficiente e corriqueiro, mas a essência de um tratamento veterinário estará sempre na relação do médico com o paciente.
O rabinho abanando ao final da consulta, os olhos que contam suas histórias, os sinais de dor, são informações que somente um humano treinado é capaz de identificar. E responder ao paciente cão ou gato que estará junto com ele/ela na luta contra a doença, só os humanos podem fazer.
Assim, como transmitir o amor ao paciente.
Sem amor, como disse o apóstolo Paulo, nada adianta, nada é feito, mesmo que seja uma super inteligência artificial!
domingo, 17 de novembro de 2024
Férias à vista! O drama do abandono de pets!
Dois gatinhos filhotes foram abandonados aqui no bairro, na zona sul de São Paulo, no feriado de 15 de novembro. Um foi deixado em caixa de papelão e outro largado no meio da rua, sobre a faixa que divide as duas pistas.
Coincidência? Não. Não há acaso neste tipo de crime, que aumenta consideravelmente durante os feriados, na época das festas de fim de ano e nas férias. É quando pessoas inescrupulosas querem viajar e não hesitam em deixar para trás cães e gatos, filhotes ou idosos, largando-os nas ruas ou praças.
A falta de planejamento e de organização financeira também contribuem para o abandono dos pets nas férias.
No Brasil, o abandono de animais domésticos é crime, e a lei prevê detenção e multa para o réu.
Esse tipo de abandono de pet, que aumenta no verão, não é crueldade registrada apenas no Brasil. Ocorre também na Europa!
A França é país conhecido pelos inúmeros casos de abandono de cães e gatos durante as férias de verão, que lá ocorrem em junho e julho (estação quente no hemisfério norte).
O problema é recorrente de tal forma que organizações protetoras dos animais fazem campanhas educativas em todos os anos e de alerta sobre o crime.
A Sociedade Protetora dos Animais da França (Société Protectrice des Animaux, a SPA) informa em seu site que existem várias razões para o abandono de pets no país: mudanças de residência, separações de casais e problemas financeiros. Mas o mais importante, em primeiro lugar nesta lista, são as férias de verão dos franceses.
"Todos os verões, recolhemos mais de 10.000 animais vítimas destes abandonos de férias", diz a nota no site, da direção da SPA. Atenção, você leu direito, são dez mil!!
Por aqui, no Brasil, não temos ainda estatísticas confiáveis.
Quem ama, nunca abandona. E há possibilidades, sim, de curtir boas férias com os pets ou de deixá-los em locais seguros e apropriados: tanto no Brasil quanto na França existem roteiros turísticos que podem ser feitos com os pets e são inúmeras hoje em dia as ofertas de hotelzinho para cães ou de catsitter, profissional para os bichanos.
ONDE DENUNCIAR: Quem testemunhar o crime de abandono de animais domésticos no Brasil deve chamar a Polícia Militar ou a Polícia Militar Ambiental de seu estado. O abandono é tratado como qualquer outro crime previsto em lei e há departamentos da Polícia Civil para esse tipo de investigação.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Nos EUA, o cão mais popular é um imigrante francês!
Instagran/AKC |
A raça surgiu nos arredores de Paris no final do século 19, chegou de navio aos Estados Unidos onde se tornou a preferida dos norte-americanos em 2022. Neste ano, o pequeno Francês, simpático e forte, desbancou o favoritismo de décadas do Labrador (de origem canadense, e atual vice, com o segundo lugar entre as raças mais populares no país).
Atrás do vice, vêm o Golden Retriever, o Pastor Alemão e o Poodle.
Um norte-americano de verdade só aparece na 23º posição, é o Boston Terrier, que tem origem na cidade de Boston, capital de Massachusetts, que segundo pesquisas, é terra dos Democratas. Ali, vence Kamala Harris.
O Buldogue Francês no Brasil é também popular. Mas por ser um cão braquiocefálico, ou seja, que tem o focinho curto, sofre com o calor dos trópicos. O focinho foi encurtado pela seleção artificial realizada pelos seres humanos, mas acabou prejudicando os cães, que submetidos ao calor ou ao exercício podem ter problemas respiratórios graves.
Não há em nosso país pesquisa eleitoral abrangente sobre o pet favorito, mas considerando apenas a lista das raças mais procuradas por tutores, vence o Lulu da Pomerânia (Sptiz Alemão).
Mas é claro que, na eleição direta, no voto popular, a vitória garantida é do vira-lata Caramelo, o orgulho nacional.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Raça: escolha deve ter em conta risco de doenças.
Os cães de raça, e os gatos também, têm predisposição a determinadas doenças. Se a árvore genealógica é conhecida, e isso está no pedigree, documento oficial que atesta a raça, os males também os são. Hoje, a Ciência e os criadores já sabem qual a predisposição de determinada raça para uma doença.
No entanto, tal problema é ignorado na hora da aquisição de um filhote fofinho. Nesta ocasião, quase nada, ou nada, se fala sobre essa realidade que os médicos veterinários conhecem de perto. A única coisa vista são as virtudes e características da raça.
Um filhote de Yorkshire, por exemplo, uma raça com origem na Inglaterra, já nasce com predisposição para apresentar pancreatite, inflamação do pâncreas, doença grave. É comum problemas gastrointestinais.
O Bernese, um grandão das montanhas da Suiça, tem até doença relacionada a ele, o Mal de von Willebrand (caracterizado por problemas na coagulação do sangue). Sem falar nos casos diagnosticados nos consultórios de Histiocitose cutânea reativa.
Os escoceses Golden Retrievers que são ameaçados pela displasia coxo-femural e o hipotireoidismo têm sido vítimas de câncer no início da fase idosa, que chega cedo, por volta dos 7 anos de idade.
A raça Pastor Alemão, outrora estrela dos filmes policiais, sucumbiu à displasia coxo-femural, e foi substituída em todas as polícias do mundo pelo pastor Belga Malinois (ainda intacto).
O doce Cocker Spaniel Inglês é um caso para os dermatologistas, e na pior das hipóteses, para os hematologistas, com a Trombocitopenia Imunomediada, doença rara, mas diagnosticada na raça.
O cães braquiocefálicos, que têm o focinho curto, como o Buldogue francês, mal conseguem respirar no calor dos trópicos. E eles têm até uma síndrome própria: a Síndrome do Braqueiocefálico, que são alterações na anatomia do palato mole e duro que dificultam a respiração.
Aqui, não cito as doenças infecciosas, que as vacinas podem prevenir, mas problemas herdados, os congênitos!
Neste artigo, vou me limitar aos exemplos dos cães e não vou me estender às causas (essas devem ser tratadas em novo texto). As causas estão relacionadas naturalmente à seleção artificial feita pelos seres humanos.
Vale reforçar o alerta: na hora de adquirir um cão de raça, veja as qualidades, o temperamento, mas também eventuais predisposições a doenças, não custa nada, para evitar surpresas. O cão perfeito não existe.
sábado, 19 de outubro de 2024
Caso Joca: Justiça está de olhos vendados para os animais!
O tutor João Fantazzini e o cão Joca/Foto arquivo pessoal |
Vida de bicho no Brasil não é fácil, e nos tribunais da Justiça está ainda mais complicada!
O caso do cão Joca, um Golden Retriever, de 5 anos, que foi embarcado erroneamente para Fortaleza por empresa da Gol e de lá do Ceará retornou em outro avião para o aeroporto de Guarulhos, onde chegou morto, não deu em nada do ponto de vista criminal.
A tragédia aconteceu em abril deste ano, mas agora em outubro o Ministério Público do estado de São Paulo pediu o arquivamento do processo criminal do caso Joca. A Justiça acatou o arquivamento ao entender que não houve intenção da empresa ou de funcionários de causar danos ao cachorro, ou seja não houve deliberadamente o ato de maus-tratos.
O crime de maus-tratos é o único possível neste caso do Joca. Coisas da lei dos humanos!
Se um motorista ao volante comete um erro e mata alguém pode ser processado por homicídio culposo, sem intenção de matar, mas se esse alguém é um cachorro, como não há a intenção clara, não há crime. É o que se pode interpretar da decisão.
A lei que prevê maus-tratos contra animais, segundo afirma o Ministério Público, não prevê casos "culposos", sem a intenção de causar o dano, apenas os casos "dolosos", em que há a intenção de maltratar, ferir ou matar um animal.
No processo do cão Joca, o Ministério Público entendeu que não há elementos suficientes na investigação policial que apontem ação deliberada de prejudicar o Joca. Sem essa condição, não há crime (na legislação dos bichos)!
O destino correto do cachorro Joca era o Mato Grosso, onde o seu tutor o esperava. Um voo de 2h30 virou um de 8 horas, com calor absurdo no aeroporto de Fortaleza, e retorno para São Paulo. Segundo laudo, a morte se deu por choque cardiogênico, dentro da caixa de tranporte.
No mínimo, houve negligência na troca dos voos e falta de assistência veterinária lá em Fortaleza para avaliar se um ser, de raça peluda, não corria o risco de um hipertermia, estresse agudo e morte.
Os advogados do tutor de devem recorrer da decisão.
O tutor, João Fantazzini Júnior, sofreu a perda de Joca como se fosse um integrante da família. João e Joca iam morar em Sinop, no Mato Grosso, onde o tutor ia começar nova vida em novo emprego.
É de se lamentar o fato da legislação não levar em conta também o sofrimento de João Fantazzini Júnior. O luto pela perda do amigo canino deveria ser suficiente para levar a negligência da empresa ao tribunal.
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
La victoria de los toros
Os touros venceram na Colômbia! Sem machucar ninguém! Da arena envelhecida e suja de sangue, saem cabisbaixos os toureiros no que é o fim de uma era tenebrosa.
As touradas estão proibidas desde julho deste ano neste país da América Latina, colonizado pela Espanha, onde as touradas surgiram no século 18 e são consideradas ainda parte da cultura nacional!
A vida venceu o espetáculo da morte!
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse, quando sancionou a lei, que o "direito de matar animais" em um espetáculo está banido definitivamente da sociedade de seu país. "Chega de Olé", foi a campanha popular vitoriosa nas ruas.
O sofrimento do touro, morto pelo cansaço e pela hemorragia, na arena, em nada tem de espetacular! Os toureiros conhecem há anos a anatomia da espécie, contam com ajudantes para exaurir suas forças e uma lança afiada para cravar na nuca o golpe final!
A capa vermelha e a espada vieram para a América Latina nos navios que partiram da Península Ibérica, onde esse ritual de morte ganhou o modelo mais conhecido e que se espalhou por aqui. México, Peru e Equador ainda autorizam as touradas.
O fim das touradas não foi sem reclamações. Alguém disse que empregos estavam em jogo! É algo inacreditável! O Coliseu romano também gerava empregos, mas às custas das vidas de cristãos e animais selvagens. Virou ruínas e hoje é visitado por milhares de turistas de todo o mundo com dólares nos bolsos!
domingo, 29 de setembro de 2024
Alerta ao eleitor: tem candidato demais com pet no colo!
O que tem de gente na propaganda eleitoral aparecendo com cão e gato no colo é de arrepiar qualquer eleitor. Não importa o campo ideológico, se de esquerda, centro ou de direita, são muitos os candidatos a prefeito e a vereador se dizendo amigo dos bichos de olho no voto dos tutores no dia 6 de outubro.
Nas principais capitais ou cidades do interior, postulantes a político prometem a construção de hospitais públicos para cães e gatos, farmácia popular para pets, fim das charretes (neste caso para aliviar exploração dos cavalos) e até o serviço de SAMU para os animais.
São bons projetos. Mas quantos dos atuais postulantes a cargos público estão de fato comprometidos com a causa animal? O que sabem ou estudaram sobre o bem-estar dos pets no convívio com a sociedade? Que leis e ações executivas devem ter prioridade?
Ao que tudo indica, a política descobriu o que a propaganda e a publicidade já sabem há muito tempo: bichinhos atraem e cativam os consumidores, por isso anúncios de seguro e de carros quase sempre têm cachorrinhos no roteiro.
Por isso, tem muita cara nova na causa animal. Gente aderindo o tema de última hora, mas incapaz de distinguir gato e lebre e saber que focinho de porco não é tomada.
Resta ao eleitor de modo geral, e em particular os que conhecem os problemas ligados aos pets, avaliarem quais candidatos de fato estão comprometidos com a causa, quais compreendem o avanço comum do bem-estar da sociedade e dos pets e quais vão de fato seguir neste caminho a partir da posse.
É fácil dissimular agora, e abandonar nossos amigos de quatro patas depois. E eles desconhecem o que significa deslealdade.
domingo, 15 de setembro de 2024
Liminar garante água aos animais silvestres no Pantanal
Onça bebe água no Pantanal/Foto biólogo Gustavo Figueiroa/Arquivo Pessoal |
Uma onça ou uma anta do Pantanal tem o direito de beber água de um pequeno reservatório artificial neste tempo de seca e de fogo?
O que o leitor e a leitora acham desta questão?
A pergunta foi o ponto principal de uma audiência pública online realizada na segunda-feira, dia 9 de setembro, a partir de Cuiabá, capital do estado do Mato Grosso, pelo Ministério Público.
A audiência foi convocada pelo Ministério Público para debater com o governo do estado, o Ibama e o ICMBIO a proposta do Grupo de Resposta a Animais em Desastre (GRAD), uma ONG, de levar água por meio de caminhões pipa para pontos da rodovia Transpantaneira, na região de Poconé.
Mas o governo do estado não concordou com o projeto!
O representante da Secretaria estadual do Meio Ambiente, Eder Toledo, disse não haver nenhuma necessidade deste suprimento de água nas margens da Transpantaneira e alegou que os animais silvestres vivem de acordo com as estações secas e chuvosas do ano. "O Pantanal tem comportamento próprio", afirmou ele, negando que a situação atual seja extraordinária. Ainda disse que esses pontos artificiais iriam atrair diversos animais e juntos poderiam ser vítimas do fogo.
Os representantes do GRAD apresentaram um levantamento sobre a seca de 2024 e defenderam o imediato fornecimento de água nas regiões das pontes 69 e 75 da Transpantaneira. Melhor, a própria ONG iria providenciar os caminhões pipas e os reservatórios artificiais, sem nenhum custo para o contribuinte.
"Temos de garantir o mínimo para aqueles animais, a água. A questão é urgente diante das mudanças climáticas, da seca e de tudo o que estamos vendo no Pantanal", disse a médica veterinária Vânia Plaza Nunes, vice-presidente do GRAD. "Isso é o mínimo."
O diretor do GRAD, Enderson Barreto, acrescentou: "o que estamos vendo aqui (na audiência) é uma narrativa de poder", afirmou, referindo-se à negativa da Secretaria do Meio Ambiente. O GRAD dependia, na ocasião, de autorização para realizar o projeto.
A representante do IBAMA ficou, na audiência, em cima do muro, disse que há questões legais e burocráticas a considerar em uma intervenção com silvestres. O representante do ICMBIO afirmou que, neste momento, não via necessidade deste fornecimento de água artificial.
Os opositores da ideia do GRAD não apresentaram nenhum estudo para defender a posição. "Preciso de um tempinho para ver um novo relatório", alegou Eder Toledo ao Ministério Público.
A promotora Ana Luiza Ávila Peterlini de Souza, que convocou a audiência pública, disse não compreender a negativa do orgão estadual e comentou: "Acho uma celeuma pequena dentro de um contexto grave de seca e calor." Mas ao encerrar a reunião concedeu alguns dias para a Secretaria apresentar uma posição final.
No entanto, no sábado, dia 14 de setembro, cinco dias depois da audiência, o GRAD anunciou, por meio do Instagram, que conseguiu uma liminar na Justiça para realizar o projeto de fornecer água aos animais silvestres da região da rodovia Transpantaneira!
Ufa! Que alívio para todos que amam a Natureza e a fauna. E rezam todos os dias para que os bichos tenham, pelo menos, água para beber.
Valeu a liminar e a fé. Já declarou Jesus: quem der água a um dos meus pequeninos que tem sede é a mim que está dando água.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
Adeus ao Ice, o "pescador" de gente!
Na foto, o salva-vidas Ice/Divulgação CBMSC |
Inteligente, corajoso e com muita disposição para o trabalho. Essas eram as qualidades e a rotina de Ice, considerado o primeiro cão salva-vidas do País, treinado e adotado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Não só na água esse herói prestava serviços valorosos, mas em terra também. Ice foi convocado para ajudar em resgate de vítimas e encontro de corpos na tragédia de Mariana, em Minas Gerais. Em novembro de 2015, uma barragem rompeu nesta cidade mineira fazendo dezenas de vítimas.
O incansável salva-vidas canino morreu nesta segunda-feira, dia 9 de setembro, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, aos 15 anos e já curtindo a aposentadoria. Embora continuasse a visitar pacientes em hospitais para levar sua alegria. Sempre ajudando...
Ice faz parte de uma raça que surgiu na Ilha de Terra Nova, no Canadá, já em meio ao mar. Seus tataravós ajudavam pescadores a puxarem as redes e recuperavam peixes que pulavam dos barcos.
Ice foi um pescador de gente!
Como diria o apóstolo Paulo, Ice combateu o bom combate e manteve a Fé, de todos nós, banhistas!
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
O que os bichos estão achando de nós?
Um Homo Sapiens, primata bípede, surge correndo com uma tocha nas mãos e põe fogo nas matas e nos canaviais, o que acarreta um grande incêndio, capaz de destruir animais e vegetais e ameaçar outros Homo Sapiens. Isso ocorreu no estado de São Paulo em agosto deste ano (de clima muito seco) em uma e outra localidade, segundo as investigações da Polícia, que prendeu 11 incendiários.
Fico, portanto, matutando o que os bichos devem achar de nós humanos. Os que sobreviveram às chamas, claro!
Os hominídeos descobriram como usar o fogo há 1,4 milhão de anos, o que foi um passo gigante na evolução da espécie, a data é da Enciclopédia Britânica. Usavam o fogo para se aquecer e cozinhar os alimentos, como fazemos ainda hoje.
No entanto, hoje, o domínio sobre as labaredas pelos humanos virou motivo de alarme por toda a Natureza.
O Pantanal está em chamas, o interior de São Paulo também, e há quem diga que a maior parte das queimadas foi iniciada por humanos. E não, por exemplo, por raios! Nem chovendo está neste inverno!
Onças, antas, jacarés, lobos e diversos outros bichos foram queimados nos últimos dias em uma tragédia registrada em vídeos pelas equipes de resgate!
Os animais silvestres devem ter percebido que foi depois que chegamos aos milhões que o relógio do clima começou a desandar. Hora mais rápido, pulando do outono para o inverno, e hora mais lento, parando em um quase eterno verão.
O que teria sido do mundo se um destes incendiários tivesse entrado na Arca de Noé? Perguntam os religiosos.
Os bichos falam, nós é que não os entendemos ainda. Mas quem sabe, um dia, até com a ajuda da IA, falaremos direta e francamente com os animais das matas e campos.
Do interior paulista e do Pantanal, virá, com certeza, uma pergunta: "quem eram aqueles irracionais com as tochas nas mãos?"
terça-feira, 27 de agosto de 2024
Será que a culpa é mesmo do remédio?
Os remédios estão cada vez mais sendo tratados como juiz de futebol, se a melhora do pet não é imediata ele leva a culpa por tudo; e ainda bem que não tem mãe.
Nestes tempos de redes sociais e de Inteligência Artificial, tutores estão ainda mais ansiosos por uma melhora instantânea dos males que sofrem seus cachorrinhos e gatinhos!
Mas há um tempo para tudo nesta vida, e os organismos, que não são máquinas, têm fisiologia complexa, etapas para cada resposta a uma enfermidade e por isso as coisas não são imediatas.
Atualmente, a pressa, inimiga da perfeição, virou também adversária da cura, do restabelecimento da saúde dos pets em muitos casos em que há bons tratamento e medicamentos.
Por dois motivos: o primeiro é que toda recuperação, seja de um vômito, uma verminose ou uma diarreia é lenta, exige a correção de um desequilíbrio eletrolítico, de pH do organismo, e isso obedece à curva de ação do medicamento e ao relógio celular de todos os seres vivos. O segundo motivo é que todo remédio (todos) tem algum efeito colateral. Mesmo a simples Dipirona, comumente usada como analségico.
Há, porém, os casos mais alarmantes no cotidiano da medicina veterinária: aqueles em que o tutor apressado culpa o efeito correto (e esperado) de um medicamento de ser esse efeito o próprio problema.
Um exemplo: o tratamento para os casos de infecção de cães e gatos por vermes intestinais e pelo protozoário Giárdia exige o uso de vermífugos. Seja aqui, seja nos Estados Unidos ou no Japão, as bulas dos vermífugos explicam que os vermes e a Giárdia serão mortos DENTRO DO INTESTINO.
Esses parasitas não saem do paciente se arrastando para morrer fora do corpo.
Fulminados dentro do intestino, vermes e protozoários liberam toxinas que vão provocar curta diarreia ou até vômito. Um mal estar passageiro, e previsto.
Se a expectativa é de cura imediata, sem transtornos, pronto, está formado o caldeirão em que o remédio (vermífugo) será o alvo das queixas.
_ O problema foi esse remédio esquisito, diz a acusação. Meu bichinho não estava tão mal assim.
A bulas no Brasil e as internacionais explicam que a intensidade da diarreia ou do vomito, nestes casos, são diretamente proporcionais ao grau de infeção por vermes ou protozoários.
Mas parece que ninguém tem mais tempo nem para ler a bula!
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Saiba onde vacinar (de graça) seu pet contra a raiva
Você já pode levar seu pet para tomar a vacina contra a doença raiva de maneira gratuita. A prevenção é oferecida por prefeituras e tem no mês de agosto uma data tradicional de combate à raiva animal.
A vacina contra o vírus que causa a doença (vírus presente em alguns morcegos) é fundamental para a proteção de seu cão e de seu gato, e de toda a família. Já que se trata de uma zoonose, ou seja uma doença que os animais podem transmitir aos seres humanos.
Neste mês de agosto, a prefeitura do Rio de Janeiro lançou a campanha de vacinação antirrábica de 2024, inclusive com atendimento volante à população. Até na ilha de Paquetá os agentes vacinaram os pets gratuitamente. Os tutores podem ver o cronograma da campanha no link no fim do artigo.
Na cidade de São Paulo, o atendimento aos pets é permanente (realizado nas UVIS), e cães e gatos saudáveis, com idade superior a três meses, já podem ser vacinados. Não há necessidade de agendamento.
A prefeitura de São José dos Campos, no interior paulista, também mantém a oferta de vacinas gratuitas no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Conheça o endereço e os horários da vacinação contra a raiva no link no final deste artigo.
Esses são alguns exemplos de iniciativas de prefeituras no combate a doença. Verifique na sua cidade, junto à secretaria de Saúde, onde vacinar seu pet.
A vacinação de cães e gatos contra a doença raiva sempre foi uma iniciativa do poder público no Brasil e em muitos outros países. É a estratégia adotada para a proteção da população contra uma enfermidade que, uma vez evoluída no paciente, é fatal!
Conheça as datas e locais da campanha de vacinação contra a raiva da prefeitura do Rio de Janeiro: https://prefeitura.rio/tag/vacinacao-antirrabica/
Veja a lista de locais de vacinação permanente contra a raiva da prefeitura de São Paulo: https://capital.sp.gov.br/web/saude/w/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/noticias/5435.
Confira o local e os horários de vacinação realizada pela prefeitura de São José dos Campos: https://ccz.sjc.sp.gov.br/destaques-bem-estar-animal.php?pag=1
sábado, 10 de agosto de 2024
Tragédia aérea: lista de vítimas deve incluir Luna, a cachorrinha.
Cachorrinha Luna/Foto Associação Cidadã de Proteção Animal, de Cascavel |
Ela não estava na primeira lista de passageiros divulgada pela companhia Voepass, responsável pelo avião ATR-72-500, que caiu na sexta-feira, 9 de agosto, na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo. No terrível acidente morreram 62 pessoas, entre passageiros e tripulantes da aeronave.
Mas no sábado, dia 10, mais um óbito foi confirmado: o da cadelinha Luna, cujo corpo foi encontrado entre os destroços do avião, em um condomínio em Vinhedo. A Voepass confirmou que um cãozinho havia embarcado em Cascavel, cidade do Paraná, de onde partiu o avião ATR, mas a lista oficial das vítimas no site não incluiu Luna (veja em https://www.voepass.com.br/empresa/site/passaredods.html).
A Associação Cidadã de Proteção aos Animais (Acipa), da cidade de Cascavel, localizada no Paraná, foi enfática ao afirmar que Luna, de 6 meses de idade, estava a bordo e deve entrar na lista das vítimas da tragédia em Vinhedo. O total passa a ser 62 humanos e 1 pet.
Nas suas página do Instagram, a Associação fez uma homenagem a Luna e revelou que ela viajava com seus tutores, uma família venezuelana, para Guarulhos (SP). A cachorrinha fora adotada. A família fez todos os esforços possíveis para embarcar com Luna, mesmo diante de dificuldades financeiras:
"Estamos todos consternados com a tragédia. Entre os passageiros havia uma família de venezuelanos com sua cachorrinha Luna. Ao contrário do que muita gente faz, eles fizeram de tudo para conseguir levar a Luna com eles na volta para o país de origem", diz a nota da Associação Cidadã de Proteção aos Animais, cujo endereço no Instagram é Acipacvel.
Se os tutores não deixaram Luna para trás, por ser a nova integrante da família, cabe agora a Voepass dar mais detalhes do embarque da cachorrinha, se foi dentro do avião ou no departamento de Carga Viva e reconhecer a sexagéssima terceira vítima.
Tudo indica que as promessas de autoridades e companhias aéreas de que os pets seriam tratados com mais respeito (promessas essas surgidas após o caso Joca, do Golden Retriever que morreu durante voo da Gol) ainda estão longe de ser uma realidade.
domingo, 4 de agosto de 2024
Paris 2024: Liberté pour les chevaux.
Os jogos Olímpicos na visão dos cavalos não devem ter nada de festivo e fraterno: são feitos de suor, lágrimas e sangue. Neste sentido, Paris não é uma festa para os equinos!
O cavalo Nimrod de Muze, da equipe brasileira de hipismo, teve ferimentos por esporas na semana passada, durante salto, e o sangue derramado desclassificou o cavaleiro Pedro Veniss. A inspeção veterinária da prova documentou o ferimento e decretou a punição ao Brasil!
Foi a segunda vez em uma Olimpíadas que integrante de equipe brasileira é punido por machucar um cavalo, ocorreu também em 2016.
Semanas antes deste grave incidente, um escândalo de maus-tratos a um cavalo abalou Paris.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostrava a cavaleira britânica Charlotte Dujardin, uma veterana do hipismo, medalhista, chicoteando dezenas de vezes um cavalo durante um treinamento. O vídeo não era fake, foi gravado há quatro anos, e por isso Charlotte deixou Paris e voltou para a Inglaterra. Não competiu!
Então, temos chicotes, esporas, sangue, suor e lágrimas!
Ninguém sabe ao certo como se sente um cavalo (Equus caballus), uma presa na natureza, que anda sobre as unhas (o casco), ao ser montado por um primata, o Homo Sapiens, e ser obrigado a saltar sobre barris, obstáculos de madeira e tábuas.
Por que em vez de correrem por planícies como seus ancestrais, devem agora repetir infinitas vezes o mesmo chato percurso? E pior: participar de uma competição após um voo terrível de avião, pois a maioria chega a uma Olimpíadas em aeronaves.
As informações históricas dizem que os cavalos participaram das Olimpíadas na Grécia antiga, quando os homens ainda veneravam a Zeus. E mulheres não podiam assistir às corridas. Depois de intervalos, retornaram oficialmente aos Jogos em 1900.
Não bastasse o sofrimento terrível que os cavalos passaram durante as guerras do século passado, agora eles são convocados para Jogos que buscam celebrar a Paz e a Amizade entre os povos.
Se é para comemorar a Paz e a Fraternidade, e enaltecer o esporte e a saúde de todos, que o hipismo seja banido das Olimpíadas.
Não há espaço, diante das luzes que vimos em Paris, para esses saltos nas trevas e na dor!
Salve a Revolução Francesa: égalité, liberté et fraternité
terça-feira, 30 de julho de 2024
Cães e gatos, todos juntos e misturados!
Uma antiga lenda precisa ser desfeita: cães e gatos podem ser melhores amigos, e não inimigos! Nada impede! Nas regras da natureza, ambos são predadores, por isso se há pontos em comum um deles é a disposição para caçarem os ratos!
Cães e gatos são os pets favoritos das famílias e podem conviver em paz e harmonia conforme a forma de apresentação de um ao outro, a delimitação de espaços e a atenção dada pelos tutores. Atenção no sentido de não permitir que um deles assuma o controle de todo o território (no caso, a casa ou apartamento). Há gatos que querem mandar em cães e cães que querem correr atrás de gatos. E há gatos e cães que querem mandar na gente!
Caninos e felinos podem estar juntos, mas é preciso saber que eles têm comportamentos distintos, dietas diferentes e histórias incomparáveis ao lado dos seres humanos.
O primeiro a ser domesticado foi o Canis familiaris, há mais de 15 mil anos, ainda nos tempos em que o Homo sapiens era nômade. Já o Felis catus passou a conviver com os seres humanos com o surgimento da agricultura, datado de 6 mil anos antes de Cristo. Nada de grandes e intermináveis caminhadas!
Um, esconde as fezes na areia; e outro quase sempre escolhe um lugar errado para ser o banheiro. Os dois buscam a nossa cama como local favorito para dormir! Mas apenas um é capaz de curtir longas caminhadas ao nosso lado, andar realmente dentro de um grupo. Os felinos preferem os passeios solos, são avessos a guias de condução.
No mundo dos pets, há os fãs dos cães e há os fãs dos gatos, e aqueles que têm admiração por ambos.
Uma coisa é certa, da união de cães e gatos só não gostam os ratos!
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Srs. pets, tenham uma boa viagem!
Uma comissão está trabalhando desde o dia 18 deste mês de julho para consolidar em definitivo as novas regras de embarque e transporte de pets, sobretudo cães e gatos, em aviões e em navios no Brasil. O objetivo é dar mais seguranças aos passageiros de quatro patas e, se possível, garantir vaga dentro das cabines e não no porão de carga.
A comissão foi criada pelo Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e surge três meses depois da morte do cão Joca, um Golden Retriever, que embarcou em avião da Gol para destino errado, ficou exposto ao calor de Fortaleza e ao retornar para São Paulo teve parada cardíaca e morreu.
A tragédia com o cão Joca deve ser um marco na história do transporte aéreo de pets no Brasil. Segundo a Anac, mais de oitenta mil pets são transportados em aviões por ano no Brasil, um número considerável, que merece regras claras, unificadas e que ponha a segurança e o bem-estar acima do lucro.
"Essa legislação tem que ser feita, até porque as companhias aéreas não podem agir da forma como elas agem, elas fazem o que querem com a gente", disse João Fantazzini, que era tutor do Joca, em entrevista à Agência Brasil, na cerimônia de instalação da comissão. "A forma como o Joca foi levado, foi fora da realidade, foi muito grave, foi uma crueldade muito grande e isso precisa ser mudado. Elas [as companhias aéreas] têm que seguir uma legislação bem rígida de transporte de animais, até porque eles fazem parte da nossa família", acrescentou Fantazzini.
A comissão tem até 18 de agosto para apresentar as novas regras para o setor e devem analisar mais de 3 mil sugestões encaminhadas por representantes da sociedade civil, durante consulta pública. Alguns pontos, como maior presença dos pets na cabine das aeronaves estão em discussão e a obrigatoriedade de cada aeroporto manter um médico veterinário de plantão.
A International Air Transport Association (IATA), importante associação do setor, lançou um guia com orientação para passageiros que queiram levar seus cães ou gatos na cabine. Nesta orientação, a IATA reforça que há restrições quanto a idade dos pets, exigências de documentos e que não há uma regra única para todas as companhias aéreas.
Eis o desafio que o Brasil pretende enfrentar e até quem sabe assumir certo protagonismo em defesa dos bichinhos e seus tutores.
Senhores petssageiros (não é erro de digitação, é pet + passageiros!) apertem o cinto de segurança e tenham uma boa viagem!
sexta-feira, 12 de julho de 2024
Abuso dos anti-inflamatórios ameaça a saúde dos pets
Os anti-inflamatórios estão na moda, principalmente entre os tutores leigos em medicina veterinária, e depois do advento do Dr Google.
Os tutores e tutoras de pet estão dando aos bichinhos anti-inflamatório para tudo: contra coceiras, contra dores musculares, contra problemas gástricos (o que só piora), tosse e quaisquer tipo de feridas e inchaços.
O problema é que os anti-inflamatórios são medicamentos imunossupressores, ou seja, eles abaixam as defesas do organismo, irritam o estômago e alteram taxas de hormônios! Além disso, têm inúmeros efeitos colaterais!
Os glicocorticóides causam hiperglicemia, aumentam consumo de água e produção de xixi, inibem na pele a síntese de material conjuntivo (colágeno, por exemplo) e causam fraqueza muscular.
O que facilita o uso dos anti-inflamatórios é o fato de que, ao contrário dos antibióticos, a compra não exige receita. Como em alguns casos, o efeito favorável é imediato, todos ficam felizes. Mas é preciso destacar que inflamação é um processo (sequência inflamatória), deve ser vista como um sintoma, e não como a doenças, a infecções ou o trauma.
Um cachorro com infecção pela Tosse dos Canis, bactéria que se fixa na garganta, necessita na verdade de antibiótico específico. Um anti-inflamatório e um antitussígeno estarão amenizando os sintomas e a dor. Sendo que se a tosse tiver secreção, é contra indicado tentar suspendê-la com um antitussígeno.
Um paciente canino que toma anti-inflamatório com frequência para reduzir a coceira, o que é comum ver nos consultórios, em vez de tratar corretamente o problema dermatológico, corre o risco de apresentar baixa imunidade.
É clássico na medicina veterinária os efeitos da imunossupressão registrados em um exame de sangue.
O leucograma do cão exibe alta dos neutrófilos segmentados (células de defesa maduras). A partir do uso de anti-inflamatório esses neutrólifos segmentados ficam "retidos" na circulação sanguínea, e não seguem para os locais de infecção ou trauma.
O leucograma exibe ainda queda significativa no número de Eosinófilos (um tipo de célula de defesa mobilizada normalmente contra parasitas intestinais) e queda no número de Linfócitos típicos. Os linfócitos são dirigidos para locais como linfonodos e baço, e saem da circulação sanguínea.
Por fim, o exame de sangue revela alta dos monócitos na circulação. Essas células, também conhecidas como monócitos fagocitários, igualmente ficam retidas no sangue circulante e não são apresentadas aos antígenos (invasores) ou partículas de materiais.
Nos gatos, o resultado do exame de sangue é um pouco diferente, mas normalmente apresenta no leucograma alta dos monócitos (retidos na circulação sanguínea).
Fácil ver que diante do abuso de anti-inflamatório o cão ou o gato estão sujeitos a quaisquer tipos de infecções, pois trata-se de um quadro de imunossupressão. Há um bloqueio no sistema de defesa do corpo.
A medicina humana alerta para os riscos da automedicação. No universo veterinário, vale também esse alerta.
Evite a medicação improvisada, a auto-pet-medicação!
Consulte sempre um médico veterinário. Seu pet merece todos os cuidados.
domingo, 30 de junho de 2024
SOS fauna: depois das águas no Sul, o fogo no Pantanal.
segunda-feira, 24 de junho de 2024
Mais de 1 milhão de pets têm o verme do coração nos EUA
A Sociedade Americana para a prevenção do Verme do Coração (American HeartWorm Society) divulgou em seu site que mais de 1 milhão de pets nos Estados Unidos sofrem da doença conhecida como Verme do Coração, ou Dirofilariose.
É uma doença gravíssima porque uma vez adulto o verme se instala dentro das câmaras cardíacas dos pets. Trata-se de uma zoonose, transmitida por mosquitos, mas nos humanos o pulmão é o orgão mais afetado.
Os casos nos Estados Unidos concentram-se nos estados do sul da costa leste norte-americana, de clima mais quente.
Os dados norte-americanos são alarmantes para todos, inclusive no Brasil. Se um dos países mais ricos do planeta, com uma medicina veterinária avançada e uma indústria farmacêutica de vanguarda, os casos se alastraram, imaginem como está o problema no Brasil onde as pesquisas e estatísticas são precárias.
A Dirofilariose é considera doença endêmica em todo o litoral paulista e em parte do litoral do Rio de Janeiro e do Nordeste. A larva do verme é transmitida a cães e gatos por meio dos mosquitos comuns, inclusive pelo inseto transmissor da Dengue.
Se há mosquitos, há risco de uma epidemia de Dirofilariose.
A boa notícia é que há prevenção contra o Verme do Coração. E há exames de sangue capazes de dizer se o cão ou gato estão ou não infectados. O tratamento precoce é fundamental. Consulte um médico veterinário sobre o assunto.
Para saber mais: https://www.heartwormsociety.org/
domingo, 16 de junho de 2024
Nova lei tornará mais rígido comércio de pets em SP
Os cães e gatos à venda em todo o estado de São Paulo não poderão mais ser expostos em vitrines das petshops. E somente deverão ser entregues a seus novos tutores com idade mínima de dois meses, vacinados e com laudo veterinário de saúde. Além disso, a venda de pets por pessoas físicas estará proibida em todas as cidades paulistas.
A Assembleia Legislativa do estado de São Paulo aprovou na segunda semana deste mês de junho projeto de lei que cria essas novas regras para o comércio e tantas outras para a adoção de pets. O projeto de lei segue agora para a sanção pelo governador Tarcísio, que deve aprová-lo.
Com as novas regras, apenas empresas com o título de criadoras e petshops, devidamente registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e na Receita Federal, poderão comercializar caninos e felinos domésticos. A lei inclui o universo da internet: a comercialização por plataformas digitais obedecerão a essa legislação.
A venda e a compra continuam permitidos no estado, mas dentro de normas que protegem mais os animais e garantem o bem-estar dos bichinhos. A nova lei paulista segue a tendência internacional que visa regulamentar esse comércio e evitar os abusos, sobretudo na internet.
Um avanço é a extinção das exposições de filhotes em vitrines. Seja em loja de rua ou de shopping, é sempre um desgaste para os filhotes. Na rua, o sol pode esquentar a vitrine, nos shoppings o barulho e o manuseio dos filhotes por curiosos afeta o bem-estar destes pequenos seres.
Outras regras protegem as mamães (procriadoras). A partir dessa lei, somente após um ano e meio de idade os pets poderão procriar, e apenas duas gestações por ano. Aos cinco anos, devem ser castradas e curtir uma aposentadoria.
Além disso, será obrigatório o convívio dos filhotes com a mãe por pelo menos 60 dias de vida.
Neste comércio, e em muitos outros, o lucro não pode ser obtido a partir de desrespeito e maus-tratos aos animais. Há criadores de cães de raça sérios, que ajudam em pesquisas de bem-estar animal, registrados por exemplo no Kenel Clube de São Paulo. Mas infelizmente há clandestinos que desconsideram os cuidados mínimos, visando o lucro a qualquer custo.
A lei a ser sancionada é necessária e a fiscalização também!
No primeiro artigo do projeto, consta entre os fundamentos da lei a seguinte frase: "O reconhecimento dos animais domésticos como seres sencientes dotados de natureza biológica e emocional passíveis de sofrimento."
Há muita coisa ainda por melhorar, mas é uma boa notícia!
terça-feira, 4 de junho de 2024
Os hospedeiros indesejáveis do intestino dos pets
Os cães e os gatos andam "descalços" nas ruas, na terra e na lama, e põem os focinhos em todos os cantos e fezes que encontram no caminho, para saber pelo cheiro quem andou por ali. Além disso, os pets podem ter pulgas e outros parasitas na pelagem.
É por isso que nossos pets têm, comumente, infecções por vermes, os mais comuns são os intestinais, chamados nematódeos (vermes redondos) e cestóides (vermes chatos).
É uma coleção de seres horrorosos com nomes complicados, como por exemplo: Ancylostoma caninum, Taenia ovis, Toxocara cati e Dipylidium. E o protozoário Giardia lamblia.
A infecção ocorre tanto através da pele como por meio do leite materno para os filhotes! Por isso, mesmo cãezinhos e gatinhos com um ou dos meses de idade, sem contato com o ambiente exterior, podem ter vermes. Alguns estão dentro de parasitas como as pulgas, o caso do Dipylidium, que é transmitido quando os pets engolem o inseto.
Neste universo de parasitas, há segredos que podem enganar os leigos: uma tosse em um cão pode ser provocada pelo verme Ancylostoma caninum. Isso porque antes de se fixar no intestino, a larva tem um ciclo no organismo que inclui passagem pelos pulmões, entrando e saindo pela traquéia, de onde segue para o sistema digestivo.
Já a Taenia ovis pode chegar a dois metros de comprimento dentro do intestino do cão. O protozoário Giárdia fere gravemente as mucosas do intestino de cães e gatos por ter um "disco adesivo" na superfície ventral do seu corpo, que é achatado.
O mais grave de tudo é que estes hospedeiros indesejáveis são também discretos e silenciosos; quase não dão sinal de vida. Podem provocar anemia, diarréia e vômito, desnutrição e enfraquecimento do corpo.
Portanto, já está claro que seu pet precisa ser vermifugado a cada ano ou a cada seis meses, dependendo do ambiente em que costuma passear. No caso de filhotes, o intervalo é mais curto. Deve-se consultar um médico veterinário. Os tutores também devem procurar um médico para serem tratado de vez em quando.
Na hora de dormir com seu pet, tenha certeza de que não há esses seres indesejáveis por perto!
sábado, 25 de maio de 2024
Depois da tempestade, vem a leptospirose!
A doença da urina do rato! Assim é mais conhecida a Leptospirose, causada pela bactéria leptospira, encontrada nos rins de roedores silvestres e domésticos. Depois das tempestades e enchentes, surge esse perigo, principalmente para humanos e cães: uma infecção capaz de levar a grave insuficiência renal e ao óbito.
No fim de semana (25/05 e 26/05), havia 800 casos suspeitos de leptospirose em humanos no Rio Grande do Sul, com quatro óbitos confirmados, e número ainda indefinido em cães.
Essa zoonose é reemergente em humanos e cães em todo o mundo.
A doença foi descrita há mais de um século na Alemanha pelo cientista Adolfo Weil, conforme o artigo "Leptospirose", do Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos (Jericó, Neto e Kogika, 2015). A infecção em humanos e em cães ocorre pelo contato com a água contaminada ou pela ingestão de água e alimentos.
Nos roedores, a presença da bactéria nos rins é assintomática, mas esses animais excretam a leptospira na urina. A bactéria sobrevive bem em meio ambiente úmido, córregos, lagos e estábulos com excesso de umidade.
Nos gatos, a doença é raríssima. Os felinos domésticos têm uma resistência à leptospira, provavelmente pela seleção natural dos mais adaptados já que o gato é caçador (e come) ratos! Há um sorogrupo que é capaz de infectá-los, mas eles não desenvolvem as formas graves da doença. Os estudos científicos são poucos.
Para os cães, a boa notícia são as vacinas de qualidade. As vacinas estão disponíveis em todo o Brasil, devem ser aplicadas anualmente, e estão dentro da chamada vacina V10 (contra dez doenças), obrigatória para os caninos.
Nos abrigos de pets no Rio Grande do Sul, dentro do possível, a vacinação, após um exame clínico, poderá contribuir para conter os casos de leptospirose no estado. Um cão infectado, doente, mas sem diagnóstico definido, pode transmitir a doença aos humanos pela urina.
Por isso, considerando a proteção da família humana e do cão, é fundamental os tutores vacinarem seus animais todos os anos contra a leptospirose.
segunda-feira, 20 de maio de 2024
Resgates no Sul: ninguém larga a pata de ninguém!
O resgate de animais domésticos em situação de desastres naturais no Brasil ganhou um marco histórico na tragédia que assola o Rio Grande do Sul. Nada mais será como antes. Já há um antes e um depois deste maio de 2024 em relação ao socorro aos bichos.
A gigantesca mobilização de voluntários, a capacidade de ONGs e até a disposição de autoridades gaúchas e de todo o País para salvar os animais vítimas das inundações revelam algo inédito no compromisso com outras espécies.
Desta vez, jornais, sites e TVs também fazem uma cobertura dos resgates dos animais como jamais fizeram. O resgate do cavalo Caramelo foi transmitido ao vivo para todo o Brasil de um helicóptero. E o Jornal Nacional, da TV Globo, divulgou, todas as noites, o site paraquemdoar nesta tragédia do Rio Grande do Sul e esse site inclui o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD).
O GRAD conseguiu assim não só resgatar como construir abrigos para os pets. Além disso, dois hospitais de campanha para atendimento aos cães e gatos foram montados no Rio Grande, um na cidade de Canoas e outro na capital Porto Alegre. Hospitais com centros cirúrgicos.
O hospital de campanha de Canoas foi montado pela Prefeitura de São Paulo, que enviou para lá toda a estrutura e equipamentos, além de 8 médicos veterinários. No plano nacional, a primeira-dama do País, Janja, se dedicou pessoalmente à causa, visitou abrigos e até adotou uma cachorrinha em Canoas.
Nesta tragédia, foi criado o Comitê de Crise da Causa Animal, que reúne a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do estado, o gabinete do vice-governador, as equipes do GRAD e a Secretaria Nacional de Proteção e da Defesa Civil. Segundo a coordenação do comitê, mais de 10 mil animais foram resgatados.
São avanços significativos para os que acreditam que todas as vidas devem ser salvas!
Nestes tempos, de eventos extremos devido às mudanças climáticas, são novas atitudes e organizações que vieram para ficar!
"Ninguém larga a pata de ninguém!", virou o lema nos abrigos de pets do Rio Grande e de todo o Brasil.
sexta-feira, 10 de maio de 2024
Caramelo é símbolo de nova era: ninguém fica para trás!
Cena comovente: helicóptero de canal de TV revelou o drama do cavalo Caramelo. |
Uma imagem vale mais do que mil palavras e não é diferente na tragédia das inundações que afligem o Rio Grande do Sul.
A imagem de TV mostrou na quarta-feira, dia 8 de maio, um cavalo marrom de pé, sem poder ir para frente e nem para trás, sobre um telhado cercado por águas barrentas na cidade de Canoas.
Cabeça abaixada, patas e rabo imóveis, a magreza aparente. Sinal de desânimo, tristeza, abatimento. Uma presa encurralada pelas enchentes. Os animais têm emoções como nós humanos e podem expressar seus sentimentos pela postura do corpo.
O cavalo, batizado de Caramelo, pedia socorro!
Símbolo das tradições gaúchas e dos pampas, equino domesticado pelo homem há cerca de 5 mil anos, ele comoveu o País. E não foi deixado para trás. Toda vida importa ser salva nesta que é a maior tragédia do Rio Grande, afirmam os envolvidos nas operações.
Na manhã seguinte, dia 9 de maio, o socorro chegou em botes. Equipe de bombeiros e de médicos veterinários conseguiram chegar ao telhado onde ele estava, em bairro de casas de Canoas, depois de 40 minutos de navegação. Após a aplicação de um sedativo, Caramelo tombou suavemente em um bote e foi resgatado.
Tudo transmitido ao vivo de um helicóptero por canais de TV e da internet. Uma vez em terra seca, um caminhão do Exército levou Caramelo para um hospital veterinário, onde chegou desidratado e com lesão muscular em pata, pelo tempo que permaneceu de pé e imóvel. Ele se recupera muito bem!
Caramelo tornou-se símbolo da resiliência e da esperança, necessárias diante da tragédia das inundações no Rio Grande do Sul. E de uma nova era, de maior solidariedade e compreensão com o sofrimentos dos animais em situação de desastres.
As cenas de resgates de animais no Rio Grande do Sul se repetem a cada dia nesta tragédia, que fez de telhados ilhas de salvação. Em Porto Alegre, segundo a Prefeitura, já foram salvos mais de 5 mil animais domésticos, principalmente cães e gatos.
Nós, humanos, somos capazes de compreender o que nos dizem os animais, ainda mais os mamíferos como nós, em situação de risco.
A expressão do sofrimento é linguagem universal e perceptível, como ensina o naturalista Charles Darwin, do século 19, em seu clássico livro "A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais".
Nos telhados das casas de Porto Alegre, de Canoas, de Pelotas e outras cidades gaúchas ainda estão milhares de cães, gatos, porcos e aves refugiadas precariamente sobre as telhas. A maior parte dos desabrigados humanos pelas inundações já foi retirada das casas para abrigos seguros.
Voluntários e integrantes de ONGs de proteção aos animais ainda têm muito trabalho pela frente. E eles sabem muito bem como ver principalmente os pedidos de socorro de cães e gatos nestes telhados. Não precisam nem latir ou miar já que sua linguagem corporal é entendida por nós.
Há na expressão dos olhos de caninos e felinos uma súplica por ajuda.
Sobre o que restou de casas, abatidos, a maioria dos animais apresenta movimentos lentos, cabeça e orelhas baixas, flexão das patas em sinal de submissão ao socorrista. Uns poucos, tomados pela emoção do medo, podem alterar essa linguagem, esconder o rabo e mostrar os dentes (por receio de um ataque).
A expressão das emoções nos bichos são inatas e hereditárias, já definiu Charles Darwin. Ou seja, eles já nascem com essa linguagem corporal e nós humanos, de certa forma, também as temos por instinto.
A tragédia no Rio Grande do Sul tem mostrado uma solidariedade gigante dos brasileiros e brasileiras com pets e cavalos. A ponto desse tema ser assunto nos principais telejornais e veículos de comunicação do País.
Afinal, temos hoje a consciência de que esses eventos extremos da natureza, consequências das mudanças climáticas, em nada têm a ver com os bichos. Os animais sofrem com os eventos extremos, mas não os causaram. As causas do aquecimento da temperatura do planeta decorrem das ações humanas, principalmente dos últimos dois séculos.