Se a onda principal da Pandemia já está ficando para trás, e a vacinação permitiu a retomada de passeios e viagens, por que não ir tomar um ar puro na terra do maior primata das Américas, o macaco muriqui?
Ao contrário do que se imagina, este local não fica longe para quem está no eixo Rio-São Paulo. Um distrito de São José dos Campos, batizado com nome de santo missionário católico, é o refúgio do belíssimo macaco Muriqui-do-Sul, que pode chegar a 15 quilos.
O distrito de São Francisco Xavier, localizado na Serra da Mantiqueira, a cerca de 54 quilômetros do centro do município de São José, reúne as condições ideais para o Brachyteles arachnoides, nome científico do Muriqui-do-Sul, descrito pela primeira vez por E. Geoffroy em 1806. Mata atlântica de altitude, frutos silvestres e rios acolhem esses primatas.
Em Minas Gerais e Espírito Santo existe o Muriqui do Norte, o Brachyteles hypoxanthus, que assim como seu primo do Sul é encontrado somente no Brasil.
No entanto, os grupos de São Francisco Xavier são uma raridade: alguns estudos afirmam que de 100 a 200 indivíduos vivem nas matas daquele distrito, de um total de 1,3 mil indivíduos estimado para todo o Brasil pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
Embora vivam em bandos que têm em média de 10 a 20 indivíduos, não é fácil avistá-los. Melhor assim, quanto menos visíveis, mais protegidos de pessoas que não prezam as matas e seus habitantes.
Mas se você for aquela pessoa de sorte e tem paixão pela natureza, pode tentar avistá-los com o auxílio de guias locais, que orientam sobre como adentrar seus habitats sem prejudicar ou assustar os bandos. Quem já conseguiu garante que vê-los em grupos saltando sobre galhos, com suas pelagens claras, é uma experiência incrível.
Aqueles que conseguirem esse momento raro de comunhão com a natureza preservada podem agradecer ao Criador e a São Francisco, neste caso ao Xavier, o espanhol que pregou na China e foi inspirar comunidade da Serra da Mantiqueira. Amém!
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