domingo, 6 de dezembro de 2020

Vacina contra Covid19 da Pfizer: laboratório tem larga experiência na prevenção de cães contra coronavírus.

 

Neste domingo, a farmacêutica norte-americana Pfizer, que desenvolveu com a BioNetch, a vacina contra a doença Covid19, divulgou a bula do produto para as autoridades do Reino Unido. A vacina da Pfizer já esta aprovada para uso em massa na Inglaterra, Escócia e Irlanda, e a vacinação terá início nas próximas semanas. 

O que pouca gente sabe é que a Pfizer já tem larga experiência em vacina contra vírus da família Coronavírus. É da Pfizer uma das melhores vacinas do mundo, a V10, contra a doença coronavírus que afeta os cães. A vacina é aplicada pelos veterinários anualmente nos cães no Brasil para prevenção desta grave doença respiratória dos Canis familiaris. Possivelmente, toda a expertise no desenvolvimento, conservação e distribuição desta vacina da Pfizer, a Vanguard V10, contribuiu de certa forma para a nova vacina contra a Covid19.

Trata-se, no entanto, de um vírus espécie-específico, ou seja o vírus que causa doença nos cães não consegue infectar seres humanos, pois não há em nossas células receptores para estes agressores. Igualmente, o vírus que causa a Covid19 não infecta os cães, pois nestes animais não há receptores para este vírus. Sem a ligação na membrana celular, não há a infecção da célula, caracterizada pela invasão do vírus e sua posterior multiplicação.

Outro vírus da família Coronavírus afeta especificamente os gatos domésticos, mas para estes não há vacina. O vírus causa a Peritonite Infecciosa Felina (PIF), doença gravíssima, fatal na maioria dos casos devido a inflamação do peritôneo, membrana que envolve o abdômen. 

O que se sabe, até agora, é que o vírus da Covid19 tem origem nos morcegos asiáticos. Teria ocorrido uma mutação no vírus do morcego que infectou um ser humano. Ou seja, uma mutação que permitiu a um tipo de vírus conquistar uma nova espécie o Homo Sapiens, e possivelmente os demais Primatas do planeta. Este tipo de mutação não é incomum na história natural, como bem descreveu Charles Darwin. Com certeza, na China, não foi uma, mas milhares, centenas, milhões de contatos do vírus do morcego com os seres humanos, e um determinado vírus modificado conseguiu se adaptar à nova espécie e ampliar suas vítimas e territórios por todo o mundo. 

O Homo Sapiens também, há milhões de anos, conseguiu por meio da hereditariedade e das mudanças genéticas se sobressair sobre os demais animais e ter a soberania no planeta terra, hoje ocupado por 7 bilhões de seres humanos.   

Evidentemente, que os seres humanos não imaginavam que no século 21, depois de vencerem leões, elefantes e gorilas, nevascas, mares enormes, fome e frio, fossem tremer diante de um inimigo invisível e mortal, o vírus da Covid19. Da pedra lascada, às lanças e aos tanques de guerra e aviões caças, nenhuma destas armas pode ser usada na batalha atual do mundo por sua sobrevivência. A única arma disponível é a prevenção garantida pelas vacinas, desenvolvidas a partir do século 19, por ocasião do combate à varíola (outra doença causada por vírus).

A Organização Mundial  de Saúde (OMS) mantém em seu site uma página explicando como são desenvolvidas as vacinas. Vale a pena conferir: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-vaccines/how-are-vaccines-developed




   

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Vitória de Joe Biden, nos EUA, garante preservação do meio-ambiente.

 A vitória do candidato Democrata, Joe Biden, na corrida à Casa Branca, nos Estados Unidos, é um alívio a todos os defensores do meio-ambiente, da flora e da fauna do planeta. Ao contrário de Trump, um negacionista, Joe Biden confia na Ciência e nas mudanças climáticas, é a favor da energia limpa, e teme como todos nós o aquecimento global.

Joe Biden assumirá a Presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2021, tendo ao lado a vice-presidente Kamala Harris. Biden já disse que irá defender a preservação da Amazônia e combaterá de Washington o desmatamento na floresta. Isso porque a Amazônia é fundamental para conter o aumento da temperatura no planeta. Em debate, Biden chegou a cogitar um boicote econômico aos grandes exportadores do Brasil caso o governo federal e os exportadores não se empenhem de fato em conter o desmatamento. 

A simples posição expressa do novo presidente dos Estados Unidos é suficiente para uma mudança na atitude do presidente Bolsonaro e de seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, um defensor de garimpeiros ilegais e que, ao reduzir a fiscalização, incentiva o desmatamento e as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Isso porque o comércio entre Brasil e EUA é intenso e ninguém do lado de cá quer perder dólares por causa de um bando de irresponsável que estão acabando com a floresta.

O político Democrata também irá retomar o Acordo de Paris, que Trump abandonou  ainda nos primeiros anos na Casa Branca. O Acordo de Paris é fundamental para conter o aquecimento global e manter sob certo controle a poluição do planeta pelas atividades humanas.  

Temos, portanto, na posse de Joe Biden em janeiro de 2021, a esperança renovada em favor da vida dos animais e da preservação das florestas.  


terça-feira, 6 de outubro de 2020

Alerta sobre Forte Onda de Calor em São Paulo

Prezados amigos e amigas deste blog, uma forte onda de calor está prevista para esta semana, nos dias 7, 8 e 9 de outubro, em São Paulo e outras cidades como Rio de Janeiro, Cuiabá e Campo Grande. 

Há risco de desidratação e de hipertermia em cães e em gatos, já que eles não suam e têm sistema limitado para redução da temperatura corporal.

Seguem recomendações para prevenção:

1)        Aumente oferta de água para os pets

2)       Não leve seu cão para passear entre 10h30 e 17 horas.

3)      Ofereça aos cães banana e mamão gelados durante as tardes

4)        Ofereça aos gatos ração úmida gelada (os sachês)

5)        Não deixe seu animal exposto ao sol em casa

6)        Cancele as brincadeiras e exercícios caseiros

7)        Evite banhos em pet shops nesta semana, o estresse e o secador podem causar danos

8)        Não tose seu cão ou gato. O pelo é térmico e mantém baixa a temperatura da pele

9)        O apetite pode ser menor nestes dias quentes. Mas o consumo de água aumenta!

10)    Recorra ao ventilador e ar condicionado.

Médico Veterinário e Mestre em Saúde e Bem-Estar Animal

RICARDO OSMAN G. AGUIAR


sábado, 1 de agosto de 2020

O livro a Origem das Espécies ajuda a entender a Pandemia da Covid19

Nesta época de isolamento social devido à Pandemia da Covid19, a leitura do livro de Charles Darwin "A Origem das Espécies e a Seleção Natural", publicado originariamente em 1859, em Londres, é de grande importância, para entendermos o movimento de multiplicação e adaptação presente no mundo animal, vegetal, no reino dos fungos, e até no microuniverso de bactérias e vírus.
  Conforme descreveu Darwin, depois de uma viagem longa no navio Beagle e de décadas de estudos na Inglaterra, os seres vivos (animais vertebrados, invertebrados, e vegetais, os reinos a que se limitou o pesquisador inglês) estão submetidos a uma complexa dinâmica na luta pela sobrevivência no planeta. Enfrentando desafios, o meio ambiente e o clima, a escassez ou abundância de alimentos, as mudanças nas marés e no nível dos lagos, animais e plantas multiplicam-se e têm descendentes com variedades biológicas e de instintos. As variedades estão presentes num grão ou num filhote de mamífero. E os mais adaptados às circunstâncias, também dinâmicas e mutáveis, vão sobreviver e deixar descendentes com a variedade que os favoreceu nesta luta pela sobrevivência. Esta sequência, com o tempo, altera a forma ou os instintos dos herdeiros de tal características que os afasta em comparação direta de seus progenitores, é quando uma nova espécie surge, de um gênero comum.

 

                          Fósseis e o tempo

    Esta é em linhas gerais a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, que se aplica naturalmente ao Homo Sapiens, o Homo sábio, a espécie humana. Insetos, mamíferos, répteis, aves, todos os seres, e plantas e árvores seguem nesta direção, evoluindo e se adaptando, criando novas espécies e levando outras à extinção. Muitos progenitores originais somente são conhecidos por meio de fósseis escavados pelos arqueólogos e naturalistas.  

 A Hereditariedade

   A hereditariedade das variedades é a chave para o entendimento da evolução das espécies. Na época de Charles Darwin, o DNA ainda não era conhecido, mas já haviam estudos sobre os genes e a genética. Somente na década de 1950, cientistas conseguiram mostrar a forma do DNA, em hélice, e confirmar seu relevante papel dentro do núcleo de todas as células, nos cromossomos. Sobretudo, no século passado, foi desfeito o mistério nas células reprodutoras, que têm menos cromossomos, justamente para que haja a união e o complemento entre machos e fêmeas. 

   Charles Darwin não escreveu sobre bactérias ou vírus. Alguns cientistas não consideram os vírus nem como seres vivos, pois precisam de uma célula dos hospedeiros para se reproduzirem. Mas esta é uma longa discussão, e interminável debate. Seja como for, as teorias de Darwin podem ser aplicadas ao universo microscópico das bactérias e vírus. Ao que tudo indica, o vírus da Covid19, pertencente ao gênero Coronavírus, existia naturalmente nos morcegos. Um deles na China conseguiu, por meio de variedade/mutação, e de contato direto com seres humanos, se adaptar a uma nova espécie, o Homo Sapiens.   

Uma obra científica 

  O livro de Charles Darwin causou uma revolução na Ciência Natural. No entanto, é menos pretensioso do que se imagina pois ao falar da evolução das espécies animais e vegetais, Darwin não questiona a origem da vida, nem a existência de Deus. Ao contrário, limita-se a falar da dinâmica lançada pelo Criador. Como observou, e hoje isso é óbvio, o planeta, sua geologia, seus animais, vegetais e fungos estão em movimento, em mudança, em evolução, e não parados e estáticos. O tempo e as circunstâncias alteram os seres vivos. 

 O cientista britânico estudou taxonomia, botânica, biologia, geologia e geografia. Seu livro apresenta excelente revisão de literatura da época sobre a evolução dos seres vivos, e mostra as dúvidas dos cientistas sobre quais mecanismos seriam essenciais na evolução dos seres vivos. A dúvida essencialmente era: a girafa tem pescoço grande porque se esforçou bastante para pegar folhas no alto da árvore, o pescoço cresceu e deixou esta característica para seu filhote pela lei da hereditariedade; ou um filhote de girafa, pela lei da variedade, nasceu e cresceu com um pescoço maior, conseguiu pegar as folhas mais altas, se alimentar melhor, deixou inúmeros descendentes com pescoços maiores, e em nova seleção, os de pescoço menores desapareceram e os mais adaptados sobreviveram e deixaram descendentes? A resposta de Darwin está no último exemplo. A variedade, de causa não específica, mas ocorrida na junção dos DNAs de pai e mãe, alterou um filhote que, depois de muito tempo e diversos ciclos reprodutivos, gerou uma nova espécie. 

O cientista britânico reconhece na edição de 1859 que muitos pontos são ignorados, e prevê que somente novas pesquisas futuras irão esclarecer exatamente a questão dos genes e da hereditariedade. Deixa claro, os limites da Ciência, ele afirma, por exemplo e claramente, ser o olho um orgão complexo e não saber como o nervo óptico transforma luz em imagens no cérebro e nem por que flores são consideradas belas por pássaros e insetos, e algumas cores mais atraentes do que outras.

O livro de Darwin é uma apresentação detalhada à arvore da vida, pois segundo afirma os seres descendem de poucos progenitores comuns, sendo as espécies galhos sobreviventes de uma árvore. Os menos adaptados não deixaram descendentes. Observe-se que Darwin corretamente não fala de "mais fortes", nem "mais fracos", nem "grandes" e nem "pequenos". São os mais adaptados, e nesta vantagem pode estar um delicado e simples beija-flor, enquanto a Preguiça Gigante não deixou descendentes. 

A ameaça da Covid10 traz lições para a humanidade. O respeito a todos os seres e ao planeta. O orgulho humano impede de ver que podemos desaparecer na próxima epidemia se deixar simplismente de ser menos adaptados. Afinal, o Planeta Terra é soberano. 

 


 
   

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Lições da epidemia: São Roque e a peste em Portugal.

Roque de Montpellier - WikiwandAntónio Vieira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Um Sermão de Padre Antônio Vieira que serve para os dias atuais da Covid19


  No século XVII, a região de Algarve, no sul de Portugal, sofria da fome e da peste. A peste bubônica, transmitida por pulgas de ratos e causada por uma bactéria, devastara toda a Europa e ainda resistia em Algarve.

  O padre português Antônio Vieira registrou, em seus Sermões,  o clamor da comunidade pela proteção de São Roque. Segundo relatos,  o Santo da Igreja Católica romana, protetor dos cães e dos inválidos,   teria sobrevivido à peste durante viagem à França,  e protegido os fiéis daquele mal.

  Em sermão realizado no ano de 1659, na capela real da coroa portuguesa, Padre Antônio Vieira apresenta o caráter de santidade e de proteção de São Roque contra a peste.
  Trata-se de texto belíssimo,  que serve de conforto aos dias atuais em que o mundo enfrenta a Pandemia da Covid19.

  Já no início do sermão, Vieira observa que a peste tem características ainda piores do que as demais doenças, porque sua vítima deve ficar isolada de familiares e amigos. Tanto naquela época quanto hoje, os doentes são isolados porque podem infectar as outras pessoas. No século XVII desconhecia-se o mecanismo pelo qual a doença era transmitida, por isso os doentes eram praticamente expurgados das comunidades. 

   Fuge, dilecte mi”. Ou seja, fuja de mim ou se afaste de mim porque estou doente. É o que ouvimos nestes tempos atuais de Pandemia da Covid19, em que os pacientes são atendidos nos hospitais sem as visitas dos familiares e os enterros são feitos às pressas.

  Grandes males são as enfermidades, as feridas, as guerras, os desgostos, os desprezos, os temores, e outros... Mas mal em que é forçoso dizer aos que amais, que fujam de vós, esse é o maior mal de todos os males, esse é o que acaba o valor na maior paciência, esse é o que tira a vida na maior constância. Tal é o mal da peste.”

 "Mal em que o dizer ‘estai comigo’ é querer mal, e o dizer ‘fugi de mim’ é querer bem.” 
   Na época de padre Antônio Vieira a Ciência desconhecia os microorganismos, que viriam a ser descobertos por Louis Pasteur, no século XIX na França. Os antibióticos estavam longe, muito longe, de serem descobertos e utilizados em larga escala. 

   A infecção acelerada da peste bubônica pela pulga dos ratos forçou o distanciamento social e a parada das atividades econômicas, como ocorre atualmente no Brasil. 

  Os portos e as barras fechadas, e os navegantes alongando-se ao mar e não só fugindo da costa, mas ainda dos ventos dela: os caminhos por terra tomados com severíssimas guardas; o comércio e a comunicação humana totalmente impedidos; as ruas desertas e cobertas de erva e mato, como nos contavam e viram nossos maiores nesta cidade de Lisboa", descreve Vieira.

  Neste sermão, o autor relata que as sepulturas estavam sempre abertas e que fazendas adquiridas com tanto esforço estavam com a produção parada. Falências e fome.

  A esperança do povo estava na Fé em Jesus Cristo e Padre Antonio Vieira cita as orações e o clamor pela intercessão de São Roque. “Os grandes males pedem grandes remédios, e um mal tamanho como o da peste só o podia remediar um tamanho Santo como São Roque. Canonizado está São Roque no mundo com o nome de advogado da peste, mas a mim me parece muito vulgar esse nome...” O mais indicado, para Vieira, é outro: “Só um nome acho igual à virtude de São Roque, e é chamar-lhe 'peste 'da peste.”

  Vieira queria ressaltar no sermão que a peste bubônica que tantas vidas levou na Europa tinha um perseguidor implacável, que poderia ser considerado uma “peste” no encalço da peste bubônica.

  São Roque foi 'peste' da peste para ser semelhante a Cristo crucificado”, definiu Vieira

  Naquela época, achava-se que os ventos estavam contaminados e levavam a doença por motivos inexplicáveis. Não se sabia ainda que um inseto era o transmissor da bactéria fatal. 
  Neste Sermão, Vieira conta que Cristo foi inimigo da peste e que utilizava também o sistema de "contágio" para espalhar o bem e a saúde sobre a terra.

  "O modo de matar da peste é por contágio, crescendo, e continuando-se a corrupção pela comunicação das partes... Dá na casa, e leva a rua, dá na rua, e leva a cidade, dá na cidade e leva o reino.” Ao contrário da infecção do mal, Cristo espalhou a luz. “As primeiras partes do ar que se purificaram com a virtude do Crucificado, foram as do monte Calvário, do Calvário passou o contágio a Jerusalém, de Jerusalém a toda a Palestina e da Palestina a todas as partes do mundo...

  Sendo São Roque adversário da peste, este foi invocado pela população da cidade de Constância que ardia em febre. “Saiu a imagem pelas ruas de Constância e sem se tirarem os enfermos às ruas, saravam nas casas, saravam nas enfermarias, saravam nos hospitais, enfim, em qualquer parte da cidade, por remota, por distante, por oculta que fosse, saravam todos.”   

  Isto sim que é purificar o ar por verdadeiro contágio”, ressaltou Vieira no sermão.

  Na conclusão do sermão, o padre faz seu apelo ao santo: “Supra o vosso poder a nossa fraqueza, supra o vosso merecimento a nossa indignidade, supra a vossa graça com Deus a nossa ingratidão tão repetida.”

   Por todos estes séculos, manteve-se o ser humano irresponsável destruidor da natureza, indo além dos limites ao invadir incauto novos nichos ocupados por bactérias e vírus perigosos. A imprudência na higiene, na educação e na alimentação desencadearam epidemias. A resposta da natureza ao invasor de habitats e ao voraz caçador foram, em muitos casos, novas Pandemias, como esta da Covid19, no século XXI.   
  Assim como as nossas culpas nos fizeram companheiros desta desgraça, assim o vosso favor nos faça participantes do remédio dela”, orou Padre Antônio Vieira, a São Roque. 

A peste bubônica pode voltar a ameaçar o mundo (e o Brasil ...

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domingo, 7 de junho de 2020

A Tempestade Perfeita: a Covid19 no Brasil.

Coronavírus já causou mais de 100 mil mortes no mundo
O Brasil segue para ter em poucos dias 700 mil pessoas infectadas, segundo dados da BBC. Nesta semana, os 36 mil mortos no Brasil pela Covid19 vão chegar a 40 mil, e desta forma o Brasil subirá para o segundo lugar no ranking mundial da morte, atrás apenas do total de mortes nos Estados Unidos.
No dia 3 de maio, o Brasil estava em nono lugar em número de pessoas infectadas entre todos os países. Pouco mais de um mês depois, já ocupa o segundo lugar em número de infectados atrás apenas dos Estados Unidos. Uma subida rápida dos casos confirmados, em espiral descontrolada.
Pesquisadores e o ex-ministro Mandetta já preveem mais de 100 mil mortes no Brasil pela Covid19 até agosto. Neste caso, em agosto e setembro o Brasil estará próximo do primeiro lugar no ranking de números de mortes.
É esta a trágica herança de Jair Bolsonaro para o povo brasileiro deixada ainda durante a sua administração ( ou desgoverno). Não é à toa que o Ministério da Saúde não quer mais divulgar os dados sobre a Covid19 no País. Não é à toa que Donald Trump abandonou Bolsonaro e citou nesta semana o Brasil como exemplo do que não deu certo no combate à Pandemia. Não é à toa que neste domingo o primeiro astrólogo oficial do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, e filosofo do fascimo tropical, abandonou também o capitão, chamando-o de covarde. Carvalho quer sair de perto do governo que em julho e agosto terá dias terríveis, sobretudo devido à irresponsabilidade, incompetência e insanidade de Jair Bolsonaro.
Rezemos por uma vacina. O desmonte realizado no Ministério da Saúde e a crise política provocada por Bolsonaro retiram do Brasil condições de dar resposta adequada à Pandemia.
O gênero Coronavírus já é conhecido de médicos, cientistas e médicos veterinários, porque alguns tipos estão presentes em animais domésticos. O novo coronavírus ainda é estudado. Mas sabe-se que se alastra com a facilidade dos tipos de vírus Corona já conhecidos. Se a Pandemia encontra um país no qual o próprio presidente combate a ciência e o isolamento social, uma das principais medidas de prevenção às infecções, a tempestade perfeita está formada.
Abs
Ricardo Osman G. Aguiar
Jornalista e médico veterinário, Mestre em Saúde e Bem-Estar Animal

domingo, 26 de abril de 2020

Covid19: aliança científica para desenvolver a vacina, a arma contra a doença.


  Na sexta-feira, dia 24, enquanto o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciava a sua demissão diante de nova crise criada por Jair Bolsonaro, importante reunião on-line promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a partir de Genebra, reunia líderes da Europa, cientistas e empresários, como Bill Gates, em torno de uma causa comum: desenvolver rapidamente um medicamento eficaz e a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid19.
   A aliança global científica lançada pela OMS é uma base real para a esperança de todas as nações que sofrem com a Pandemia, sobretudo para países como o Brasil, com crise econômica em paralelo. O projeto tem como objetivo levar “a todos” e “em qualquer lugar” a droga ou a vacina contra a doença, uma vez desenvolvidas, considerando-as como “bens da humanidade”.  
  Com apoio da União Europeia, participaram do encontro da aliança o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, líderes políticos e com destaque Bill Gates, devido ao envolvimento de sua Fundação no apoio ao desenvolvimento de uma vacina.
   Nenhum representante do Ministério da Saúde ou do governo brasileiro se dispôs a participar do encontro. Neste momento de insensatez das autoridades federais no Brasil diante da Pandemia da Covid19, vem de fora do País esforços capazes de reacender a esperança.
  "Estamos enfrentando uma ameaça comum que só podemos derrotar com uma abordagem comum", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao abrir a reunião virtual, segundo o The New York Times. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o objetivo deste esforço global é o de arrecadar até 4 de maio 7,5 bilhões de euros (US $ 8,10 bilhões) para acelerar o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento.
   Segundo ainda The New York Times, Seth Berkley, CEO da aliança de vacinas da GAVI, disse que há no mundo mais de uma centena de projetos para desenvolver a vacina contra a Covid19, sendo que seis destes já estão em fase de ensaios clínicos.
   Um destes projetos já em ensaio clínico é o da universidade de Oxford, na Inglaterra, que ganhou apoio de Bill Gates. Os programas da Bill & Melinda Gates Foudation (a fundação criada por Bill Gates, fundador da Microsoft, e sua esposa Melinda Gate /https://www.gatesfoundation.org/) estão espalhados por todo o mundo e contam hoje com investimento de mais de 250 milhões de dólares contra a Covid19. A Fundação declarou compromisso público em ajudar a acelerar o desenvolvimento de uma vacina.
   Vacinas contra doenças em seres humanos e em animais foram desenvolvidas a partir de estudos iniciados na Inglaterra no século XVIII e desde então são utilizadas como uma das principais, senão a principal, arma contra epidemias.
  A cooperação global tem sido a regra no desenvolvimento e na produção de vacinas em todo o mundo. Temos exemplo no Brasil. A Fundação Rockefeller nos anos de 1940 patrocinou e instalou o laboratório de produção de vacina contra a febre amarela dentro da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro (https://portal.fiocruz.br/).
    Não é de hoje, e nem está restrito ao universo dos seres humanos, que vírus e bactérias estão igualmente espalhados por todo o mundo. Tanto que doenças de cães e gatos, como a Cinomose (cães) e Rinotraqueíte (gatos), são combatidas de maneira preventiva no Brasil com vacinas importadas de laboratórios norte-americanos como a Pfizer. As cepas que infeccionam os cães em Nova York e Alemanha são as mesmas de São Paulo e Rio de Janeiro.
  Em humanos, sabe-se que vários coronavírus causam infecções respiratórias que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).  
  A OMS informa em comunicado oficial: os coronavírus são uma grande família de vírus que pode causar doenças em animais ou humanos. O coronavíus descoberto recentemente causa a doença COVID19, que, até o momento, está restrita a seres humanos. Conforme ainda a OMS, há sete coronavírus humanos (HCoVs) conhecidos; entre eles o SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença COVID-19.   
   Sabemos que o cão pode ser infectado por um tipo específico de Coronavírus para o qual há vacina, e o gato pode ser infectado por outro tipo, que causa da Peritonite Infecciosa Felina (PIF), para a qual não há vacina. Nenhum destes dois vírus infecta veterinários, tutores ou quem quer que seja, são ameaças específicas a estas espécies.
   Vale ressaltar que nenhuma autoridade brasileira esteve neste encontro científico online de sexta-feira, e ao contrário integrantes do governo estão agora atacando a OMS e a China.

DESAFIOS HISTÓRICOS – O que buscamos em 2020 contra a doença Covid19 tem origem no ano de 1789, quando o médico britânico Edward Jenner fez os primeiros estudos a que se tem registro para o desenvolvimento de uma vacina. Foi um estudo empírico, Jenner sequer tinha ideia do que é um sistema imunológico, mas que lhe rende o título de pioneiro das vacinas.
   Diante de epidemia de Varíola (doença provocada por vírus), Edward Jenner percebeu que mulheres que faziam a ordenha de vacas tinham resistência à doença Varíola ou manifestavam apenas uma forma branda da doença. Havia na época uma epidemia de Varíola humana e uma versão mais leve que acometia vacas. O médico inglês resolveu inocular em pessoas saudáveis a secreção purulenta das mamas das vacas, com as quais as mulheres tiveram contato. Logo, percebeu que as pessoas inoculadas desenvolviam uma proteção contra a Varíola humana. Na época, não se conhecia ainda a resposta imunológica dos organismos, com a criação de anticorpos específicos, para enfrentar o ataque de vírus ou bactérias. Mas nascia o princípio básico de toda vacina: apresentar ao organismo uma versão atenuada ou inofensiva de determinado agente de forma que o organismo tenha tempo de desenvolver anticorpos específicos contra o verdadeiro agressor (vírus ou bactéria) se houver a infecção real. É uma espécie de preparação para a guerra com a vantagem de se ter informações antecipadas sobre o inimigo, vírus ou bactéria. Hoje, os avanços científicos permitem que além de antígenos atenuados ou mortos, tenhamos vacinas sintéticas e de partes do DNA do agente agressor.
   O experimento de Edward Jenner estava no caminho certo e as sociedades científicas perceberam isso. O nome “vacina”, segundo afirmam estudiosos, vem desta experiência de prevenção a partir do contato com as “vacas”.
   Menos de um século depois do experimento com a Varíola, e ciente do trabalho de Jenner, o cientista Louis Pasteur realizou estudos mais aprofundados na França sobre proteção contra doenças. É com Pasteur que surge o conceito de micróbio, de microorganismos invisíveis capazes de transmitir doenças, e de “pasteurização” do leite (a eliminação de bactérias do leite a partir de altas e baixas temperaturas). Louis Pasteur conseguiu atenuar vírus em laboratório a partir do calor de forma a usar este material como vacina em seres humanos, induzindo desta forma o desenvolvimento de imunidades. Conseguiu inclusive elaborar a primeira vacina contra a doença raiva (provocada por vírus) e a utilizou na prática para salvar uma criança.
     O Brasil tem pouco destaque no desenvolvimento e produção de vacinas, por isso inexplicável a ausência em um projeto de cooperação global contra a Covid19. O sanitarista Oswaldo Cruz foi um herói na luta contra a febre amarela, doença provocada por vírus, mas transmitida por meio de picada de mosquito. Uma epidemia de febre amarela assolou o Rio de Janeiro, capital da República, no início do século XX e Oswaldo Cruz foi convocado para enfrentá-la com o combate ao mosquito e a vacinação (vacinas importadas).
    Conforme o site da Fundação Oswaldo Cruz, com sede no Rio de Janeiro (https://portal.fiocruz.br/), o País somente conseguiu fabricar a vacina contra a febre amarela a partir da década de 40 e com a ajuda de outro norte-americano, John Davison Rockefeller, fundador da Standard Oil Company. “Parte da sua fortuna foi usada na medicina e pesquisas científicas através da Fundação Rockefeller, criada em 1913. A Fundação chegou ao Brasil em 1916, e em 1923 estabeleceu um convênio com o governo brasileiro para cooperação médico-sanitária e programas de erradicação de endemias, notadamente a febre amarela e depois a malária. Foi com o dinheiro de Rockefeller que, na década de 1940, montou-se o laboratório para fabricar a vacina contra febre amarela, no campus da Fiocruz, edificação que hoje leva seu nome e faz parte das instalações do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz)”.
    Em 1996, o pesquisador Peter Doherty recebeu o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina pelos estudos que fez com Rolf Zinkernagel sobre o sistema imunológico e sua resposta ao ataque de vírus. Especificamente, o estudo mostra o que é necessário para que células T (linfócitos) identifiquem o vírus dentro das células e consigam realizar a defesa do organismo. As descobertas são fundamentais para o desenvolvimento de vacinas.   
   Segundo informações do site da OMS, no domingo dia 26 de abril foram registrados no total 2.810.325 casos confirmados em 213 países, com 193.825 óbitos.

Autor do artigo e do blog: Ricardo Osman Gomes Aguiar, médico veterinário, mestre em saúde e bem-estar animal e jornalista



  

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A evolução da espécie e o bolsonarismo ruidoso

Amigos e amigas, precisei estudar Medicina Veterinária para conhecer melhor o ser humano!
O ser humano é um primata da espécie Homo sapiens, com um DNA egoísta, e predominantemente orgulhoso e predisposto a guerra e a violência. A espécie conseguiu, sabe-se lá como, se adaptar e conquistar rapidamente o planeta, tendo um salto evolutivo importante há 70 mil anos, na chamada Revolução Cognitiva (definição de Harari, Y.N., Uma breve história da humidade Sapiens, 48 ed. RS: L&PM, 2019). Depois veio a revolução Agrícola, onde entram em nossa história os cães domésticos, os primeiros canídeos a terem a coragem de fazer parceria conosco, são até hoje fieis companheiros, a nos educar, a meu ver.
"O Homo sapiens preferiu conceber a si mesmo como separado dos animais, um orfão destituído de família, carente de primos ou irmãos e, o que é mais importante, sem pai nem mãe. Mas isso simplesmente não é verdade. Gostemos ou não, somos membros de uma família grande e particularmente ruidosa chamada grandes primatas. Nossos parentes vivos mais próximos incluem os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos", escreve Harari, página 13.
Estes primatas, a partir da maturidade sexual, somente conseguem viver em grupos pequenos de 30 ou 50 indíviduos. A partir daí, um novo grupo é formado, como uma célula que se separa para formar novo organismo. Embora de origem comuns, e irmãos, os grupos serão rivais nos campos e nas florestas. E põem rivais nisto!
Ao contrário de Harari, porém, vejo na interferência de Deus a possível salvação da espécie. Ainda bem. O Criador nos impõe limites, o livre arbítrio, mas a lei da ação de do retorno. Ou se o leitor (a) preferir: o que semeamos iremos colher (São Paulo, em Espístola aos Gálatas 5.7) Temos a chance, como diz São Paulo, de passar dos impulsos biológicos, do DNA, "da carne", a uma conversão espiritual marcada pela solidariedade, o amor e a Paz. Nascemos matérias e podemos morrer em espírito.
Algumas incógnitas apontadas por Harari, verdadeiros mistérios para os cientistas, lacunas da evolução do Homo sapiens no planeta, são preenchida por estudiosos e religiosos pela presença de Jesus Cristo há 2 mil anos tentando propor ao primata Sapiens uma vida melhor. Em vez de juntar bananas para si e para seu pequeno grupo, aprenderíamos que é dando que se recebe com São Francisco de Assis (século XIII). Aprenderíamos a ter misericórdia com os doentes e os orfãos e chamaríamos tudo isso de uma nova Cultura, a moldar os impulsos do DNA primitivo.
"Embora suponha também processos evolutivos, o ser humano implica uma novidade que não se explica cabalmente pela evolução de outros sistemas abertos. Cada um de nós tem em si uma identidade pessoal, capaz de entrar em diálogo com os outros e com o próprio Deus.", afirma Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si sobre o Cuidado da Casa Comum (pág. 26).
Mas onde quero chegar? Chego agora aos tempos atuais, ao barulho ruidoso e agressivo que os apoiadores de Jair Bolsonaro provocaram no último domingo, dia 19, em frente a hospitais em São Paulo, onde fizeram buzinaços contra os doentes e a Covid19, e contra o isolamento social. Levo você leitor (a) neste momento à frente do Quartel General do Exército em Brasília onde no domingo um grupo de bolsonaristas esbravejava pela Intervenção Militar e a volta da ditadura, local onde o líder deste bando de Homo sapiens subiu em uma caminhonete, bateu no peito, e gritou que não iria "negociar nada com ninguém". Nada melhor aos ouvidos formados pelo DNA primitivo e as emoções básicas de um Homo sapiens do que a ordem ao combate!
Coletores de grãos e caçadores no passado, isso seguir ao combate, um grupo sapiens sabe fazer!
Sociólogos e filósofos passaram os últimos dias tentando explicar o comportamento dos bolsonaristas na perturbação aos doentes dos hospitais e nos gritos de guerra ao isolamento social. Gastaram muita tinta para pouca coisa. Chamaram de nazistas, irresponsáveis, adoradores de estratégias políticas equivocadas, gente que deseja a morte etc. Nesta quarta-feira, 22/04, no jornal Folha de S. Paulo o colunista Marcelo Coelho, mestre em Sociologia, nos dá uma dica de por onde analisar, mas mesmo assim gastou muita tinta. Em resumo, sua coluna diz que o fanatismo dos bolsonaristas já supera qualquer cálculo ou interesse racional. "Viva Bozo, viva o vírus e viva a morte", é o que gritam os bolsonaristas, diz Marcelo Coelho.
Do ponto de vista dos estudos que fiz do Bem-Estar animal e da ética e comportamento dos primatas, o que o grupo bolsonarista fez no domingo não exige sofisticada análise socio-psicológica-filosófica: são exemplares in natura do Homo sapiens em sua pura expressão! O grupo parou na avenida 23 de maio, bateu no peito, fez grunidos, exibiu os dentes ameaçadores, avisando que estão dispostos a ir para a guerra e aniquilar grupos rivais. Atendem assim "aos apetites da carne", São Paulo, Gálatas 5.16.
O que vimos em Brasília não foi fruto apenas de mobilização via Whatsapp, mas sobretudo mobilização de pessoas ignorantes, alheias a complexa realidade, tudo via DNA ancestral. Querem ir para guerra seja ela qual for, por movido inconfessáveis e ancestrais, e hormônios incontroláveis, para aniquiliar os grupos rivais, o grupo dos doentes, o grupo dos que querem o isolamento social e pensam diferentes deles.
O Beato Papa Paulo VI já advertia em 1971 ao falar das atividades descontroladas dos seres humanos: "os progressos científicos mais extraordinários, as invenções técnicas mais assombrosas, o desenvolvimento econômico mais prodigioso, se não estiverem unidos a um progresso social e moral, voltam-se necessariamente contra o homem", citação em Encíclica Laudato Si do Santo Padre Francisco sobre o Cuidado da Casa Comum (pagina 2).
Portanto, amigos e amigas não se iludam: embora os bolsonaristas estivessem em seus carros e manuseando smarthones sofisticados, seguem à direita na evolução humana, o que há de pior, continuam por dentro, em mente e coração, vestindo peles de animais, caminhando nômades pelas planícies da ignorância, assustados com o fogo. Por isso, transformam o medo da vida e da natureza indomável (esta transmutação de medo em raiva está presente em todos os mamíferos do planeta) em violenta agressão a quaisquer grupo que consideram rivais. Eles não vivem sem rivais. Por que? porque simplificam suas frustrações e sua luta pela sobrevivência no planeta. Não sabem viver em paz e em prosperidade!
Não é à toa que o líder é Jair Messias Bolsonaro, um Homo sapiens de pouca leitura, evangelização duvidosa, mas com formação apenas em guerra, realizada dentro dos quartéis do Exército brasileiro.
Nenhum outro animal do planeta, dos elefantes aos macacos, dos cães aos pássaros e aos peixes, desenvolveu nos últimos séculos armas nucleares e fábricas de revólveres. Talvez por isso, sabe-se lá, a doença Covid19 deixou todas as demais espécies de fora da ameaça de morte e de extinção.
O que posso dizer além de tudo isso é que meus pacientes, cães e gatos, estão vivendo tranquilamente este ano de 2020!
Abs
Ricardo Osman Gomes Aguiar
Jornalista, Médico Veterinário e Mestre em Saúde e Bem-Estar Animal, de São Paulo.

sábado, 11 de abril de 2020

Covid19: ciência deve prevalecer sobre a politicagem!

Esclareço aos amigos e amigas do Blog AnimaisOk e do Facebook que retornei às redes sociais porque sou um profissional de Saúde Pública. Não estou aqui para falar de política partidária e nem eleições.
Depois de anos dedicado ao jornalismo, durante os quais escrevi três reportagens de capa para a revista IstoÉ sobre a AIDS e outras doenças, tornei-me Médico Veterinário e Mestre em Saúde e Bem-Estar Animal (stricto senso). Para isso, estudei muito epidemiologia e vírus (como os do gênero Coronavirus, presente em animais).
O Medido Veterinário é um agente importante na Saúde Pública, e muitos cidadãos não sabem disso. Cabem aos médicos Veterinários o controle e prevenção das zoonoses, doenças transmitidas dos animais a pessoas, como a raiva, leptospirose etc. Nós vacinamos cães e gatos contra a raiva em esforço pela Saúde Pública, dos animais e das pessoas. Os Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) das cidades são dirigidos por veterinários na maioria. O próprio Covid19 pode ser classificado em seu surgimento como uma zoonose (a principal teoria é que veio do coronavirus do morcego, que conseguiu se adaptar a nova espécie por mutação, o Homo Sapiens).
É neste sentido e com esta autoridade que venho fazendo críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que age de maneira absolutamente Irresponsável. Bolsonaro é capitão e ex-deputado federal, nada sabe de Pandemias, mas pior não escuta e nem respeita quem sabe! Ontem, saiu as ruas de Brasília quebrando o isolamento social defendido pela OMS. Pagaremos, por isso, um preço alto em maio.
O Covid19 tem alta velocidade de infecção e é capaz de ficar ativo por horas e dias em materiais e outras superfícies. Exatamente como outros vírus extremamente perigosos. Mas para o Covid19 não há vacina, e além disso a doença leva uma parcela de pacientes a necessitar de internação e de respiradores, o que é de número limitado.
O isolamento social é única arma eficaz disponível! A produção de respiradores em larga escala outra arma, por isso foram dadas ordens a GM (nos EUA, não aqui no Brasil) para produzir respiradores em esforço de guerra.
Tenho certeza de que no Brasil pós Pandemia será dado maior valor para a Medicina Veterinária nas discussões sobre a Saúde Publica. Vivemos em um mundo comum a todas as espécies e com enormes interações. A Veterinária vai se valorizar dentro do conceito de Saúde Única!
Já fiz minha inscrição no site do Ministério da Saúde como solicitado nesta semana pelas autoridade aos veterinarios e outras categorias da área de saúde. Talvez sejamos convocados para missões específicas na Covid19.
Mas no futuro nossa participação deverá ser cada vez maior e iniciada já no planejamento das ações da saúde das famílias.
O médico veterinário é quem conhece e pode trabalhar para evitar possíveis epidemias de leptospirose, leishmaniose, raiva etc. E é, ao meu ver, quem entende muito de parasitas intestinais comuns, verminoses, doença do carrapato, das pulgas etc.
O Médico Veterinário é quem cuida da saúde de cachorrinhos e gatinhos que fazem parte hoje das famílias brasileiras, de maneira inquestionável, estando todos em mesmo ambiente dentro de casas ou apartamentos e em mesma sintonia emocional!
Que a Ciência seja mais valorizada do que este ou aquele político!
Abs em todos e Feliz Páscoa!
Ricardo Osman Gomes Aguiar
Jornalista, Médico Veterinário e Mestre em Saúde e Bem-Estar Animal


domingo, 29 de março de 2020

Pandemia de novo coronavírus chega ao Brasil. Mas não ameaça os animais!

Imagem do novo coronavírus/2020

  O Brasil enfrenta neste mês de março a pandemia do novo coronavírus, que teve início na China e atravessou toda a Europa. O vírus Covid19 esta fazendo milhares de vítimas humanas em todo o mundo. Mas esta pandemia não afeta a vida dos animais. O vírus tem infectado apenas o Homo Sapiens, embora segundo as primeiras pesquisas tenha vindo do morcego, a partir de uma mutação. Os cães e gatos de nossos leitores não são infectados pelo Covid19 e nem transmitem o Covid19. Isso é importante todos saberem. O genero Coronavírus incluí diversos tipos de vírus, entre os quais há um específico dos cachorros e outro dos gatos. O tipo coronavirus do cão causa doença respiratória, mas contra este há vacinas. O tipo coronavirus que infecta gatos causa a Peritonite Infecciosa Feline (PIF), mas para esta doença não há vacinas. O Covid19 é uma Pandemia, porque está avançando sobre todo o mundo, mas é doença portanto restrita aos seres humanos.