quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Professor Donald Broom, pioneiro do Bem-Estar Animal, avisa: o poder está com os consumidores.

 Donald Broom, de Cambridge, ao centro na mesa,
durante palestra no auditório Ulisses Guimarães, da FMU/Foto divulgação.
                  O pesquisador Donald M. Broom, pioneiro nas pesquisas para o Bem-Estar Animal, veio ao Brasil, nesta semana, para dar um recado importante: o poder de pressionar e mudar a linha de produção na pecuária, nas granjas, nas fazendas e nos frigoríficos está com os consumidores.  É o que ocorre neste momento em toda a Europa. Os consumidores fazem suas escolhas nos supermercados (varejo) e a partir daí as suas "exigências" em relação ao cuidado com os animais chegam à indústria e aos criadores.                            
Professor do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Broom participou nesta quarta-feira, dia 26, do I Simpósio de Saúde Ambiental realizado pela FMU, no campus do bairro da Liberdade, na Capital paulista. Segundo Broom, a força dos consumidores na Europa trouxe expressivas mudanças. Foram pressões como estas que ajudaram os bezerros, que eram criados em caixas na França, e porcos que ficavam excessivamente estressados ao serem transportados. Os consumidores ajudaram ainda a salvar os golfinhos que ficavam presos em redes de pescadores de atum, ao se negarem a comprar atum em lata. Foi preciso uma espécie de certificado, de que as redes foram modificadas para não capturar golfinhos, para o produto sair das prateleiras. 
                  Broom falou também sobre a crise econômica que atinge o continente europeu, sobretudo a Espanha e a Grécia. Estudantes perguntaram se crise e o desemprego mudaram a atitude dos consumidores em relação ao Bem-Estar Animal. Broom afirmou que há registros na queda de consumo de alimentos orgânicos (cujos preços são sempre mais altos), mas nada foi alterado em relação aos produtos ligados ao Bem-Estar Animal. "Não há nenhum efeito sobre os produtos (obtidos no conceito de bem-estar animal), porque as medidas de bem-estar animal na produção não alteram os custos. As mudanças nos preços dos produtos quando ocorrem são pequenas", afirmou Broom. Agradecemos a presença do pesquisador no Brasil.

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