terça-feira, 12 de abril de 2011

Congresso de Bem-Estar Animal discute a situação dos cães e dos gatos abandonados e o papel dos bichos nas famílias


Dra. Rita de Cássia, coordenadora do ITEC: cursos especializados/Fotos Ricardo Osman

               O Congresso Internacional de Bem-Estar Animal, realizado na Universidade de São Paulo (USP), no último fim de semana, contou no domingo com debates valiosos. A presidente da Associação Médico Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal (Amvebbea), Dra. Ceres Faraco, falou sobre os cuidados necessários com cães que trabalham em terapias de seres humanos, e recebeu no auditório as doutoras Rosângela Ribeiro, da Sociedade Mundial de Proteção Animal (World Society for the Protection of Animal, sigla é WSPA), e Rita de Cássia Maria Garcia, do Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC) de São Paulo, que falaram sobre os animais abandonados.

Dra. Ceres Faraco, presidente da  Amvebbea, e Dr. João Telhado

                           Dra. Rosângela fez uma apresentação sobre a situação de cães e gatos abandonados no Brasil. São 2,5 milhões de animais que vivem nas ruas do País e 70% dos animais abandonados já tiveram um lar. Os dados do RadarPet de 2009 contabilizam 25 milhões de cães e 7 milhões de gatos _ sendo que 70% são animais de companhia, 16% de guarda e 8% de guarda e companhia. Acrescentei, na hora das perguntas, que estes animais fazem parte da economia formal do País e lembrei que os donos dos bichos pagam muitos impostos (como o ICMS, embutido nos produtos), o que deveria ter uma contrapartida dos governos em serviços.

Auditório cheio no Congresso Internacional
  A Dra. Rita de Cássia falou sobre o curso FOCA, de Formação de Oficiais de Controle Animal, uma revolução que ela introduziu na capacitação dos agentes que capturam e tratam dos animais principalmente nos Centro de Controle de Zoonoses (CZZ) do Brasil.  "O problema do abandono exige das comunidades a solução do problema", disse Rita de Cássia. Métodos de castração e cursos sobre a Posse Responsável são fundamentais neste processo de controle da população dos animais domésticos. Mas isso não é suficiente. "Não adianta pensar fatiado sobre o problema. São preciso equipes multidisciplinares trabalhando nesta área". Ou seja, professores e agentes sociais dos governos devem se unir na tarefa de dar melhor qualidade de vida aos animais, evitar o abandono e trazer bem-estar para os bichos e seus proprietários.

Dra. Rosângela Ribeiro, da WSPA

Dra. Mauro Lantzman, da PUC de São Paulo
Foram inúmeras palestras interessantes, e vou falar delas no decorrer dos próximos dias. Mas destaco também a apresentação do Dr. Mauro Lantzman, veterinário e professor de Psicologia da PUC de São Paulo, especialista em comportamento. "Temos tendência de projetar características pessoais em nossos animais", disse ele na tarde de domingo, dia 10. E deu valiosas dicas de como analisar o bem-estar de um animal em uma família (avaliação física, ambiental, comportamental e psicológica). Ele destacou o comportamento afiliativo de humanos e cães, e da evolução adaptativa das espécies. "É preciso avaliar o ambiente e a dinâmica da família para entender o comportamento do animal", disse ele. "Qual o papel do cachorro em determinada família?".
                       O Dr. João Telhado Pereira, vice-presidente da Amvebbea, encerrou o Congresso Internacional de maneira emocionante. Ele pediu um minuto de silêncio "pelas atrocidades" cometidas por nós seres humanos contra os animais.
Para saber mais:  http://www.itecbr.org/  e  http://www.wspabrasil.org/

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