segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Comissão do CRMV-SP atua em resgate de animais durante incêndio no Parque do Juquery

Toda a equipe de resgate no Parque do Juquery/Foto Comunicação do CRMV-SP 


    Um balão provocou um incêndio devastador no Parque Estadual do Juquery. no domingo dia 22 de agosto. Localizado na região metropolitana de São Paulo, no município de Franco da Rocha, o parque tem vegetação de cerrado. O clima seco de agosto deixou a flora e fauna vulneráveis a incêndios e o balão desencadeou a tragédia: em poucos dias, 80% da área do parque foi destruída pelo fogo. 
    Além do Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e voluntários, a própria Comissão de Resgate Técnico de Animais e Medicina Veterinária de Desastres do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) entrou em campo, liderando os trabalhos de salvamento dos bichos. Uma importante providência da Comissão foi divulgar um vídeo desmentindo fake news que se espalharam pela internet, e esclarecendo o que estava sendo feito de fato para ajudar a flora e a fauna. Muitos animais foram resgatados pelos médicos veterinários.  

Resgate de animais queimados/Foto Comunicação CRMV-SP

    Segundo comunicado no site do CRMV-SP, a Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres (CRTAMVD) foi criada por meio da Resolução CRMV-SP nº 2969/2021. E tem o objetivo de ampliar o diálogo e fomentar políticas públicas no estado de São Paulo para atendimento a ocorrências com animais em situação de emergência, tais como incêndios florestais, deslizamentos de terra, rompimento de barragens, entre outros desastres e catástrofes ambientais. 


Foto: Comunicação CRMV-SP





 

sábado, 28 de agosto de 2021

ONG tenta resgatar 200 cães e gatos do Afeganistão. Um voo teria decolado hoje de Cabul com parte dos animais e da equipe.

 

O ex-militar Pen Farthing em Cabul
O ex- militar britânico Pen Farthing, fundador da ONG Nowzad (https://www.nowzad.com/), está tentando retirar de Cabul, no Afeganistão, em voos fretados com financiamento particular, cerca de duzentos cães e gatos, além de toda a equipe da ONG. 

Depois de um embarque frustrado na sexta-feira, dia de um atentado terrorista no aeroporto de Cabul que provocou a morte de 170 pessoas, neste sábado um avião decolou em segurança com parte da equipe da ONG e parte dos animais, segundo comunicado da Nowzad em rede social. 

No entanto, alguns funcionários da Nowzad e animais "ficaram para trás", conforme a nota oficial. "Os nossos pensamentos por enquanto estão com a nossa equipa e com as muitas pessoas e animais que também foram deixados para trás. Faremos o possível para ajudá-los", diz o comunicado.

A tensão aumenta no Afeganistão neste fim de semana. A retirada completa das forças norte-americanas do país está prevista para a terça-feira, dia 31/08. Até lá cidadãos de diversos países e afegãos tentam deixar o país, fugindo do governo do Talibã, que recuperou o poder neste mês de agosto depois que os EUA anunciaram que retirariam todas as suas tropas do país asiático. 

A atuação da ONG Nowzad no Afeganistão já foi notícia neste blog em 2014. A ONG foi fundada durante a guerra contra terroristas em 2007 e reúne principalmente militares britânicos preocupados com a vida e o bem-estar dos animais no Afeganistão.  

Fundadores e funcionários de outras ONGs de resgate de animais do Afeganistão estão em meio a confusão no aeroporto de Cabul. As informações disponíveis em redes sociais são às vezes desencontradas. Neste sábado, a  Kabul Small Animal Rescue afirmou que tenta obter o apoio de autoridades da Inglaterra para o embarque de animais resgatados no Afeganistão e de sua equipe.




terça-feira, 17 de agosto de 2021

O paraíso dos cachorros no coração do Ibirapuera


Liberdade no Parque do Ibirapuera/Foto do autor

   Uma das áreas de lazer mais famosas do País, o Parque do Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo, tem um local para um saudável convívio das pessoas com os seus cães. É o Parque dos Cachorros.

Ocupando o espaço de um campo de futebol de areia, tendo ao redor gramados e árvores, o Parque dos Cachorros pode ser chamado de paraíso dos caninos. Neste local (entre os portões 6 e 7), os cães podem correr e brincar livremente sem as coleiras e as guias obrigatórias nas demais vias públicas e parques da cidade. Ao contrário de outros espaços destinados aos cães na cidade, este não é cercado.

Trata-se, portanto, de exceção a regras municipais e estaduais que exigem a permanente condução de cães por seus tutores.

Neste canto do Ibirapuera, no entanto, a liberdade exige maiores responsabilidade e vigilância dos donos dos animais. A regra é clara: não pode haver estresse entre os animais ou entre animais e usuários do parque e todas as fezes devem ser recolhidas pelos tutores.

A administração do Ibirapuera instalou no local um bebedouro para os cachorros. Aos sábados e domingo, o Parque dos Cachorros fica repleto dos amigos de quatro patas, com cães vira-latas e de raça se misturando, filhotes e idosos brincando, uma alegria geral.

Já a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo do Estado busca reforçar a regra com a campanha Passeio Responsável”, que conta com o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo. A campanha informa aos tutores a maneira como deve ser feito um passeio e destaca a necessidade da condução de cães em guias e coleiras nas áreas públicas.

 






sábado, 14 de agosto de 2021

Apesar dos problemas da Pandemia, vacinação de cães e gatos contra a raiva é necessária.

Agosto é conhecido como mês do “Cachorro Louco”.

Ninguém sabe ao certo de onde veio a designação, mas uma das versões atribui ao oitavo mês do ano alto índice de cadelas no cio, e por consequência machos alvoroçados. Último mês do inverno (no hemisfério sul) seria convidativo ao namoro, já que os rebentos nasceriam na primavera.

Seja qual for a razão, agosto é mês de serem lembradas as campanhas de vacinação de cães e gatos contra a doença raiva, transmitida por um vírus presente em morcegos (único mamífero voador). O Manual Técnico do Instituto Pasteur (referência na pesquisa da raiva no País desde 1903) sugere que o Dia de Vacinação contra a Raiva deva ocorrer entre julho e setembro.

A vacinação anual de cães e gatos é a principal forma de controle da doença nas áreas urbanas e de prevenção contra a infecção em seres humanos. Por isso, ela é obrigatória por lei nas principais cidades brasileiras.

Na capital São Paulo, porém, não há notícia da campanha de vacinação com postos volantes espalhados pela cidade, que sempre aconteceu em agosto. A vacinação pública dos cachorrinhos e gatinhos é oferecida somente nas dependências do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e em campanhas de castração da Prefeitura. Também em cidades como São José dos Campos ainda não há anúncios dos postos de vacinação que em anos anteriores foram espalhados pela cidade no mês de setembro, com muita adesão da população (chegou-se a vacinar 4.700 animais em único fim de semana).

Representantes dos laboratórios Pfizer/Zoetis e Boehringer Ingelheim, fabricantes tradicionais de vacinas contra a raiva para caninos e felinos,  informaram na semana passada não dispor do imunizante (Defensor e Rabisin, respectivamente) para entregar a clínicas veterinárias particulares da zona sul de São Paulo. A falta do produto em dois laboratórios é absolutamente incomum. 

O laboratório Sanofi, que tem parceria com o Instituto Pasteur e com o Butantã, para fornecimento de vacinas contra a doença em humanos, fez um alerta em jornal de circulação nacional para a importância de se manter a vacinação anual de cães e gato para o controle da doença. O texto do informe publicitário afirma que, em todo o mundo, principalmente na África e Ásia, 60 mil pessoas morrem por ano da doença. O morcego é o principal transmissor para os humanos, seguido por cães e gatos.

No Brasil, as campanhas realizadas nos últimos 30 anos reduziram os casos em humanos de 155 na década de 1980 para dois no ano passado. Isso porque a doença foi reduzida nos animais de estimação.  

Em 2020 e 2021, a Pandemia de Covid19 trouxe novos desafios para as autoridades da área de Saúde Pública. As campanhas tradicionais de vacinação de bichinhos poderiam criar aglomerações humanas e contrariar as medidas de prevenção ao novo coronavírus. No entanto, novos protocolos de ação e de comunicação não chegaram a ser apresentadas ao público.  

O vírus que causa a Covid19 é o SARS COV- 2, da família Corona. Sua origem está em em morcego da Ásia. Segundo esta teoria, aceita pelos principais cientistas do mundo, o vírus do mamífero voador sofreu uma mutação que lhe permitiu conquistar uma nova espécie, o Homo Sapiens. Mutações acontecem frequentemente e a interferência humana na natureza aumenta os riscos de epidemias. Nada indica, porém, que morcegos sejam reservatórios naturais do SARS COV-2. 

Já em relação ao vírus da raiva os morcegos são o reservatório natural, em todo o mundo. Esse vírus não é um corona, mas pertence à família Rhabdoviridae, e é do gênero Lissavirus.  A transmissão para os demais mamíferos, humanos, vacas, cavalos, os cães e gatos, é direta por meio da saliva do animal. Mas nem pensem em brigar com esses bichinhos voadores, eles são úteis na natureza, basta respeitá-los e a seu habitat.

A doença é gravíssima e fatal, uma vez manifestada na vítima. O vírus ataca o Sistema Nervoso e deixa os cães absolutamente atordoados. Foi o francês Louis Pasteur quem desenvolveu a vacina contra a raiva no final do século 19 e abriu as portas de nossas casas para os amigos peludos. Até hoje a vacina em cães e em gatos é a principal forma de controle da doença nas áreas urbanas e em humanos, é usada na prevenção de grupos de risco e no tratamento dos casos de infecção por mordedura.

Pintura de época: o cientista Louis Pauster

Segundo o Instituto Pasteur, 70% dos casos notificados em seres humanos nos países em desenvolvimento têm o cão como transmissor da doença. Mamíferos silvestres como as raposas podem também transmitir a raiva a seres humanos. Os gatos precisam ser vacinados porque como caçadores podem pegar morcegos doentes.  

Por tudo isso, a gente pergunta: cadê as campanhas de orientação aos tutores e de vacinação dos bichinhos?


  



sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Por que devo castrar meu cão e meu gato?

Foto da Prefeitura de São José dos Campos sobre Meu Pet Feliz (Adenir Britto)

  
A prefeitura de São José dos Campos (SP) abriu inscrições nesta semana para a campanha gratuita de castração de cães e gatos dos moradores da cidade. Trata-se da 12º edição da campanha Meu Pet Feliz e um total de mil castrações devem ser realizadas a partir deste mês.

  Na capital do Estado, a prefeitura também incentiva os moradores a castrarem seus pets por meio do Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos. Cada morador da cidade de São Paulo tem direito a inscrever até 10 animais para o procedimento gratuito. Na cidade do Rio de Janeiro, porém, as castrações realizadas pelo poder público estão restritas aos felinos, segundo o site do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), devido à Pandemia da Covid19.   

  As prefeituras têm demonstrado preocupação crescente com o controle de natalidade em cães e gatos para assegurar melhor qualidade de vida dos bichos e reduzir os índices de doenças zoonóticas (aquelas transmitidas pelos animais aos humanos).

  A consciência de que a cirurgia nas fêmeas (a técnica mais usada é a retirada do útero e dos ovários) e nos machos (exclusão dos testículos) é solução definitiva para ninhadas indesejadas já está presente entre os responsáveis pelos animais.

 O que pouca gente sabe são dos benefícios à saúde dos animais que a esterilização cirúrgica proporciona.

 Um dos maiores benefícios das castrações de fêmeas de ambas as espécies é a redução do risco do câncer de mama. Pesquisas internacionais já comprovaram que a retirada dos ovários, e consequentemente dos hormônios reprodutores, é prevenção ao câncer mama.

 A American Veterinary Medical Association (AVMA) defende o procedimento em bases científicas. “Metade de todas as neoplasias mamárias em cães e mais de 85% de todas as neoplasias mamárias em gatos são malignas, e a esterilização de animais de estimação fêmeas antes dos 12 meses de idade reduz esse risco”, informa. “A castração dos machos elimina o risco de câncer testicular”, acrescenta o artigo, disponível no site da AVMA.

 A organização World Animal Protection estima que “99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não desenvolvem a doença” e afirma que, em gatas, a castração reduz as chances de câncer de mama entre 40% a 60%. Importante ressaltar que o câncer de mama maligno, capaz de apresentar metástase no pulmão e fígado, pode ser fatal, gera alto sofrimento, desgaste emocional na família, e o tratamento principal é a excisão de toda a cadeia mamária.

  A retirada dos ovários e útero das fêmeas traz outros benefícios à saúde. Sem o órgão reprodutor, não há o risco de piometra, nome técnico da infecção de útero (mais comum do que se imagina) A World Animal Protection destaca: “As fêmeas não ficam mais vulneráveis a infecções uterinas graves, uma vez que o seu aparelho reprodutor é removido.” Doenças sexualmente transmissíveis, como o Tumor Venéreo Transmissível (TVT), deixam de ser também um risco.

  A literatura científica recomenda que cães e gatos sejam castrados somente após a série de vacinas que tem início aos 2 meses de idade e vão terminar 60 dias depois, ou por volta dos 6 meses de idade. Isso porque os hormônios reprodutores de machos e de fêmeas fazem parte do crescimento e definem características importantes dos animais. A castração precoce pode provocar incontinência urinária nas fêmeas, informa a AVMA. Nos machos, é preciso aguardar que os testículos desçam para o saco escrotal.

  Uma vez castrados, os machos ficam menos agressivos e deixam de urinar por toda a residência, o que reduz conflito com a família humana. Um cão macho com testículos demarca todo o território com xixi na tentativa de atrair uma fêmea da vizinhança. O xixi neste caso é uma espécie de Whatsapp do mundo canino, a principal comunicação com a namorada. Ele não larga seu Whatsapp nem de dia e nem de noite.

 Com os gatos machos, a mesma coisa acontece. Mas há um risco ainda maior: gatos pulam, sobem árvores e muros, saltam obstáculos. Acabam indo para as ruas e nas lutas inevitáveis do acasalamento de felinos podem contrair doenças virais graves, como a Leucemia Viral Felina, ou Felv, e a Imunodeficiência Viral Felina, Fiv, que foi confundida com a Aids humana na década de 1980. Ambas doenças imunológicas não têm cura.  

  Sem o impulso de ir para a rua, é reduzido com o procedimento o risco de atropelamento. As campanhas anunciadas visam sobretudo diminuir o número de filhotes de cães e de gatos abandonados nas avenidas, ruas e parques das cidades brasileiras. 

 Por tudo isso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de São Paulo reforça ser fundamental a realização de projetos educativos junto das campanhas de castração. 


O tutor deve fazer a sua parte:

As campanhas oferecidas pelas prefeituras exigem dos tutores dos animais atenção aos pré-requisitos e ao pós-operatório:

  • 1)   O animal deve estar em jejum de ração e água no dia da cirurgia (de 8 horas a 12 horas, varia conforme cada protocolo)
  • 2)   O animal deve estar saudável, comendo e bebendo normalmente e com fezes com consistência normal
  • 3)   Fêmeas não podem estar no cio, prenhas ou amamentando para entrar em uma campanha
  • 4)   Cães e cadelas precisam usar roupinhas cirúrgicas
  • 5)   Os gatos devem ir em caixa de transporte de felinos domésticos
  • 6)   Os medicamentos prescritos devem ser administrados corretamente. Programa-se para dar atenção ao seu pet.
  • 7)   Mantenha as vacinas de seu pet em dia  

 

 Para mais informações:


Prefeitura de São José dos Campos – Programa Meu Pet Feliz:

https://www.sjc.sp.gov.br/servicos/saude/meu-pet-feliz/

 

Prefeitura de São Paulo – Centro de Controle de Zoonoses:

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/

 

Prefeitura do Rio de Janeiro – Centro de Controle de Zoonoses:

http://www.rio.rj.gov.br/web/vigilanciasanitaria/castracao