domingo, 20 de novembro de 2011

Jardim Ana Paula, poucas flores, esgoto a céu aberto.

Rua do Jardim Ana Paula/Foto de Ricardo Osman
                                             
                              O nome é bonito, Jardim Ana Paula. Um bairro do município de Bertioga, no litoral paulista, onde vivem 700 famílias. Mas ao contrário do que o nome sugere, ali não há canteiros floridos, nem ruas pavimentadas e animais bem cuidados. O local exibe o drama da saúde pública no País: o esgoto corre nas ruas a céu aberto, crianças e animais de estimação estão expostos diariamente a microorganismos nocivos e são incalculáveis os casos de suspeita de sarna em cães, uma doença contagiosa. A maioria dos animais vive solta nas ruas. É a situação que professores e alunos da faculdade de Medicina Veterinária da FMU encontraram no sábado, dia 19, em mais uma etapa do Programa do Médico Veterinário da Saúde da Família, realizado em parceria com a Prefeitura de Bertioga. A coordenação do programa é do professor Carlos Augusto Donini.
O frentista Humberto Carvalho dos Santos
e o filho Davi, de 6 meses: o projeto
 é bem-vindo à comunidade.
     Neste dia, foram feitas entrevistas de casa em casa pelos estudantes e constatada, mais uma vez, a necessidade deste projeto, que une a saúde dos animais com a saúde das famílias e crianças. No entender do autor deste blog, há solução para que o Jardim Ana Paula seja digno de seu nome: saneamento básico, com rede e tratamento de esgoto; criação de espaço de lazer específico para as crianças e orientação às famílias para que mantenham seus animais dentro das residências, vacinados e castrados. O desafio é grande – ninguém falou que é pequeno –, mas a academia tem a responsabilidade de apontar soluções.
     A comunidade mostrou-se atenciosa e agradecida para com os estudantes de Medicina Veterinária, abriu as portas, deu informações e valorizou as orientações recebidas. "Este é um programa maravilhoso porque traz conscientização para a comunidade", disse Ronaldo Dias dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Jardim Ana Paula, de 43 anos, que tem a cachorra Mel e a mantém dentro de casa. "No bairro, há muitos cachorros soltos", disse ele. Na rua B, a moradora Helena Alves de Melo, de 53 anos, dona de três cachorrinhos (Gretchen, Beethoven e Bili), comprovou que é grande nesta comunidade carente o carinho pelos animais de companhia: "Pode faltar de tudo neste mundo, mas não vai faltar a ração, as roupinhas e o banho dos cachorros", disse ela. 
A moradora Helena Alves de Melo: "Pode faltar
de tudo neste mundo, mas não vai faltar ração, roupinha
e banho dos cachorros."
                                        
A cachorra Chica, solta na rua: grave suspeita de sarna.



Toalhas ao vento: a moradora Ivany Aparecida de Freitas atende os estudantes.
Na foto, a cachorrinha Catarina.

                                                                                


A equipe.

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