quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

No Natal, a festa é sua, é nossa e do seu pet também.

É Natal! Nascimento de Jesus. Os pastores nos arredores de Belém ouviram de um anjo a orientação: "Acharei um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura", diz o Evangelho de Lucas, capítulo 2, versículo 12.

José e Maria acomodaram Jesus em uma manjedoura, que nada mais é do que "um tabuleiro em que se deposita comida para vacas, cavalos e outros em estábulos", como ensina o Dicionário Houaiss (Editora Objetiva).

Não poderia haver maior reconhecimento da importância espiritual dos animais.

O Filho de Deus, na fé cristã, vem a nós não em berço de ouro, mas onde seres mansos e acolhedores iriam se alimentar. 

Em outra passagem, a chegada a Jerusalém, Jesus agora adulto entra sentado  sobre um humilde jumentinho. Não precisa dizer mais nada: "venho em paz".

Os pastores e a manjedoura inspiraram séculos depois (precisamente em 1223) a criação do primeiro presépio de Natal, montado por São Francisco de Assis, na gruta de Greccio, na Itália.

Hoje, os cristãos reproduzem em suas casas o conhecido Presépio. Há até quem ponha patinhos em um lago ao redor de Jesus, cavalinhos e (por que não?) cachorrinhos e gatinhos.

O Natal é uma celebração em família, por tradição. Os pets, membros essenciais de suas famílias, trazem conforto e alegria, às vezes destroem parte da decoração, brincam com as bolinhas da árvore, (oops!), e também ganham mimos e  presentes de Papai Noel! 

Uma festa! Que é sua, nossa, e dos pets também!

Mas isso não quer dizer que aquele peru ou tender temperado vai entrar na dieta dos pets. Isso pode acarretar lembranças não muito boas, da comilança de Natal, e até internação em clínica veterinária.

Além disso, saiba que seu cachorrinho e seu gatinho preferem mesmo o silêncio, aos fogos de artifício e à algazarra.

Devem ficar em um cômodo da casa sossegados, em vez de vivenciar o entra e sai de familiares e convidados que, por um lapso qualquer, podem deixar a porta ou portão aberto propiciando uma fuga do seu bichinho. Garanta o conforto e a segurança dos amigos de quatro patas.

Os animais parecem nos dizer: "um bebê nasceu, silêncio!"

domingo, 12 de dezembro de 2021

Moscas, o inferno dos pets.

   Com o calor e as chuvas, está aberta a temporada dos insetos. As moscas, das mais comuns à varejeira, podem fazer da vida de um cão ou de um gato um inferno: uma realidade cheia de larvas carnívoras, a devorá-lo dia e noite, provocando dor e coceira. Pior: o animal sozinho não consegue se livrar destes parasitas, que aumentam em tamanho e quantidade com os dias.  

As moscas causam as conhecidas bicheiras ou berne (o nome técnico é miíase)

Sim, são elas que põem os ovos na pele íntegra de cães e de gatos ou nas feridas abertas na pele, um machucado qualquer ou até uma assadura no bumbum, de forma a transformar o local em um verdadeiro berçário. Dezenas e mais dezenas de larvas vão eclodir em 24 horas e passar a se alimentar de tecido vivo ou morto do hospedeiro, conforme a espécie de mosca. Tudo rápido. 

Outros animais, como cavalos, ovelhas e até o ser humano são igualmente utilizados pelas moscas para a reprodução.

No reino animal, pets idosos são as vítimas favoritas. Isso porque um cãozinho e um gatinho idosos têm poucas chances de repelir as moscas. Você poderá observar que um jovem cão, por exemplo, tenta sempre abocanhar a mosca que chega perto dele, afugenta o inseto com mordidas, pois já sabe que ali está um inimigo com asas.

As bicheiras são graves, e costumam aparecer principalmente em orelhas, patas, barrigas e rabos. Mas há casos também dentro do nariz, dos ouvidos e até dentro do intestino. A lesão pode chegar até os ossos dos pacientes. Além da presença das larvas, a bicheira é agravada pela infecção bacteriana decorrente, que pode provocar febre. Um inferno completo.

Existem várias vilãs causadoras desse terror: 

A Miíase primária é provocada principalmente pela mosca-varejeira ou mosca-berneira, a Dermatobia hominis (berne é o nome que se dá ao tipo de lesão nodular, igual a um furúnculo). O alvo aqui é a pele íntegra. 

A Miíase secundária é causada por moscas comuns Cochliomyia hominivorax, Calliphora spp e espécies do gênero Lucilia. Neste caso, não ocorre apenas um ataque a um ferimento na pele, mas três tipos de ataques, ou depósitos seguidos de ovos destas espécies. 

Por isso é necessário evitar a presença de moscas no ambiente, e redobrar os cuidados com a higiene e a proteção de feridas dos pets. Mas quando ela aparece, o tratamento da bicheira exige uma visita ao médico veterinário. Há medicamentos de alta qualidade no mercado pet contra as larvas, sprays para o curativo, mas é preciso avaliar a necessidade de antibióticos, fazer a correta extração das larvas e nos casos graves considerar os procedimentos cirúrgicos.

Vade retro moscaiada!

 

sábado, 4 de dezembro de 2021

Delegacia de defesa dos bichos de São Paulo: on-line e 24 horas no ar.

  Os amigos e amigas dos bichos têm no Estado de São Paulo um aliado que não dorme, não fecha as portas e que pode receber denúncias de maus-tratos, de abandono ou de outros crimes contra os animais  ininterruptamente. É a Delegacia Eletrônica de Proteção aos Animais da Secretaria de Segurança Pública do estado que funciona 24 horas por dia, sete dias na semana, recebendo denúncias dos cidadãos sobre possíveis crimes. 

  Desta forma, o Estado é pioneiro: além das opções de registrar Boletim de Ocorrência nas Delegacias da Polícia Civil ou de acionar a Polícia Militar no telefone 190 no caso de flagrante de crimes contra animais, os amigos dos bichos têm à disposição uma delegacia que pode ser acessada pelo celular ou pelo computador. Não faltam canais para ajudar os animais.

 Por meio do site http://www.ssp.sp.gov.br/depa o cidadão pode fazer uma denúncia (inclusive optando por manter seus dados registrados em sigilo), descrever a ocorrência e dar informações sobre o denunciado para a equipe que irá investigar o caso. A página na internet oferece a possibilidade de incluir fotos e vídeos na denúncia, com locais para anexar os arquivos. O serviço foi criado em 2013.

 Nesta época do ano, em que férias e festividades estão previstas, aumentam os crimes de abandono de pets (e isso não ocorre somente no Brasil, é uma triste realidade em países como a França). O abandono, o confinamento em espaço inadequado, sem água ou comida, e o envenenamento por "chumbinho" são os crimes mais comuns. 

 Neste sentido, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) está lançando agora a campanha Dezembro Verde, para incentivar a posse responsável de animais e combater o abandono. Um dos objetivos é de, também, alertar que pedir bichinho de presente a Papai Noel é coisa séria, e deve ser bem refletida por toda a família. Não se pode depois desistir do amigo de quatro patas!

 A lei de número 14.064, de 29 de setembro de 2020, aumentou as penas para os crimes de maus-tratos e abandono de cães e gatos previstos inicialmente em lei de 1998. As penas são agora de 2 anos a 5 anos de reclusão, além de multas e perda da guarda dos pets. Antes de 2020, a reclusão máxima prevista para o infrator era de 4 anos. 

  A Polícia Civil do Estado mantém também no Centro da Capital, na avenida São João, uma Divisão específica para crimes contra os animais e o meio ambiente. O atendimento neste caso é presencial. A equipe conta com recursos de laboratórios para exame de materiais e dá retorno sobre o andamento das investigações.

   Tantos cuidados das autoridades são necessários: quem comete crime contra os bichos pode cometer também contra as pessoas e a sociedade.