Toda a equipe de resgate no Parque do Juquery/Foto Comunicação do CRMV-SP |
Resgate de animais queimados/Foto Comunicação CRMV-SP |
Toda a equipe de resgate no Parque do Juquery/Foto Comunicação do CRMV-SP |
Resgate de animais queimados/Foto Comunicação CRMV-SP |
O ex-militar Pen Farthing em Cabul |
Depois de um embarque frustrado na sexta-feira, dia de um atentado terrorista no aeroporto de Cabul que provocou a morte de 170 pessoas, neste sábado um avião decolou em segurança com parte da equipe da ONG e parte dos animais, segundo comunicado da Nowzad em rede social.
No entanto, alguns funcionários da Nowzad e animais "ficaram para trás", conforme a nota oficial. "Os nossos pensamentos por enquanto estão com a nossa equipa e com as muitas pessoas e animais que também foram deixados para trás. Faremos o possível para ajudá-los", diz o comunicado.
A tensão aumenta no Afeganistão neste fim de semana. A retirada completa das forças norte-americanas do país está prevista para a terça-feira, dia 31/08. Até lá cidadãos de diversos países e afegãos tentam deixar o país, fugindo do governo do Talibã, que recuperou o poder neste mês de agosto depois que os EUA anunciaram que retirariam todas as suas tropas do país asiático.
A atuação da ONG Nowzad no Afeganistão já foi notícia neste blog em 2014. A ONG foi fundada durante a guerra contra terroristas em 2007 e reúne principalmente militares britânicos preocupados com a vida e o bem-estar dos animais no Afeganistão.
Fundadores e funcionários de outras ONGs de resgate de animais do Afeganistão estão em meio a confusão no aeroporto de Cabul. As informações disponíveis em redes sociais são às vezes desencontradas. Neste sábado, a Kabul Small Animal Rescue afirmou que tenta obter o apoio de autoridades da Inglaterra para o embarque de animais resgatados no Afeganistão e de sua equipe.
Uma das áreas de lazer mais famosas do País, o Parque do Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo, tem um local para um saudável convívio das pessoas com os seus cães. É o Parque dos Cachorros.
Ocupando o espaço de um campo
de futebol de areia, tendo ao redor gramados e árvores, o Parque dos Cachorros
pode ser chamado de paraíso dos caninos. Neste local (entre os portões 6 e 7),
os cães podem correr e brincar livremente sem as coleiras e as guias
obrigatórias nas demais vias públicas e parques da cidade. Ao contrário de
outros espaços destinados aos cães na cidade, este não é cercado.
Trata-se,
portanto, de exceção a regras municipais e estaduais que exigem a permanente condução
de cães por seus tutores.
Neste
canto do Ibirapuera, no entanto, a liberdade exige maiores
responsabilidade e vigilância dos donos dos animais. A regra é clara: não pode
haver estresse entre os animais ou entre animais e usuários do parque e todas
as fezes devem ser recolhidas pelos tutores.
A administração do Ibirapuera
instalou no local um bebedouro para os cachorros. Aos sábados e domingo, o
Parque dos Cachorros fica repleto dos amigos de quatro patas, com cães
vira-latas e de raça se misturando, filhotes e idosos brincando, uma alegria
geral.
Já
a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo do Estado busca
reforçar a regra com a campanha “Passeio Responsável”, que conta com o apoio da
Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo. A campanha informa
aos tutores a maneira como deve ser feito um passeio e destaca a necessidade da
condução de cães em guias e coleiras nas áreas públicas.
Agosto é conhecido como mês do “Cachorro Louco”.
Ninguém sabe ao certo de onde
veio a designação, mas uma das versões atribui ao oitavo mês do ano alto índice
de cadelas no cio, e por consequência machos alvoroçados. Último mês do inverno
(no hemisfério sul) seria convidativo ao namoro, já que os rebentos nasceriam
na primavera.
Seja qual for a razão, agosto
é mês de serem lembradas as campanhas de vacinação de cães e gatos contra a
doença raiva, transmitida por um vírus presente em morcegos (único mamífero
voador). O Manual Técnico do Instituto Pasteur (referência na pesquisa da raiva
no País desde 1903) sugere que o Dia de Vacinação contra a Raiva deva ocorrer
entre julho e setembro.
A vacinação anual de cães e
gatos é a principal forma de controle da doença nas áreas urbanas e de
prevenção contra a infecção em seres humanos. Por isso, ela é obrigatória por
lei nas principais cidades brasileiras.
Na capital São Paulo, porém,
não há notícia da campanha de vacinação com postos volantes espalhados pela
cidade, que sempre aconteceu em agosto. A vacinação pública dos cachorrinhos e
gatinhos é oferecida somente nas dependências do Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) e em campanhas de castração da Prefeitura. Também em cidades como São
José dos Campos ainda não há anúncios dos postos de vacinação que em anos anteriores foram
espalhados pela cidade no mês de setembro, com muita adesão da população
(chegou-se a vacinar 4.700 animais em único fim de semana).
Representantes dos laboratórios
Pfizer/Zoetis e Boehringer Ingelheim, fabricantes tradicionais de vacinas contra a raiva para
caninos e felinos, informaram na semana
passada não dispor do imunizante (Defensor e Rabisin, respectivamente) para entregar a clínicas veterinárias particulares da zona sul de São Paulo. A falta do produto em dois laboratórios é absolutamente incomum.
O laboratório Sanofi, que tem parceria com o Instituto Pasteur e com o Butantã, para fornecimento de vacinas contra a doença em humanos, fez um alerta em jornal de circulação nacional para a importância de se manter a vacinação anual de cães e gato para o controle da doença. O texto do informe publicitário afirma que, em todo o mundo, principalmente na África e Ásia, 60 mil pessoas morrem por ano da doença. O morcego é o principal transmissor para os humanos, seguido por cães e gatos.
No Brasil, as campanhas realizadas nos últimos 30 anos reduziram os casos em humanos de 155 na década de 1980 para dois no ano passado. Isso porque a doença foi reduzida nos animais de estimação.
Em 2020 e 2021, a Pandemia de Covid19 trouxe novos desafios para as autoridades da área de Saúde Pública. As campanhas tradicionais de vacinação de bichinhos poderiam criar aglomerações humanas e contrariar as medidas de prevenção ao novo coronavírus. No entanto, novos protocolos de ação e de comunicação não chegaram a ser apresentadas ao público.
O vírus que causa a Covid19 é o SARS COV- 2, da família Corona. Sua origem está em em morcego da Ásia. Segundo esta teoria, aceita pelos principais cientistas do mundo, o vírus do mamífero voador sofreu uma mutação que lhe permitiu conquistar uma nova espécie, o Homo Sapiens. Mutações acontecem frequentemente e a interferência humana na natureza aumenta os riscos de epidemias. Nada indica, porém, que morcegos sejam reservatórios naturais do SARS COV-2.
Já em relação ao vírus da raiva os morcegos são o reservatório natural, em todo o mundo. Esse vírus não é um corona, mas pertence à família Rhabdoviridae, e é do gênero Lissavirus. A transmissão para os demais mamíferos, humanos, vacas, cavalos, os cães e gatos, é direta por meio da saliva do animal. Mas nem pensem em brigar com esses bichinhos voadores, eles são úteis na natureza, basta respeitá-los e a seu habitat.
A doença é gravíssima e fatal, uma vez manifestada na vítima. O vírus ataca o Sistema Nervoso e deixa os cães absolutamente atordoados. Foi o francês Louis Pasteur quem desenvolveu a vacina contra a raiva no final do século 19 e abriu as portas de nossas casas para os amigos peludos. Até hoje a vacina em cães e em gatos é a principal forma de controle da doença nas áreas urbanas e em humanos, é usada na prevenção de grupos de risco e no tratamento dos casos de infecção por mordedura.
Pintura de época: o cientista Louis Pauster |
Segundo o Instituto Pasteur, 70% dos casos notificados em seres humanos nos países em
desenvolvimento têm o cão como transmissor da doença. Mamíferos silvestres como
as raposas podem também transmitir a raiva a seres humanos. Os gatos precisam ser vacinados porque como caçadores podem pegar morcegos doentes.
Por tudo isso, a gente
pergunta: cadê as campanhas de orientação aos tutores e de vacinação dos bichinhos?
Foto da Prefeitura de São José dos Campos sobre Meu Pet Feliz (Adenir Britto) |
Na capital do Estado, a prefeitura também
incentiva os moradores a castrarem seus pets por meio do Programa Permanente de Controle Reprodutivo de
Cães e Gatos. Cada morador da cidade de São Paulo tem direito a inscrever até
10 animais para o procedimento gratuito. Na cidade do Rio de Janeiro, porém, as
castrações realizadas pelo poder público estão restritas aos felinos, segundo o
site do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), devido à Pandemia da Covid19.
As prefeituras têm demonstrado preocupação
crescente com o controle de natalidade em cães e gatos para assegurar melhor qualidade
de vida dos bichos e reduzir os índices de doenças zoonóticas (aquelas
transmitidas pelos animais aos humanos).
A consciência de que a cirurgia nas fêmeas (a
técnica mais usada é a retirada do útero e dos ovários) e nos machos (exclusão dos
testículos) é solução definitiva para ninhadas indesejadas já está presente entre
os responsáveis pelos animais.
O que pouca gente sabe são dos benefícios à
saúde dos animais que a esterilização cirúrgica proporciona.
Um
dos maiores benefícios das castrações de fêmeas de ambas as espécies é a
redução do risco do câncer de mama. Pesquisas internacionais já comprovaram que
a retirada dos ovários, e consequentemente dos hormônios reprodutores, é
prevenção ao câncer mama.
A American Veterinary Medical
Association (AVMA) defende o procedimento em bases científicas. “Metade de
todas as neoplasias mamárias em cães e mais de 85% de todas as neoplasias
mamárias em gatos são malignas, e a esterilização de animais de estimação
fêmeas antes dos 12 meses de idade reduz esse risco”, informa. “A castração dos
machos elimina o risco de câncer testicular”, acrescenta o artigo, disponível no
site da AVMA.
A organização World Animal
Protection estima que “99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não
desenvolvem a doença” e afirma que, em gatas, a castração reduz as chances de
câncer de mama entre 40% a 60%. Importante ressaltar que o câncer de mama
maligno, capaz de apresentar metástase no pulmão e fígado, pode ser fatal, gera
alto sofrimento, desgaste emocional na família, e o tratamento principal é a
excisão de toda a cadeia mamária.
A retirada dos ovários e útero
das fêmeas traz outros benefícios à saúde. Sem o órgão reprodutor, não há o
risco de piometra, nome técnico da infecção de útero (mais comum do que se
imagina) A World Animal Protection destaca: “As fêmeas não ficam mais
vulneráveis a infecções uterinas graves, uma vez que o seu aparelho reprodutor
é removido.” Doenças sexualmente transmissíveis, como o Tumor Venéreo
Transmissível (TVT), deixam de ser também um risco.
A literatura científica recomenda que cães e
gatos sejam castrados somente após a série de vacinas que tem início aos 2
meses de idade e vão terminar 60 dias depois, ou por volta dos 6 meses de
idade. Isso porque os hormônios reprodutores de machos e de fêmeas fazem parte
do crescimento e definem características importantes dos animais. A castração
precoce pode provocar incontinência urinária nas fêmeas, informa a AVMA. Nos
machos, é preciso aguardar que os testículos desçam para o saco escrotal.
Uma vez castrados, os machos ficam
menos agressivos e deixam de urinar por toda a residência, o que reduz conflito
com a família humana. Um cão macho com
testículos demarca todo o território com xixi na tentativa de atrair uma fêmea
da vizinhança. O xixi neste caso é uma espécie de Whatsapp do mundo canino, a
principal comunicação com a namorada. Ele não larga seu Whatsapp nem de dia e
nem de noite.
Com os
gatos machos, a mesma coisa acontece. Mas há um risco ainda maior: gatos pulam,
sobem árvores e muros, saltam obstáculos. Acabam indo para as ruas e nas lutas
inevitáveis do acasalamento de felinos podem contrair doenças virais graves, como
a Leucemia Viral Felina, ou Felv, e a Imunodeficiência Viral Felina, Fiv, que
foi confundida com a Aids humana na década de 1980. Ambas doenças imunológicas não
têm cura.
Sem o impulso de ir para a rua, é reduzido
com o procedimento o risco de atropelamento. As campanhas anunciadas visam sobretudo
diminuir o número de filhotes de cães e de gatos abandonados nas avenidas, ruas
e parques das cidades brasileiras.
Por tudo isso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de São Paulo reforça ser fundamental a realização de projetos educativos junto das campanhas de castração.
O tutor deve fazer a sua parte:
As campanhas oferecidas pelas prefeituras exigem dos tutores dos animais atenção aos pré-requisitos e ao pós-operatório:
Prefeitura de São José dos Campos –
Programa Meu Pet Feliz:
https://www.sjc.sp.gov.br/servicos/saude/meu-pet-feliz/
Prefeitura de São Paulo – Centro de
Controle de Zoonoses:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/
Prefeitura do Rio de Janeiro – Centro
de Controle de Zoonoses:
http://www.rio.rj.gov.br/web/vigilanciasanitaria/castracao