sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Brasil: 10 anos sem registro de raiva em humanos!

    Um vírus, que tem no morcego seu hospedeiro natural, ameaça a vida dos seres humanos há milhares de anos e em todo o mundo. É o vírus da doença raiva, de alta letalidade, que afeta o Sistema Nervoso Central e alcança as pessoas principalmente pela mordida dos cães. 

   Se um cão tem contato com um morcego (positivo para raiva) ao caçar o mamífero voador, por exemplo, ele pode transmitir a doença ao ser humano. Perturbado, apavorado diante de água e incapaz de deglutir, o cão torna-se uma ameaça de uma hora para a outra e fica agressivo.

  A raiva foi ao longo da evolução da Humanidade uma das mais terríveis enfermidades, porque tem em nosso amigo e primeiro animal domesticado um transmissor. No início, a doença era chamada de hidrofobia (os pacientes têm medo de deglutir água).

  A batalha contra a doença, mas não a guerra, começou a ser vencida a a partir das descobertas do francês Louis Pasteur, que desenvolveu  vacina contra esse vírus letal em 1885. 

  No Brasil, o combate para valer começou em 1903, com a inauguração do Instituto Pasteur, em São Paulo, que passou a produzir a vacina antirrábica. A estratégia epidemiológica adotada contra a raiva é de vacinar anualmente quantos cães e gatos forem possíveis, cortando neste ponto a cadeia de transmissão que vem do morcego. Por isso, não há vacinação contra a raiva em massa em pessoas. 

  A estratégia tem dado certo no Brasil e no mundo.

 O Ministério da Saúde acaba de anunciar que o Brasil atingiu o marco de 10 anos sem registros da raiva (transmitida por cães) em humanos! É uma vitória e tanto se considerarmos que países da Ásia vivem epidemia da doença. 

 A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, do governo federal, Mariângela Simão, disse que entregará relatório sobre a conquista à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

 "É um resultado histórico, fruto de campanhas gratuitas de vacinação de cães e gatos, distribuição de vacinas e soros para a população, e dedicação incansável dos profissionais do SUS", disse ela à Agência Brasil.

  No entanto, o Ministério da Saúde se refere apenas aos cães, embora os gatos domésticos e até animais silvestres, como macacos e gambás, possam transmitir a raiva aos humanos.

  Além disso, em cidades como São Paulo a vacinação gratuita em cães e gatos não é mais feita diretamente nas comunidades, como ocorria em todo mês de agosto. Atualmente, o cidadão precisa lembrar da necessidade da vacinação e levar seu pet aos locais indicados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

    

     

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário