Detentos dos EUA treinam cães-guia/Foto divulgação Leader Dogs
O ditado diz que os cães e gatos são leais na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença. Agora, deve acrescentar: na liberdade ou na prisão! Deu no The New York Times: os totós e bichanos são capazes de conviver e confortar até aqueles que estão atrás das grades, os detentos que cumprem penas nas penitenciárias e quase nada têm a oferecer.
O repórter Jack Nicas visitou os detentos da maior penitenciária do Chile, em Santiago, conhecida como "la Peni", onde 300 gatos (todos sem raça definida) convivem com os mais de 5 mil presos. Os gatos chegaram na cadeia décadas atrás, literalmente pulando os muros para caçar ratos. Eram gatos de rua, e hoje fazem parte do dia-a-dia da penitenciária.
Para dar certo, a experiência chilena conta com o apoio da organização não-governamental Fundación Felinnos e da Humane Society International, que cuidam da saúde dos gatinhos e realizam campanha de castração dos felinos, para controle da população. Os afagos ficam por conta dos presos, que só elogiam os felinos!
Essa não é a única experiência positiva no mundo. Nos Estados Unidos, há programas em penitenciárias do Michigan e do Arizona onde presos convivem e ajudam a treinar cães e cavalos. No caso dos cães, o treinamento é para cão-guia, que exige uma longa convivência dos filhotes com os detentos. O programa chamado Prison Puppies é realizado pela Leader Dogs for the Blind.
No Brasil, em penitenciária de Pelotas, no Rio Grande do Sul, os detentos que gostam dos bichos podem reduzir a pena construindo casas de madeira para cães de rua.
Pesquisa realizada na Espanha revela que a convivência de detentos com os animais melhora a empatia e até a relação dos presos com os funcionários da prisão. Mas o trabalho aponta que são necessários estudos específicos e mais elaborados para esclarecer o grau de contribuição dessas experiências.
Para saber mais:
Effects of Dog-Based Animal-Assisted Interventions in Prison Population: A Systematic Review, de 2020.
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