Uma caminhada com seu cãozinho por campos e parques pode terminar em pesadelo se faltar a proteção adequada contra os carrapatos. O parasita é atraído pelo calor do corpo e pela pelagem dos caninos e uma vez que se alimente do sangue pode transmitir duas doenças graves: a Erliquiose, provocada por uma bactéria, e a Babesiose, causada por protozoário. A infecção em gatos é mais rara.
As duas doenças são consideradas graves, podem causar o óbito, uma vez que a bactéria Ehrlichia canis e o protozoário Babesia canis são hemoparasitas, portanto a infecção ocorre no sangue.
As doenças causam apatia, falta de apetite, febre e anemia nos animais. No exame laboratorial, o número de plaquetas aparecem em níveis baixos alarmantes, o que ocasiona sangramentos no paciente. O diagnóstico correto exige exames de sorologia para Ehrlichia e Babesia, e até PCR. Na forma crônica da doença, os sintomas muitas vezes demoram meses para aparecer.
A ocorrência da Erliquiose vem aumentando em todo o Brasil devido principalmente a presença do vetor, o carrapato Rhipicephalus sanguineus, conhecido como carrapato "marrom do cão", em áreas rurais e urbanas, afirma Daniel Moura de Aguiar, na tese de doutorado "Aspectos Epidemiológicos da Erliquiose Canina no Brasil", defendida na Universidade de São Paulo (USP), em 2006.
O tratamento é complexo e longo. Na verdade, são dois tratamentos: um a base de antibiótico e outro com antiparasitário injetável. A certeza de cura no caso da Erliquiose não é de 100%, uma vez que a bactéria pode não estar mais na circulação sanguínea, mas abrigar-se no baço.
Neste caso, vale mesmo o ditado: prevenir é melhor do que remediar.
É necessário manter os amigos caninos protegidos contra os carrapatos. Não podemos nem pensar em parar de passear com os cães, pois eles são caminhantes por natureza, e necessitam também do contato com outros da espécie. A solução adequada é o uso regular nos cães de produtos de qualidade contra carrapatos. São produtos disponíveis nas petshops de todo o País: alguns na forma de pipeta com soluções a serem despejadas na pele do dorso, outros na forma de comprimidos mastigáveis e ainda as do tipo coleiras contra carrapato. No entanto, a ação da maioria destes produtos de qualidade é limitada a um mês. Os tutores não podem esquecer a data de renovação da proteção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário