O cachorrinho Bob, da raça Yorkshire, morreu no dia 28 de junho passado dentro de um hotel para pets na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo. Sua morte virou notícia porque a tutora suspeitou que Bob foi vítima do ataque de outro cão, pelos tipos de ferimentos, e registrou Boletim de Ocorrência na delegacia da região. O caso será investigado pela polícia. Em nota, os donos do hotel lamentaram o incidente e se colocaram à disposição da tutora, mas não explicaram o que poderia ter levado Bob ao óbito.
A morte de Bob serve de alerta neste momento de férias escolares, quando as famílias programam viagens e deixam seus pets em hotéis. O setor é carente de profissionalização, e por não ser regulamentado e nem exigir nível de formação, deixa poucos parâmetros aos tutores na hora de escolher o melhor hotelzinho para seu cão ou gato.
Acidentes podem ocorrer em qualquer ramo de atividade, mas é preciso comprovar que foi feito todo treinamento e obtida toda experiência possível para evitá-los.
Afinal, não basta gostar de pets ou se interessar por um mercado aquecido para trabalhar com cães e gatos, hoje integrados às famílias. É preciso saber como garantir bem-estar, segurança e saúde aos hóspedes.
MATILHA _ Em um hotel, por exemplo, o grupo é formado aleatoriamente, não sendo uma matilha com hierarquia definida e laços de amizade. Por isso, qualquer disputa, seja por atenção, seja por um brinquedo ou alimentação, pode levar a uma briga arriscada para os menores. Um dos problemas registrados nos hotéis de pets é o de reunir cães, ou gatos, em espaço nem sempre amplo e supervisionado.
Em relação aos gatos, o problema é ainda mais grave, pois não é possível formar grupos de hóspedes felinos que não se conhecem. Além disso, gatos saltam, escalam árvores, pulam de janelas, e o risco de fuga de um felino é enorme em comparação aos cães.
Já há sites e aplicativos de hospedagens de pets no Brasil, que por meio de interação de quem quer hospedar com quem tem disponível tempo e espaço, acomodam animais em residências familiares. O modelo tem pontos positivos, mas se a família que vai receber seu cão ou seu gato já tiver seus próprios animais de estimação, os riscos persistem.
Um outro ponto que exige atuação de profissionais é o relacionado às doenças infecciosas e a transmissão de ectoparasitas. Os melhores hotéis somente recebem pets vacinados, vermifugados e que façam uso de produtos contra pulgas e carrapatos.
Para ajudar a você, leitor/leitora deste blog, elaboramos um checklist para facilitar a escolha do hotelzinho de seu pet.
CHECKLIST PARA TUTORES DE CÃES:
1) Verifique quantos animais o hotel costuma receber nas férias e se há espaço para separação dos hóspedes por porte ou por temperamento. Se você tem um cão de raça pequena ou sem raça definida de porte pequeno, não é recomendável que fique ao lado de raças fortes e maiores.
2) O hotel devem manter instrutores 24 horas por dia próximos dos animais e, no melhor caso, manter médico veterinário no estabelecimento para qualquer emergência.
3) Os cães costumam ficar ansiosos na ausência dos tutores. Diante disso, questione o hotel sobre quais atividades eles adotam, como passeios ou brincadeiras, por exemplo, para reduzir a ansiedade de separação dos hóspedes.
4) Se seu cão é muito ciumento, ele vai ter dificuldades de conviver em um grupo. É preciso saber neste caso quais serviços o hotel oferece para este tipo de hóspede, que precisa de maior atenção e privacidade.
5) Certifique-se de quais medidas de prevenção a doenças são exigidas pelo hotel. Saiba que o rigor das regras neste caso vem a seu favor. Todos os hóspedes precisam, por exemplo, estar vacinados.
6) Deixe o contato do veterinário particular de seu pet com a turma do hotelzinho.
CHECKLIST PARA TUTORES DE GATOS:
1) Os gatos são animais de temperamento reservado e não gostam de estranhos. Se não puder deixá-los na residência aos cuidados de um profissional ou familiar, é preciso optar por um hotel que garanta privacidade a seu bichano.
2) Certifique-se que o gatinho ficará em uma dependência do hotel totalmente isolada por telas para que não haja risco de fuga. É fundamental que o local tenha janelas, por onde entre luz solar.
3) O gato hóspede costuma ficar tão assustado nos primeiros dias que nem come ou somente come a noite, quando não há movimentação nenhuma no hotelzinho. Verifique o treinamento da equipe do hotel para este tipo de situação, que exige a recuperação do peso assim que o felino estiver mais a vontade.
4) Procure saber se a equipe do hotel tem experiência com a medicina veterinária de felinos ou contatos de clínicas especializadas. Os gatos não são cachorros, e em alguns casos somente médicos especialistas conseguem ajudar.
5) Vale a pena checar quantas caixas de areia estão disponíveis no hotel para os hóspedes. Isso é um ponto fundamental para a higiene e para a saúde dos felinos. A caixa de areia é considerada área de transmissão das doenças infecciosas e de vermes.
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