sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dra. Thais Machado: o que deve ser feito para reduzir os riscos de acidentes domésticos e os casos de atropelamento.

A Dra. Thais Machado e o cachorro Guri
/Foto Ricardo Osman
ENTREVISTA EXCLUSIVA
As salas de emergência dos hospitais veterinários recebem muitos casos de acidentes domésticos e de atropelamento de cães e gatos. Quando a gente acha que, na segurança do lar ou durante um passeio, nada pode acontecer, algo inesperado deixa todo mundo em pânico. São casos como o de animais que comem meias e objetos, caem de janelas, se intoxicam com chocolates (principalmente na Páscoa), sofrem queimaduras ou fraturam membros na fuga provocada por medo dos fogos de artifício no momento em que todos gritam gol.
Em cidades como São Paulo, um plantão veterinário é algo intenso, uma corrida contra o relógio na mesa de cirurgia, uma rotina enfrentada por profissionais especializados no assunto, como a professora, veterinária e acupunturista Thais Fernanda da Silva Machado.
A doutora Thais Machado trabalha no Hospital Veterinário Rebouças, na Avenida Rebouças em São Paulo, e leciona as disciplinas de Emergências e Práticas Hospitalares na faculdade de Medicina Veterinária da FMU, no Campus do Morumbi. É lá que ela ensina que, antes de tudo, é preciso manter a calma na emergência. Nesta entrevista, a professora orienta os donos dos animais sobre as medidas de prevenção a acidentes domésticos que podem adotar e os cuidados na hora do passeio dos cães.

AnimaisOk _ Quais são os acidentes mais comuns envolvendo cães e gatos em cidades como São Paulo?
Dra. Thais Machado _ Por conta da urbanização crescente das cidades  recebemos muitos cães e gatos vítimas de atropelamento. Registramos também  muitos casos de gatos que caem de grandes alturas. Na emergência, atendemos feridas por mordidas, devido a brigas com outros animais, intoxicações por rodenticidas, além de casos de ingestão de produtos tóxicos ou corpos estranhos. Infelizmente, atendemos também animais vítimas de maus-tratos como pancadas, lesões perfurantes ou lacerantes.
Animais Ok _ Quais medidas de prevenção os donos devem adotar? 
Dra. Thais Machado _ Orientamos os proprietários a manterem seus animais sempre junto à guia das ruas durante os passeios, por mais obedientes e adestrados que sejam, pois não se pode prever a sua reação frente a barulhos inesperados de motocicletas e buzinas. Da mesma forma, que não é possível saber qual a reação no encontro com outros animais. O uso da guia e da coleira evita encontros indesejáveis com animais indóceis durante o passeio. O uso da focinheira pode contribuir para evitar mordeduras. É importante que o proprietário tenha controle e domínio sobre o seu cão para poder lidar com essas situações na rua.

Dra. Thais Machado: "os donos devem ter
o telefone dos hospitais veterinários
na agenda e no celular".

AnimaisOk _ No caso dos gatos, o que os donos podem fazer para evitar acidentes?
Dra. Thais Machado _ Os proprietários de felinos que residem em apartamentos devem providenciar telas de proteção em todas as janelas. Os felinos são curiosos e gostam de "ultrapassar os limites". Com as janelas protegidas, podemos evitar as quedas, que quando ocorrem podem causar traumatismos e levar até o animal ao óbito. Os felinos que residem em casas podem ser castrados com o objetivo de evitar a procura pelas fêmeas e o acesso constante à rua, onde podem se envolver em brigas, atropelamentos ou sofrer maus-tratos.

AnimaisOk _ O que pode ser feito para evitar os casos de envenamento?
Dra. Thais Machado _ Os produtos rodenticidas devem ser aplicados por empresas especializadas que orientam corretamente como e onde utilizar as iscas. Os chamados "venenos de rato" não devem ser comercializados e aplicados de maneira imprudente, gerando perigo de ingestão por animais e crianças. Os produtos de limpeza devem ser mantidos armazenados em locais onde os animais não têm acesso.

 
AnimaisOK _ Como os proprietários dos animais devem proceder diante de um acidente?

Dra. Thais Machado _ Os acidentes são episódios inesperados, repentinos e assim o mais importante é manter a calma para poder auxiliar o animal o mais breve possível. Deve-se manter o animal em posição confortável, para que possa respirar normalmente e evitar compressões. O animal pode ser colocado em um lençol ou pano grande que sirva como maca, capaz também de imobilizá-lo. Os objetos perfurantes e cortantes nunca devem ser removidos na hora do acidente. Nos casos de intoxicações, evite administrar substancias ou alimentos, pois estes podem agravar o estado de saúde do paciente. É importante procurar o médico veterinário o mais rápidamente possível, para que se inicie o pronto atendimento. Essa conduta pode fazer a diferença na vida do animal. Em São Paulo, temos diversos hospitais veterinários que atendem em sistema de 24 horas e esses estão preparados, com equipamentos e equipe, para receber os casos considerados emergencias. Os donos devem procurar saber, desde o primeiro dia em que recebem o animal, qual é o hospital veterinário mais próximo da sua residência e devem ter o telefone na agenda e no celular.



2 comentários:

  1. Adorei a entrevista Ricardo, está de parabéns!!! Quem sabe com esse simples gesto algumas vidas sejam salvas!!

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  2. Muito bom!! Parabéns Ricardo e Professora Thais!!
    Beijinhos,

    Mayara.

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