quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Estação de Cananéia, parada obrigatória para alguns animais que chegam e que partem do Brasil.

Parte interna da Estação Quarentenária de Cananéia (SP): vista da passagem da zona 2 para a zona 3 de proteção sanitária. O nível máximo onde ficam os animais é o 5.
Na foto, de azul, profissional com equipamentos de proteção, e de preto funcionário da segurança. O local é de trânsito restrito. Os visitantes não deixam o carro.
Foto de Ricardo Osman 

              EXCLUSIVO __    A Estação Quarentenária de Cananéia, no litoral sul de São Paulo, faz parte do Brasil que dá certo, do que funciona a favor da saúde de nossos rebanhos, fauna e aves, daquilo que temos de excelência em Medicina Veterinária. A Estação de Cananéia pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e é a única oficial no País para a quarentena de animais. Há outras de propriedade de empresas. Foi criada em 1971 por decreto presidencial.
Vale a pena conhecer um pouco deste trabalho na reportagem exclusiva do blog AnimaisOk
           A Estação de Cananéia, localizada a 264 quilômetros da capital paulista, é parada obrigatória para animais vivos, como bovinos, equinos, suínos e aves, que são exportados ou importados de países que têm acordo bilateral com o Brasil e exigem quarentena do animal entre as medidas sanitárias. Por exemplo, se um cavalo de raça é exportado por um produtor rural brasileiro para a Europa, muito provavelmente haverá a exigência de quarentena deste animal, ou seja um período tanto aqui no Brasil, antes do embarque, quanto lá na Europa, no desembarque, de reclusão do equino para avaliação correta de sua saúde. 
Vista geral da Estação de Cananéia/
Foto Ricardo Osman
        Esta reclusão, ou quarentena, é um método adotado em epidemiologia e seu principal objetivo é evitar que determinada doença entre no Brasil ou seja levada lá para fora por meio de um animal. 
Um animal pode estar infectado por vírus, por bactéria ou por um parasita (vermes e protozoários) em fase interna de incubação, o que só seria descoberto tempo depois com os primeiros sintomas da doença _ neste caso, poderia ser tarde, em termos de saúde de rebanhos e da fauna silvestre, e também de saúde pública, ponto importante, pois há os casos de zoonoses que se espalham igualmente pelo mundo.
A legislação brasileira não exige quarentena de cães e gatos que chegam ao País e nem dos que partem daqui. São exigidos documentos como atestado de saúde e de vacinação. Mas os países de destino podem exigir essa quarentena.
O diretor da Estação Quarentenária de Cananéia é o Médico Veterinário Odemilson Mossero, formado em 1979, na Unesp de Jaboticabal. Na terça-feira, dia 25 de novembro deste ano, o Dr. Odemilson Mossero recebeu na Estação alunos do último ano da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU, que tem sede em São Paulo, para uma visita ao Quarentenário. Foi uma visita especial, que teve início por valiosa palestra de Mossero sobre os principais trabalhos realizados na Estação de Cananéia, um centro de referência em medidas sanitárias reconhecido em todo o mundo. "O trânsito de animais, de seus subprodutos e produtos é uma das preocupações nossas", disse Mossero aos estudantes da FMU, acompanhados pelas professoras Bianca Santos e Ana Júlia Alves. 
O diretor Odemilson Mossero em palestra
para os estudantes de Medicina 
Veterinária da FMU.


  O Dr. Mossero lembrou a história do local. O Brasil chegou a importar 6 mil bovinos na década de 1960 da Índia, da raça nelore. Logo em seguida, percebeu-se a necessidade de proteger o rebanho nacional de novas doenças. Hoje há mais de 200 milhões de cabeças de gado no Brasil. E doenças como a peste bovina, a febre aftosa, o mormo são preocupações da equipe da Estação Quarentenária de Cananéia, tanto no embarque como no desembarque de animais do Brasil.  Há na Estação um espaço específico para as aves, muitas aves ornamentais são importadas dos Estados Unidos.







O 'túnel' por onde passam todos veículos que trabalham na Estação,
 para a limpeza das rodas. É método para evitar a transmissão
de doenças. Foto de Ricardo Osman

A lavanderia na passagem da zona 2 para a 3.
Todas as roupas e equipamentos
utilizados no contato com os animais são deixados aí.
Foto: Ricardo Osman


O autor do blog AnimaisOk, Ricardo Osman,
estudante de Medicina Veterinária na FMU


A turma do 9º semestre da Faculdade de Medicina Veterinária da FMU
diante do prédio administrativo da Estação.
Ao centro, as professoras e o diretor Odemilson Mossero.



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