quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Quer ter filhotes de seu pet? Saiba que a natureza não faz tudo!

   Alguns tutores de cães e gatos, não muitos, sonham em ter filhotes de seus pets em casa. Falam do projeto como se fosse um conto de fadas, e descrevem cenas que poderiam estar no filme Dálmatas, de Walt Disney.

   Donos do macho e da fêmea, ou apenas da fêmea ou apenas do macho, eles buscam nas vizinhanças ou na internet um namorado/namorada para seu bichinho de estimação e combinam o cruzamento. 

   Mas logo a realidade bate à porta. Primeiro, a natureza não faz tudo sozinha como dizem os que defendem a procriação de pets em casa por tutores que não são criadores profissionais. Segundo, os custos financeiros com os exames da mamãe e os cuidados com os filhotes são razoavelmente altos. Terceiro, há imprevistos nos cerca de dois meses de gestação (caninos e felinos) e no parto. Nem tudo sai como o planejado e isso dá trabalho. 

  Neste sentido, pense duas vezes se pretende ter filhotes de seu cachorro e de seu gatinho.

   O drama tem início ainda na gravidez. A consulta com médico veterinário e os resultados dos exames de imagem (de raio-x e Ultrassom) é que devem determinar se está tudo ok e o parto será natural ou por cesariana, principalmente em relação aos cães. Sim, há raças de cães, como o American Bully, em que essa dúvida existe até o último momento.       

  As cadelas de grande porte podem surpreender. Uma Golden Retriever, que atendi, teve 10 filhotes!  

  Nem todos os filhotes sobrevivem ao parto, o que é uma regra já leva à tristeza. 

  O nascimento é momento de grandes e decisivas mudanças no coração (circulação sanguínea), pulmão e sistema imunológico, que depende nos primeiros dias do colostro da mãe. Se algo não estiver certo, será difícil salvar. 

  É verdade que as mamães caninas e felinas fazem o possível nestas horas: dão de mamar, aquecem e limpam o ninho onde estão os bebês. Mas elas ficam também exaustas. O caminho é longo: somente após 13 a 14 dias é que os olhos irão se abrir e as pequenas criaturas começarão a encantar a todos. 

   É uma alegria com curto prazo de validade. Logo os tutores vão saber que não podem receber visitas, principalmente de quem tem cachorro ou gato, por causa das doenças infecciosas. Por no mínimo dois a três meses, é preciso proteger os filhotes que não estão ainda vacinados dos vírus e bactérias espalhados pelo planeta. 

  A primeira vacinação a gente nunca esquece! 

  O calendário é longo e tem seu custo financeiro! A primeira série de vacinas contra doenças como Cinomose, Parvovirose e Coronavírus, no caso do cão, e contra a Rinotraqueíte e Panleucopenia, no caso dos gatos, leva cerca de 60 dias para ficar completa. Depois, precisa tomar a vacina contra raiva, que é obrigatória.  

   Superada essa fase, chega-se à pergunta: o que fazer com os filhotes? E agora? Quem quer e tem condições de cuidar deles com amor?

  Depois de meses ao lados das pequenas criaturas, a maioria dos tutores que conheci não quis se livrar deles; ao contrário, arrumaram um espaço na residência e no coração para todos os filhotes. Quem doou para algum familiar ou conhecido, ficou ligando dias depois para saber se estavam bem, com saúde! Uma preocupação que parece não ter fim.

    "Foi a primeira e a última gestação", disse-me uma cliente.

     

   

   

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