A ave Asa Branca (Patagioenas picazuro) |
No domingo, dia 26 de junho, uma tarde de muita chuva, os vizinhos João e Maria Rita vieram me chamar em casa, na zona sul de São Paulo. Eles encontraram no jardim do prédio, perto do Parque Severo Gomes, um pombo caído e machucado. Segundo o porteiro, a ave bateu em vidro do prédio e tombou no chão atordoada. Os amigos João e Maria Rita estavam determinados a cuidar daquele pombo. Fui lá ver o animal e dar uma força com meus poucos conhecimentos de aves. Percebi machucado no lado direito do peito, no bico. O pé direito não se movia, mas as asas não estavam quebradas. A ave ficou em uma caixa na cozinha. Sua recuperação era incerta, naquele momento. No dia seguinte, mais tranquilos, observamos com cuidado as penas de cor marrom e os olhos contornados por tecido vermelho. A ave comeu fruta. Talvez, não fosse um pombo doméstico, destes que vemos no Centro de São Paulo e do Rio de Janeiro. Fui procurar informações no belíssimo livro "Fauna Silvestre" de São Paulo, editado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (trabalho coordenado por Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães e Marcos Kawall Vasconcellos). E lá na página 185 estava a foto de nosso amigo em um galho de árvore: o pombo resgatado é a ave Asa Branca (nome da espécie é Patagioenas picazuro), um animal considerado da fauna paulistana, que habita uma região extensa do Brasil e é comum no cerrado nordestino. Em São Paulo, pode ser visto no Parque do Ibirapuera. A Asa Branca foi imortalizada na canção de Luiz Gonzaga.
Na asa, a 'faixa' branca, característica da espécie |
Sexta-feira, dia 1.º de julho – A pedido dos amigos deste blog, segue o boletim dos veterinários de animais silvestres sobre o estado de saúde do pombinho: a ave está se recuperando bem, e comendo. Os exames mostraram que tem a clavícula quebrada, hematomas no corpo (peito) e o olho direito inflamado. Os veterinários estão confiantes em sua recuperação.
Reproduzo aqui a letra (original) da canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira:
"Quando oiei a terra ardendo,
Qual fogueira de São João,
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação...
Que braseiro, que fornáia,
Nem um pé de prantação,
Por farta d'água perdi meu gado,
Morreu de sede meu alazão...
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus, Rosinha,
Guarda contigo o meu coração...
Hoje, longe muitas léguas,
Numa triste solidão,
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortá pro meu sertão...
Quando o verde de teus óio
Se espaiá na prantação
Eu te asseguro, num chore não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração..."
Olá....
ResponderExcluirFaz 2 semanas que achei uma pombinha na frente de casa com a asa machucada. Dei agua, comida, remedio......... ela esta bem mais espertinha porém, a asa direita ainda está bem caída e ela tenta voar mas não consegue. Já tentei vários lugares mas ninguem quer saber de pombo. Como vou deixar o bichinho morrer ou deixar em qq lugar como já me aconselharam? Essas pessoas não tem coração? Sinto que ela quer voar, ela tenta bater as asas mas não consegue força para sair do chão.
Pode me ajudar por favor?
Débora-SP Capital