domingo, 12 de dezembro de 2021

Moscas, o inferno dos pets.

   Com o calor e as chuvas, está aberta a temporada dos insetos. As moscas, das mais comuns à varejeira, podem fazer da vida de um cão ou de um gato um inferno: uma realidade cheia de larvas carnívoras, a devorá-lo dia e noite, provocando dor e coceira. Pior: o animal sozinho não consegue se livrar destes parasitas, que aumentam em tamanho e quantidade com os dias.  

As moscas causam as conhecidas bicheiras ou berne (o nome técnico é miíase)

Sim, são elas que põem os ovos na pele íntegra de cães e de gatos ou nas feridas abertas na pele, um machucado qualquer ou até uma assadura no bumbum, de forma a transformar o local em um verdadeiro berçário. Dezenas e mais dezenas de larvas vão eclodir em 24 horas e passar a se alimentar de tecido vivo ou morto do hospedeiro, conforme a espécie de mosca. Tudo rápido. 

Outros animais, como cavalos, ovelhas e até o ser humano são igualmente utilizados pelas moscas para a reprodução.

No reino animal, pets idosos são as vítimas favoritas. Isso porque um cãozinho e um gatinho idosos têm poucas chances de repelir as moscas. Você poderá observar que um jovem cão, por exemplo, tenta sempre abocanhar a mosca que chega perto dele, afugenta o inseto com mordidas, pois já sabe que ali está um inimigo com asas.

As bicheiras são graves, e costumam aparecer principalmente em orelhas, patas, barrigas e rabos. Mas há casos também dentro do nariz, dos ouvidos e até dentro do intestino. A lesão pode chegar até os ossos dos pacientes. Além da presença das larvas, a bicheira é agravada pela infecção bacteriana decorrente, que pode provocar febre. Um inferno completo.

Existem várias vilãs causadoras desse terror: 

A Miíase primária é provocada principalmente pela mosca-varejeira ou mosca-berneira, a Dermatobia hominis (berne é o nome que se dá ao tipo de lesão nodular, igual a um furúnculo). O alvo aqui é a pele íntegra. 

A Miíase secundária é causada por moscas comuns Cochliomyia hominivorax, Calliphora spp e espécies do gênero Lucilia. Neste caso, não ocorre apenas um ataque a um ferimento na pele, mas três tipos de ataques, ou depósitos seguidos de ovos destas espécies. 

Por isso é necessário evitar a presença de moscas no ambiente, e redobrar os cuidados com a higiene e a proteção de feridas dos pets. Mas quando ela aparece, o tratamento da bicheira exige uma visita ao médico veterinário. Há medicamentos de alta qualidade no mercado pet contra as larvas, sprays para o curativo, mas é preciso avaliar a necessidade de antibióticos, fazer a correta extração das larvas e nos casos graves considerar os procedimentos cirúrgicos.

Vade retro moscaiada!

 

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