A Ciência vem confirmando o que tutores que convivem com seus animais já percebem no dia-a-dia: eles só faltam falar, têm consciência do que ocorre a sua volta, exibem diversos sentimentos e são (muito) inteligentes. Podem sentir medo, vivenciar as fases do luto e exaltar-se com um reencontro.
Os mamíferos e as aves, certamente, têm capacidade de adotar comportamentos de maneira intencional e de não se deixar guiar apenas pelo instinto. O cérebro dos cães e gatos, por exemplo, têm até o neócortex, a camada mais recente da evolução, estrutura que elabora nos humanos a linguagem e a consciência.
A frase do filósofo René Descartes, "Penso, logo existo!", pode ter uma adaptação para o universo dos animais não humanos: "Sou bicho, logo penso também!".
Para exemplificar, melhor recorrer aos cães e gatos, esses nossos íntimos animais domésticos. Logo aprendem seus nomes, e têm consciência de seu papel na família ou comunidade.
Não deveriam nunca ser classificados como "irracionais", como estão nos antigos livros escolares e de biologia, que apresentam os humanos como únicos animais "racionais".
Neste mês de julho de 2025, comemora-se o 13º aniversário da Declaração de Cambridge sobre a "Consciência dos Humanos e dos Animais Não Humanos".
O documento elaborado por um grupo de cientistas, e divulgado por essa universidade da Inglaterra, teve o apoio de consagrados como Stephen Hawking, o físico famoso pelos estudos do cosmos e das teorias de surgimento e expansão do Universo.
Diz a declaração: "Evidências convergentes indicam que animais não humanos possuem os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos de estados conscientes, juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais."
Em seguida, a Declaração conclui: "Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência."
Se não somos os únicos, precisamos rever muitas coisas do nosso antropocentrismo.
Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, e muitas outras criaturas, como os polvos, também possuem esses substratos neurológicos, afirmam os cientistas.
Para quem estuda e se dedica à mística em torno de São Francisco de Assis, o santo italiano, nada disso é novidade. Mas é bom ter um Stephen Hawking por perto, do mesmo lado.
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