sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dra. Thais Machado: o que deve ser feito para reduzir os riscos de acidentes domésticos e os casos de atropelamento.

A Dra. Thais Machado e o cachorro Guri
/Foto Ricardo Osman
ENTREVISTA EXCLUSIVA
As salas de emergência dos hospitais veterinários recebem muitos casos de acidentes domésticos e de atropelamento de cães e gatos. Quando a gente acha que, na segurança do lar ou durante um passeio, nada pode acontecer, algo inesperado deixa todo mundo em pânico. São casos como o de animais que comem meias e objetos, caem de janelas, se intoxicam com chocolates (principalmente na Páscoa), sofrem queimaduras ou fraturam membros na fuga provocada por medo dos fogos de artifício no momento em que todos gritam gol.
Em cidades como São Paulo, um plantão veterinário é algo intenso, uma corrida contra o relógio na mesa de cirurgia, uma rotina enfrentada por profissionais especializados no assunto, como a professora, veterinária e acupunturista Thais Fernanda da Silva Machado.
A doutora Thais Machado trabalha no Hospital Veterinário Rebouças, na Avenida Rebouças em São Paulo, e leciona as disciplinas de Emergências e Práticas Hospitalares na faculdade de Medicina Veterinária da FMU, no Campus do Morumbi. É lá que ela ensina que, antes de tudo, é preciso manter a calma na emergência. Nesta entrevista, a professora orienta os donos dos animais sobre as medidas de prevenção a acidentes domésticos que podem adotar e os cuidados na hora do passeio dos cães.

AnimaisOk _ Quais são os acidentes mais comuns envolvendo cães e gatos em cidades como São Paulo?
Dra. Thais Machado _ Por conta da urbanização crescente das cidades  recebemos muitos cães e gatos vítimas de atropelamento. Registramos também  muitos casos de gatos que caem de grandes alturas. Na emergência, atendemos feridas por mordidas, devido a brigas com outros animais, intoxicações por rodenticidas, além de casos de ingestão de produtos tóxicos ou corpos estranhos. Infelizmente, atendemos também animais vítimas de maus-tratos como pancadas, lesões perfurantes ou lacerantes.
Animais Ok _ Quais medidas de prevenção os donos devem adotar? 
Dra. Thais Machado _ Orientamos os proprietários a manterem seus animais sempre junto à guia das ruas durante os passeios, por mais obedientes e adestrados que sejam, pois não se pode prever a sua reação frente a barulhos inesperados de motocicletas e buzinas. Da mesma forma, que não é possível saber qual a reação no encontro com outros animais. O uso da guia e da coleira evita encontros indesejáveis com animais indóceis durante o passeio. O uso da focinheira pode contribuir para evitar mordeduras. É importante que o proprietário tenha controle e domínio sobre o seu cão para poder lidar com essas situações na rua.

Dra. Thais Machado: "os donos devem ter
o telefone dos hospitais veterinários
na agenda e no celular".

AnimaisOk _ No caso dos gatos, o que os donos podem fazer para evitar acidentes?
Dra. Thais Machado _ Os proprietários de felinos que residem em apartamentos devem providenciar telas de proteção em todas as janelas. Os felinos são curiosos e gostam de "ultrapassar os limites". Com as janelas protegidas, podemos evitar as quedas, que quando ocorrem podem causar traumatismos e levar até o animal ao óbito. Os felinos que residem em casas podem ser castrados com o objetivo de evitar a procura pelas fêmeas e o acesso constante à rua, onde podem se envolver em brigas, atropelamentos ou sofrer maus-tratos.

AnimaisOk _ O que pode ser feito para evitar os casos de envenamento?
Dra. Thais Machado _ Os produtos rodenticidas devem ser aplicados por empresas especializadas que orientam corretamente como e onde utilizar as iscas. Os chamados "venenos de rato" não devem ser comercializados e aplicados de maneira imprudente, gerando perigo de ingestão por animais e crianças. Os produtos de limpeza devem ser mantidos armazenados em locais onde os animais não têm acesso.

 
AnimaisOK _ Como os proprietários dos animais devem proceder diante de um acidente?

Dra. Thais Machado _ Os acidentes são episódios inesperados, repentinos e assim o mais importante é manter a calma para poder auxiliar o animal o mais breve possível. Deve-se manter o animal em posição confortável, para que possa respirar normalmente e evitar compressões. O animal pode ser colocado em um lençol ou pano grande que sirva como maca, capaz também de imobilizá-lo. Os objetos perfurantes e cortantes nunca devem ser removidos na hora do acidente. Nos casos de intoxicações, evite administrar substancias ou alimentos, pois estes podem agravar o estado de saúde do paciente. É importante procurar o médico veterinário o mais rápidamente possível, para que se inicie o pronto atendimento. Essa conduta pode fazer a diferença na vida do animal. Em São Paulo, temos diversos hospitais veterinários que atendem em sistema de 24 horas e esses estão preparados, com equipamentos e equipe, para receber os casos considerados emergencias. Os donos devem procurar saber, desde o primeiro dia em que recebem o animal, qual é o hospital veterinário mais próximo da sua residência e devem ter o telefone na agenda e no celular.



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Frase de um imortal

   "Felizes os cães, que pelo faro dão com os amigos!"
         Machado de Assis, em Histórias sem Data.


O escritor


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estudantes confirmam na XII Jovet o interesse pelos animais silvestres

Veterinário Fabrício Rassy durante palestra na FMU/Foto Ricardo Osman



Nesta segunda-feira, dia 26 de setembro, teve início a XII Jovet, a semana de debates acadêmicos realizada pela Faculdade de Medicina Veterinária FMU, no Campus do Morumbi, em São Paulo. O sucesso das inscrições no módulo dedicado aos animais silvestres confirma o grande interesse dos estudantes pela área. O professor e veterinário especializado em silvestres, Fabrício Rassy, fez uma das palestras da manhã. Ele já trabalhou no Zoológico de Sorocaba e, com larga experiência, falou da contenção de répteis, aves e mamíferos para exames veterinários. Vale ressaltar que técnicas corretas de contenção ajudam no resgate de animais silvestres atropelados nas estradas ou que saiam das matas para as áreas urbanas. O uso de zarabatanas com tranquilizantes pode ajudar a resgatar, por exemplo, uma onça atropelada, e a imobilização correta de uma ave, segurando seus pés e cabeça, pode salvar a vida de uma arara ou gavião machucados. Cerca de 50 pessoas assistiram à palestra. Lotação esgotada na sala. A segunda-feira contou também com palestra do veterinário Thiago Rodrigo Salvador que falou sobre a clínica médica de animais silvestres. A XII Jovet prossegue nos próximos dias com vários módulos, alguns dedicados aos animais domésticos. Na sexta-feira, teremos um palestrante especial: o professor e veterinário Alex Sander Dias Machado que vai falar sobre focas, lobos e leões-marinhos. Pós-Doutorando do Departamento de Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), Alex Sander vai discorrer sobre o impacto do meio ambiente sobre a saúde destes mamíferos aquáticos.


     

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ONG de São Paulo ganha ambulância de animais silvestres

O veículo adaptado para resgate de animais, como onças/Foto divulgação


                              A Organização Não Governamental (ONG) Associação Mata Ciliar, que tem sede em Jundiaí, no interior de São Paulo, ficou conhecida por salvar, em setembro de 2009, uma onça-parda que foi atropelada na Via Anhanguera. A cena do resgate do animal ferido foi filmada por emissoras de televisão. Naquela ocasião, a ONG não tinha um veículo adequado para o transporte da onça para o recinto onde ela foi tratada. O animal foi solto em matas da região em abril deste ano, conforme noticiado neste blog (A ressureição da onça). Agora, chega uma boa notícia: a Associação Mata Ciliar recebeu um veículo adaptado para o resgate de animais silvestres e poderá transportar com segurança – e já prestando os primeiros atendimentos – bichos como tatus, cobras e onças da região.
                             Ao que tudo indica, trata-se da primeira ambulância de animais silvestre do País. Sinal dos novos tempos em que a natureza ganha cada vez mais respeito da sociedade. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a iniciativa de doação do veículo partiu do deputado estadual Pedro Bigardi que, por meio de uma emenda parlamentar, garantiu os R$ 65 mil necessários para a compra do veículo, que conta com maca e equipamentos para primeiros socorros. Em breve, a ambulância terá uma arma anestésica, essencial no resgate de onças feridas, como a que foi atropelada.                            
                            A coordenadora de fauna da Mata Ciliar, Cristina Harumi Adania, acredita que a aquisição do veículo aumentará as chances de sobrevivência dos animais em 50%. "Recebemos desde pequenos animais que se machucam em cercas elétricas até onças. Todos os profissionais que atuam na Mata Ciliar estão preparados para este trabalho, mas o que faltava mesmo era o veículo. A motivação que isso nos traz é importantíssima, pois mostra que não estamos sozinhos nesta tarefa”, disse Cristina.
 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cães e gatos pagam altíssimos impostos no Brasil!


O Impostômetro, da ACSP, indica que os governos federal, estaduais
 e municipais arrecadaram R$ 1 trilhão neste ano
 até o dia 13 de setembro/Foto Ricardo Osman

                             O mercado de animais de estimação no País movimenta por ano R$ 11,2 bilhões, segundo dados divulgados recentemente pela GS&MD, consultoria com sede em São Paulo, e o Euromonitor. Esse é o valor das vendas do setor previsto para todo o ano de 2011, e corresponde a aumento de 4,5% sobre o faturamento do mercado pet no País em 2010, que foi de R$ 10,14 bilhões. Os números são inéditos. Diante do valor de R$ 11,2 bilhões, este blog calcula que são recolhidos anualmente pelos governos entre 30% e 40% das vendas do setor na forma de impostos. Portanto, o setor pet paga anualmente entre R$ 3 bilhões e R$ 4,4 bilhões em impostos!
                             Os donos de cães e gatos de todo o País pagam tributos por seus animais quando compram rações e roupinhas, na aquisição de medicamentos, no transporte por empresa especializada e até em serviços, como os de banho e tosa. A arrecadação vem do Imposto sobre Produção Industrial (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços (ICMS), Imposto Sobre Importados (II) e ainda o municipal Imposto Sobre Serviços (ISS)O Impostômetro, painel eletrônico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizado na rua Boa Vista, no Centro de São Paulo, mostrou que o País recolheu neste ano até a terça-feira, dia 13 de setembro, R$ 1 trilhão em impostos (http://www.impostometro.org.br/). 
                             Os dados da GS&MD e do Euromonitor mostram que do total das despesas dos brasileiros com seus animais de estimação 65% é com ração, 20% com serviços, 9% com acessórios e equipamentos e 6% com medicamentos. O estudo considerou um universo de 35 milhões de cães no Brasil, 18 milhões de gatos e 25 milhões de peixes de aquário. Nós, donos de cães, gatos e peixes, devemos entrar na campanha do apitaço contra os altíssimos impostos no País. O pior de tudo é que pagamos impostos e não recebemos nenhuma contrapartida dos governos. Nem a vacina obrigatória contra a raiva está sendo oferecida corretamente aos animais.
              
                         Forte abraço,
                         Pela redução dos impostos no Brasil,
                         Ricardo Osman

domingo, 11 de setembro de 2011

Nós vamos invadir sua praia! Projeto da FMU monta clínica veterinária por um dia em Bertioga, no litoral de São Paulo.

A clínica para atendimento aos animais
organizada a céu aberto no litoral paulista/Foto Ricardo Osman
                                                    

              "Daqui do morro dá pra ver tão legal
              O que acontece aí no seu litoral
              Nós gostamos de tudo, nós queremos é mais
              Do alto da cidade até a beira do cais
              Mais do que um bom bronzeado
             

             Nós queremos estar do seu lado


             ... Mistura sua laia
             Ou foge da raia
             Sai da tocaia
             Pula na baia
            

             Agora nós vamos invadir sua praia"  (Grupo Ultraje a Rigor)


             Na manhã do sábado dia 10 de setembro, estudantes de Medicina Veterinária da FMU partiram de São Paulo em dois ônibus repletos e desembarcaram no Centro do município de Bertioga, para, ao lado da população, dar início a nova fase do projeto Médico Veterinário da Saúde da Família. A música do grupo Ultraje a Rigor ilustra bem a nova etapa do programa feito em parceria entre o Centro Universitário FMU e a prefeitura local, e coordenado pelo professor Carlos Augusto Donini. Os estudantes invadiram a praia para fazer entrevistas de porta em porta com as famílias, falar sobre doenças e convidar a comunidade a levar seus cães e gatos para exames clínicos, de fezes e de sangue gratuitos no atendimento veterinário de um dia montado, com tendas, em terreno da avenida Anchieta.  
Cachorrinho no exame clínico
A população e seus animais são os protagonistas do sucesso testemunhado no sábado. A comunidade não perdeu a oportunidade de mostrar o carinho que tem por seus pets. As crianças surpreenderam – mais uma vez – os adultos: elas apareceram com seus bichinhos no local. Foi realizada uma quantidade expressiva de atendimentos e recolhido material para pesquisa. Assim que tivermos os números oficiais deste dia eles serão divulgados. Esta foi apenas uma etapa de programa maior que terá novas atividades nas próximas semanas.

Equipes de estudantes foram às ruas convidar os moradores para o atendimento. Ao receber os estudantes em sua porta, Rosana Fátima Lima e Silva, que reside na rua Prudente de Moraes, no Centro, aceitou o convite. "A Pandora (cachorra pastora) é integrante da nossa família", disse. "Nunca vi programa parecido em minha vida. É muito interessante, tanto para a saúde das famílias quanto para a saúde dos animais." Em seguida, ela levou Pandora, que estava "com tosse", para ser examinada na clínica.

A estudante convida a moradora
Rosana a levar a cadela
Pandora à clínica. 

A cachorra Pandora,
momentos depois,
 no atendimento.




    

















Hora: 11h30. No portão,
da residência, a moradora
Lúcia  de Fátima dos Santos,
com o gato Charles,
responde questionário
e recebe informações
sobre o programa.


                             
Hora: 12h30. Charles 
no atendimento na clínica



















                    

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UM CASO ESPECIAL: A FAMÍLIA SANTANA.

A moradora Graciela com Maila, doente:
suspeita de leptospirose.

Um dos casos clínicos que mais chamou a atenção de todos foi o da cachorrinha Maila, uma vira-lata, com cerca de dois meses de idade, que foi achada na rua pelo casal Thiago Rocha Santana, de 24 anos, e Graciela da Silva, de 26 anos. Eles têm uma filha, Vitória, e outra cachorrinha, a Mila. Thiago e Graciela souberam do projeto pelo rádio e levaram Maila para o atendimento, porque recentemente perderam um cachorrinho. O fato, declarado na entrevista, preocupou a equipe da FMU. Professores foram mobilizados. O casal mora em casa onde há registro de ratos. Maila foi examinada e tinha a barriga amarelada. Surgiu, então, a suspeita de leptospirose, doença grave provocada por bactéria encontrada na urina de ratos, que é um risco para a família e para a outra cachorrinha. O exame de fezes para vermes deu negativo.

Há tratamento para a leptospirose, mas a doença pode ser transmitida às pessoas. A família recebeu da equipe todas as informações possíveis sobre os cuidados no contato com Maila. O assunto foi levado ao professor Donini e chegou ao secretário municipal de Saúde de Bertioga, Manoel Prieto Alvarez, que estava no local.
A família completa: Thiago Santana (à esq.),
a mulher Graciela (com Maila no colo)
 e a filha Vitória (de vestido rosa
com a cadela Mila).

A família foi orientada a levar a cachorrinha imediatamente para clínica veterinária da cidade para exames mais sofisticados e, no caso de definição do diagnóstico de leptospirose, a realização do tratamento. "Estou preocupado com todos, e há criança na casa. Vamos acompanhar o caso", disse Alvarez.
Para este blog, o episódio ilustra o quanto a saúde dos animais de estimação está cada vez mais relacionada com a saúde da família. É exatamente essa visão que justitifica iniciativas como a do programa Médico Veterinário da Saúde da Família.  

    
PRESENÇA BEM-VINDA: AS CRIANÇAS.
As crianças e os adolescentes compareceram à clínica com seus queridos animais. O projeto chega à nova geração, que aprende assim que os bichinhos precisam de cuidados.

A garotada na clínica

Vitória e seu primeiro cachorro
                                                    


Estudantes colaboram com a campanha de doação de animais
 do Centro de Controle de Zoonoses  (CCZ) de Bertioga.





quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Os heróis de quatro patas do 11 de Setembro


No cenário do atentado de 11 de setembro,
em Nova Iorque,
o cachorro de resgate Trakr/Foto Divulgação
 A cidade de Nova Iorque homenageou na última quinta-feira, dia 8 de setembro, os cachorros que ajudaram na busca de sobreviventes e na procura por corpos nos escombros das Torres Gêmeas, destruídas no atentado de 11 de setembro de 2001.
                 "Naqueles dias terríveis, houve heróis de duas pernas e heróis de quatro patas", disse Robin Ganzert, presidente do grupo de defesa dos Direitos dos Animais, a American Humane Association (AHS), organizadora do ato, conforme relatado no site da entidade e por agências de notícia. Estiveram no evento Whoopi Goldberg,  Victoria Stilwell, Orlando Brown, Tinsley Mortimer e o tenor Daniel Rodriguez
                  Robin lembra que 300 cachorros trabalharam sobre os escombros das Torres Gêmeas. Alguns desses cachorros estão em nossos corações, como o labrador Sirius, que estava no local ao lado policial Daniel Lim e morreu no desmoronamento da primeira das torres. A homenagem em Nova Iorque lembrou a cadela Roselle que foi capaz de guiar seu dono cego na descida de 78 andares do prédio, minutos antes da queda. "Não latiu e nem se queixou uma só vez", disse seu dono Michael Hingson.
                  Vale uma homenagem a todas as vítimas deste atentado terrível e aos cachorros de resgate neste domingo, quando se lembra os 10 anos do atentado.
Para saber mais: http://www.americanhumane.org/

domingo, 4 de setembro de 2011

Programa pioneiro em SP: o "Médico Veterinário da Saúde da Família", uma parceria do centro universitário FMU e a prefeitura de Bertioga.


Estudantes da FMU fazem entrevista na rua Oswaldo Cruz,
no bairro Vicente de Carvalho 2/Foto Ricardo Osman
                                 A faculdade de Medicina Veterinária da FMU e a Secretaria Municipal de Saúde, da prefeitura de Bertioga, cidade do litoral paulista, lançaram, em parceria, programa inédito: o do "Médico Veterinário da Saúde da Família". Sob coordenação do professor Carlos Augusto Donini, 26 estudantes, do 4.º ao 10.º período do curso, estiveram no sábado, dia 3 de setembro, em Bertioga para fazer entrevistas, de casa em casa, na comunidade do bairro Vicente de Carvalho 2. Fomos bem recebidos pela comunidade. Participei do grupo na condição de estudante de Medicina Veterinária (4.º semestre).
                                Segundo os organizadores do programa, o objetivo é fazer pesquisa e cadastro por domicílio, relatando a presença de animais domésticos, e orientar a população em relação a doenças que animais, como os ratos, e insetos, como mosquitos, podem transmitir aos cidadãos. Nesta fase inicial, foi registrada a infestação de locais por mosquitos. O programa é amplo e está apenas começando. Poderá propor discussões na comunidade sobre a necessidade, por exemplo, de castração de cães e gatos, para evitar a superpopulação.
Cachorrinha Suzi,
da moradora Roberta dos Santos.
Constatamos o quanto os animais domésticos, como cães, gatos e até coelhos, como o Florzinha, são integrados às famílias, nessa comunidade carente, e tratados com carinho. A moradora Roseane Luiz Santos, de 25 anos, da rua Oswaldo Cruz, deu para a filha Rebeca o coelhinho Florzinha de presente. O animal estava bem tratado, e em uma gaiola limpa. A jovem Roberta dos Santos Souza, de 15 anos, tem orgulho de sua cadela Suzi, que ela adotou, e Alexandra Melo dos Santos, de 26 anos, mãe de duas crianças e dona do cachorro Beethoven, quis saber se fazia mal dar banho no cachorro com o xampu das crianças. "Eu uso o xampu dos meus filhos", disse ela.

Crianças dão banho no Beethoven
 "Estamos aqui em Bertioga para agregar valor à vigilância epidemiológica do município, à vigilância sanitária e ambiental", disse o professor Donini, na manhã do sábado, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bertioga, onde o grupo de estudante se reuniu para iniciar o trabalho. No CCZ, os estudantes da FMU foram recebidos pela veterinária Maria Mazzucatto, chefe do orgão, que fez uma apresentação dos problemas da região e dos principais desafios a serem vencidos.
                                                                              
Em seguida, um grupo de cinco estudantes seguiu para trabalhar no conceito de Posse Responsável ajudando na doação de cães resgatados pelo CCZ. A maioria dos cães é vira-lata e foi tratada antes de seguir para a feirinha de doação. No sábado, dia 3, dos oito animais resgatados, dois conseguiram um lar. Uma significativa vitória.

O coelho Florzinha, com Roseane
 e a filha Rebeca.

Os demais estudantes seguiram por ruas do bairro Vicente de Carvalho 2. Lá, em duplas, passaram a fazer as entrevistas. Mais de 100 entrevistas foram feitas naquela comunidade, de porta em porta. Alguns pontos merecem destaque: 1) a comunidade recebeu muito bem os estudantes de Medicina Veterinária da FMU e colaborou ao responder as perguntas do questionário e 2) informações básicas sobre controle de ratos e mosquitos, por exemplo, são valiosas. Os moradores ouvem com atenção as explicações sobre as zoonoses. Infelizmente, o esgoto é aberto na rua, o que aumenta os riscos de doenças.
                  O projeto prevê visitas regulares a Bertioga. No sábado, dia 10 de setembro, os estudantes retornarão para continuar o trabalho, nas ruas do Centro.


O professor Carlos Augusto Donini (à esq.) e os estudantes de Medicina Veterinária da FMU, 
 no CCZ de Bertioga/Foto Ricardo Osman
                  
     

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Rinocerontes vão enfeitar a cidade de São Paulo

As esculturas da Rino mania serão vista em SP a partir do dia 20 de setembro/Divulgação
                                             

A cidade de São Paulo vai ganhar 60 esculturas de Rinocerontes a partir do dia 20 de setembro. São trabalhos decorativos, feitos em fibra de vidro, a exemplo das vaquinhas que enfeitaram a cidade nos últimos anos. O projeto é do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), localizado na capital paulista, e foi batizado como "Rino Mania".
O patrocínio é da empresa Duratex, em comemoração aos seus 60 anos. Não poderia ser melhor, o símbolo da Duratex é um rinoceronte. Foram selecionados 75 projetos dos 151 recebidos pelos organizadores.
Arte e educação são os princípios que movem a Rino Mania e por isso estamos divulgando o projeto neste blog, que defende os animais. Esperamos que as crianças e os adolescentes aprendam ao sobre estes mamíferos das savanas africanas, ameaçados pela caça. As esculturas podem mostrar o quando a vida é melhor com eles.

Haverá ainda uma exposição itinerante com 15 esculturas. A exposição irá percorrer 10 municípios que sediam as unidades fabris da Duratex: Agudos, Lençóis Paulista, Itapetininga, Botucatu, Jundiaí, Taquari, São Leopoldo, Uberaba, Estrela do Sul, Cabo de Santo Agostinho e João Pessoa.




Para saber mais: http://www.rinomania.com.br/rinomania/

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Em debate: o Infertile, produto que promete a esterilização química de cães.

Em Santos, fazendo a esterilização química/Foto divulgação
                             O Infertile é um produto utilizado para esterilizar de cães. Foi lançado em São Paulo no ano de 2009. No dia do lançamento, protetores e especialistas no controle da população de cães estiveram presente. Seria o Infertile uma alternativa às castrações convencionais de machos? Na época, porém, muitos presentes ao evento ficaram em dúvida, inclusive eu, sobre a aplicação da injeção com produto químico no saco escrotal dos machos, capaz de encerrar a fertilidade. Não seria o procedimento doloroso para os machos? E qual a garantia de uma esterilização de 100%?
                            A empresa Rhobifarma era nova, o método desconhecido, embora autorizado pelas autoridades da área de saúde. Mas agora surge para enriquecer o debate entre os que defendem o Infertile (como métido prático, rápido e mais barato do que as castrações convencionais) e os que condenam o produto e o método (porque afirmam que somente anestesiado um animal suportaria as injeções), um estudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do campus de Botucatu, no interior de São Paulo. O estudo indica um protocolo de aplicação do Infertile que prevê a aplicação intramuscular de Meloxican ou de Acepromazina, meia hora antes da esterilização. A empresa garante que nos testes realizados não foram encontrados sinais de dor significativa nos animais. A empresa lembra que a agulha é muito fina, a mesma utilizada pelos diabéticos na aplicação de insulina.
                          Os interessados podem solicitar informações à Rhobifarma e visitar os municípios que estão fazendo campanha de esterilização com o Infertile, visando controlar a população de cães. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o medicamento já é utilizado em mais de 40 prefeituras de 14 Estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. O Infertile acaba de ser aplicado em 85 animais abrigados no Parque Francisco de Assis, em Lavras, Minas Gerais.