quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Morte do cão Excalibur gera polêmica na Europa

Javier com seu cachorro Excalibur, de 12 anos/Reprodução arquivo pessoal
       Uma polêmica toma conta hoje da Espanha. Segundo o jornal El País, o cachorro Excalibur, de 12 anos, foi sacrificado na manhã desta quarta-feira, dia 8 de outubro, por autoridades da área de Saúde de Madri, apesar do protesto de manifestantes que ficaram em frente à casa de seus donos, a enfermeira Teresa Romero e o marido Javier. No confronto com policiais, dois manifestantes ficaram feridos, informa o El País.Uma campanha na internet reuniu 300 mil assinaturas a favor da vida do animal.
        Trata-se de uma sequência de equívocos que parece ocorrer em um país subdesenvolvido, e não na Espanha, onde a Medicina tem grau elevado (a gente supõe): a enfermeira foi contaminada pelo vírus da doença ebola ao tratar dois pacientes que chegaram a hospital de Madri. Os pacientes morreram. Teresa diz que deve ter se contaminado "ao coçar o olho" no momento de tirar o traje. Um erro técnico grave, que joga por terra o uso de luvas.  
        Em seguida, as autoridades da área de saúde decidiram sacrificar Excalibur com quem ela conviveu alguns dias antes de aparecerem os sintomas da doença, por ser possível fonte de infecção (mas não comprovada). Hoje, Teresa está em um hospital de Madri. Seu marido foi quem denunciou na internet a intenção das autoridades de sacrificar e incinerar o corpo de Excalibur. 
         A medida é, sem dúvida, precipitada porque os meios de transmissão do vírus ebola são conhecidos e o animal poderia ser posto em quarentena, justamente para ser estudado. É o que dizem cientistas. O ebola é uma zoonose e foi possivelmente transmitida de morcegos e macacos para os seres humanos na África.
Vejam reportagem do El País:
"Não matem o cão, porque ele é importante do ponto de vista científico." disse ontem Eric Leroy, diretor-geral do Centro Internacional de Pesquisa Médica, em Franceville, Gabão, referindo-se a Excalibur. Mas apenas algumas horas mais tarde, o animal foi sacrificado apesar dos protestos de numerosos vizinhos e amantes dos animais. 
Leroy afirmou que o caso surgiu como oportunidade para o estudo do ebola nos cães: "O cão deve ser isolado em Madrid, e deve-se estudar os parâmetros biológicos. Vejam se alguém foi infectado e descubram se o vírus é excretado. Isso é muito importante do ponto de vista científico." 


Leia na íntegra a carta de Javier, em espanhol:
"Hola, me llamo Javier L. R. [facilita sus apellidos], soy el marido de Teresa R. R. [facilita sus apellidos], la auxiliar contagiada de ébola por tratar de forma voluntaria a los dos pacientes contagiados que fueron repatriados a España.
Quiero denunciar públicamente que un tal Zarco, creo que es jefe de sanidad de la Comunidad de Madrid, me ha dicho que tienen que sacrificar a mi perro así, sin más. Me pide mi consentimiento a lo cual me he negado rotundamente. Dice que entonces pedirán una orden judicial para entrar por la fuerza en mi casa y sacrificarle.
Yo antes de venir al hospital le deje varios cubos de agua, la bañera también con agua y un saco de pienso de 15Kg para que tuviera comida y agua. También le deje la terraza abierta para que haga sus necesidades.
Me parece injusto que por un error de ellos quieran solucionar esto por la vía rápida.
Un perro no tiene porque contagiar nada a una persona y al revés tampoco.
Si tanto les preocupa este problema creo que se pueden buscar otro tipo de soluciones alternativas, como por ejemplo poner al perro en cuarentena y observación como se ha hecho conmigo. O acaso hay que sacrificarme a mí por si acaso.
Pero claro, un perro es más fácil, no importa tanto".


Comentários:
"Como sempre animais pagam pela incompetência humana...Pelo  menos Excalibur foi amado e defendido por seus amigos. Vivas a Javier e Teresa!", enviado por Claudia Regina Silveira Aguiar, funcionária pública.

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