domingo, 4 de agosto de 2024

Paris 2024: Liberté pour les chevaux.

Os jogos Olímpicos na visão dos cavalos não devem ter nada de festivo e fraterno: são feitos de suor, lágrimas e sangue. Neste sentido, Paris não é uma festa para os equinos!

O cavalo Nimrod de Muze, da equipe brasileira de hipismo, teve ferimentos por esporas na semana passada, durante salto, e o sangue derramado desclassificou o cavaleiro Pedro Veniss. A inspeção veterinária da prova documentou o ferimento e decretou a punição ao Brasil!

Foi a segunda vez em uma Olimpíadas que integrante de equipe brasileira é punido  por machucar um cavalo, ocorreu também em 2016. 

Semanas antes deste grave incidente, um escândalo de maus-tratos a um cavalo abalou Paris. 

Um vídeo publicado nas redes sociais mostrava a cavaleira britânica Charlotte Dujardin, uma veterana do hipismo, medalhista, chicoteando dezenas de vezes um cavalo durante um treinamento. O vídeo não era fake, foi gravado há quatro anos, e por isso Charlotte deixou Paris e voltou para a Inglaterra. Não competiu! 

Então, temos chicotes, esporas, sangue, suor e lágrimas!

Ninguém sabe ao certo como se sente um cavalo (Equus caballus), uma presa na natureza, que anda sobre as unhas (o casco), ao ser montado por um primata, o Homo Sapiens, e ser obrigado a saltar sobre barris, obstáculos de madeira e tábuas.

Por que em vez de correrem por planícies como seus ancestrais, devem agora repetir infinitas vezes o mesmo chato percurso? E pior: participar de uma competição após um voo terrível de avião, pois a maioria chega a uma Olimpíadas em aeronaves. 

As informações históricas dizem que os cavalos participaram das Olimpíadas na Grécia antiga, quando os homens ainda veneravam a Zeus. E mulheres não podiam assistir às corridas. Depois de intervalos, retornaram oficialmente aos Jogos em 1900.

Não bastasse o sofrimento terrível que os cavalos passaram durante as guerras do século passado, agora eles são convocados para Jogos que buscam celebrar a Paz e a Amizade entre os povos. 

Se é para comemorar a Paz e a Fraternidade, e enaltecer o esporte e a saúde de todos, que o hipismo seja banido das Olimpíadas. 

Não há espaço, diante das luzes que vimos em Paris, para esses saltos nas trevas e na dor!

Salve a Revolução Francesa: égalité, liberté et fraternité

 


 

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