quarta-feira, 27 de junho de 2012

Zoológico de SP: animais preparados para o inverno.

Chimpanzés recebem cobertores/Foto Paulo Pampolin (Hype)
/Diário do Comércio
                                  O inverno teve início no hemisfério sul e tudo começa a mudar para os moradores dos zoológicos da região. A repórter Mariana Missiaggia e o fotógrafo Paulo Pampolin (Hype) fizeram excelente reportagem sobre o acontece neste período no Zoológico de São Paulo para garantir conforto aos animais. A reportagem foi publicada nesta quarta-feira no caderno de Cidades do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Vale a pena ler a reportagem:  

                                Mariana Missiaggia
                                "A estação mais fria do ano também exige cuidados dobrados com os animais. No Zoológico de São Paulo, na zona sul, biólogos e técnicos já começaram a modificar a rotina da bicharada para livrá-los do frio e de possíveis doenças.
Cobertores, camas de feno, dieta reforçada e aquecedores são algumas das mudanças que o inverno traz para o dia a dia do Zoo de São Paulo. “Cada espécie tem sua necessidade, mas a mudança que eles têm em comum é a alimentação.
O aumento no consumo geral da dieta, com itens mais calóricos, garante o gasto extra de energia durante o inverno para que os animais mantenham a temperatura de seus corpos”, explica a bióloga do Zoo de São Paulo, Inaiá Sedenho Manoel, de 31 anos.
Segundo ela, os répteis e os anfíbios, animais de sangue frio, exigem mais cuidados no inverno, já que a temperatura de seus corpos varia de acordo com a do ambiente. Então, os aquecedores passam a integrar os recintos desses bichos, deixando a temperatura entre 24°C e 25°C. “Usamos distintos tipos de aquecedores. Para espécies aquáticas, colocamos na água. Para os terrestres, no ar. Em alguns casos, aquecemos somente alguns pontos do recinto, para que o animal procure abrigo, se desejar”, disse a bióloga. Ela também alertou que essas mesmas espécies podem sofrer com a baixa umidade do ar, por conta do aquecimento. Por isso, umidificadores são instalados em alguns ambientes e borrifa-se água no habitat dos animais. Sem esses cuidados, a digestão dos répteis e anfíbios pode ser comprometida.
Já com as aves, a preocupação é outra. Cortinas plásticas são colocadas ao redor dos viveiros, para segurar o vento forte. Apesar da proteção que as penas oferecem, nem sempre elas são suficientes e alguns problemas respiratórios, como pneumonia, podem surgir. A alimentação das aves é enriquecida com sementes oleaginosas, como as de girassol, além de milho, castanha e amêndoas. Outra preocupação fundamental dos técnicos do Setor de Aves é realizar diversas rondas diárias para observá-las e, ocasionalmente, detectar qualquer deficiência respiratória.
Mamíferos como os chimpanzés recebem camas de feno e cobertores para se cobrirem. Nas refeições, as capas de gordura das carnes - que somem da dieta no verão -  ressurgem no inverno. Os picolés de frutas são substituídos por muita banana, coco e mel.
Se chover forte, os animais são recolhidos para seu habitat noturno. Outro recurso muito utilizado (e que é uma característica  própria dos primatas) se assemelha as algumas ações dos humanos. Mesmo rodeados por feno e cobertas, os primatas buscam um cantinho banhado pelo sol e, assim, garantem um descanso caloroso, enquanto que os jacarés, as tartarugas e os cágados são exceções: eles permanecem a maior parte do tempo dentro da água.
Apesar de usarem e abusarem de todos esses mimos, Inaiá garante que o inverno não traz sofrimento para os habitantes do Zoo. “Eles já se adaptaram ao clima de São Paulo. Além disso, muitos animais vieram de países com temperaturas baixas, então estão habituados ao frio”, disse.


Leia a reportagem no site do Diário do Comércio: http://www.dcomercio.com.br/index.php/cidades/sub-menu-cidades/91060-frio-no-zoo-cobertores-e-dieta-forte

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