terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Heróis salvam animais na tragédia de Petrópolis

Resgate em Petrópolis: foto GRAD e Secretaria estadual da Agricultura

   Eles são todos voluntários, com formação em medicina veterinária, biologia e até em análise de sistema, e quando ocorre uma tragédia correm justamente em direção ao perigo para salvar os animais!
   Os voluntários do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) subiram a serra na semana passada para ajudar os animais na cidade de Petrópolis (RJ), vítimas ao lado das pessoas da maior tragédia de todos os tempos causada pelas chuvas no município. 
   Na tarde do dia 15 de fevereiro, uma tempestade provocou enchentes e desmoronamentos, destruiu casas, arrastou ônibus, e uma semana depois os registros indicam 195 pessoas mortas, dezenas de desaparecidas, e incontáveis animais perdidos. Mas ao menos 120 animais foram resgatados.
   Os heróis dos pets, dos animais silvestres e dos de produção, são seres de carne e osso, sem os superpoderes da Liga da Justiça, mas que, com amor, coragem e treinamento, enfrentam riscos para ajudar os bichinhos.
   O grupo tem capacitação especial e esteve em 2011 nas enchentes de Nova Friburgo (RJ), depois atuou no rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015, na de Brumadinho em 2019 (MG) e nos incêndios do Pantanal em 2020.
  A coordenação do GRAD é da médica veterinária e bombeira civil, Carla Sássi, que está em Petrópolis. "A situação é realmente de um cenário de guerra. Nosso trabalho é resgatar esses animais atingidos, e dar assistência às famílias, para que esses animais não sejam mais uma preocupação", disse Carla. 
  Ela precisou convencer uma moradora de casa interditada pela Defesa Civil que levaria também seus 20 gatos para um abrigo seguro. Sem esta garantia, a senhora disse que não deixaria a residência ameaçada de desabar. O grupo esteve em terrenos atingidos por desmoronamento para buscar cães. "Diante de tanta desolação, o reencontro com o animal dá esperança a quem sobreviveu", disse Vânia Nunes, do GRAD.
  O GRAD tem o apoio do Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal (FNDPA) e do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Na ação em Petrópolis, firmou parceria com a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro
  Além de locais seguros, ração e de cuidados médicos, muitos bichinhos em Petrópolis precisam de um banho para retirar a lama. Neste sentido, o Senac do Rio de Janeiro levou o Ônibus PetMóvel (veículo adaptado para banho e tosa de cães e gatos) para um estacionamento ao lado do Palácio Quitandinha, antigo hotel. 
  Em São Paulo, cresce a cada dia a atuação da Comissão de Resgate Técnico Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária que no ano passado esteve no salvamento de búfalos abandonados no município paulista de Brotas e neste mês foi à fazenda na cidade de Cunha onde bezerros viviam em condições deploráveis.
   Esses voluntários treinados e este tipo de Comissão de Resgate vieram para ficar. Palmas para todos!!
 
                   
Ônibus para banho dos pets, diante do Palácio Quitandinha, em Petrópolis

PARA QUEM QUER AJUDAR OU FAZER DOAÇÕES ao Grupo de Resgate de Animais em Desastres: veja no Instagram, perfil grad_brasil.

 
  

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Os pets não estão livres da diabetes!

  Desde os tempos dos faraós do Egito uma doença grave, hoje conhecida como diabetes, debilita e causa a morte dos seres humanos. Atualmente, no Brasil, há mais de 16,8 milhões de cidadãos diabéticos.

    Ok. Mas o que isso tem a ver com os pets?

   Tudo, pois cães e  gatos também são vítimas desse mal funcionamento do pâncreas, que não consegue mais produzir o hormônio insulina  ou passa a produzi-lo em quantidade insuficiente e de forma inadequada. O resultado é que  o corpo não consegue mais absorver corretamente a energia dos alimentos. 

  A ausência da insulina impede a entrada da glicose nas células (famintas por açúcar). A glicose fica circulando pelos vasos sanguíneos  (hiperglicemia), e em níveis muito elevados pode levar ao coma diabético e a morte.

   Os primeiros sintomas da doença são os mesmos observados em seres humanos: muito apetite, muita sede, mas perda de peso, um emagrecimento inexplicável no primeiro momento. 

  Os veterinários têm visto com muita preocupação o aumento dos casos de diabetes registrados nos atendimentos a domicílio, nas clínicas e nos hospitais.  Mas qual seria a causa, já que, ao contrário da maioria dos seres humanos, os pets não são loucos por doces e sim por carnes, de modo geral?

 O que ocorre é que o aumento de registros se deve: a maior sobrevida dos pets, que assim como os humanos podem desenvolver diabetes com o avanço da idade; à evolução dos processos diagnósticos na medicina veterinária;  bem como aos tutores que passaram a cuidar melhor dos seus bichinhos.

 Em cães, não necessariamente, mas nos gatos, o surgimento da doença está relacionado diretamente à obesidade. E os felinos têm uma particularidade: em situações de estresse, também podem apresentar hiperglicemia, gerando dúvidas em relação ao diagnóstico. Por isso, para confirmar a ocorrência de diabetes, o médico veterinário tem que ser consultado, e o  diagnóstico sempre é feito com base em exames de laboratório. 

 No caso dos pets, porém, o tratamento é sempre feito com dieta e aplicações diárias de insulina e aferição do nível de glicemia no sangue, que deve ser mantido dentro de certos limites. Nos humanos, há tipo de diabetes tratada apenas com dieta e medicamentos via oral, e outro com injeções do hormônio, dieta e medicamentos.

 Apesar de não saírem caçando doces pela casa, nossos pets também podem estar habituados a certos petiscos, do tipo biscoito canino. É preciso verificar com o veterinário se esse tipo de mimo pode continuar sendo oferecido, pois muitas vezes é rico em carboidratos e pode desequilibrar a glicemia do pet.

  Os exercícios físicos são também fundamentais para o resultado do tratamento desta doença crônica.   

  

Todo diabético tem uma dívida com os cães

 A descoberta de que a ausência do hormônio insulina (produzido no pâncreas) é a causa da diabetes foi realizada em 1921, no Canadá, pelos médicos Frederick Bating e Charles Best. E eles contaram com os cães. 

 Os pesquisadores retiraram os pâncreas de cães, os animais apresentaram a diabetes e depois um extrato pancreático reverteu parcialmente o quadro clínico. O ponto central era a insulina! 

  A investigação explicou que a ausência da insulina impedia a entrada da glicose nas células (famintas por açúcar), mantendo a glicose nos vasos sanguíneos (esse quadro é chamado de hiperglicemia, e se mantido torna-se nocivo à saúde, pode levar ao coma diabético e a morte). 


Best e Banting no Canadá/Foto Arquivo