sábado, 1 de agosto de 2020

O livro a Origem das Espécies ajuda a entender a Pandemia da Covid19

Nesta época de isolamento social devido à Pandemia da Covid19, a leitura do livro de Charles Darwin "A Origem das Espécies e a Seleção Natural", publicado originariamente em 1859, em Londres, é de grande importância, para entendermos o movimento de multiplicação e adaptação presente no mundo animal, vegetal, no reino dos fungos, e até no microuniverso de bactérias e vírus.
  Conforme descreveu Darwin, depois de uma viagem longa no navio Beagle e de décadas de estudos na Inglaterra, os seres vivos (animais vertebrados, invertebrados, e vegetais, os reinos a que se limitou o pesquisador inglês) estão submetidos a uma complexa dinâmica na luta pela sobrevivência no planeta. Enfrentando desafios, o meio ambiente e o clima, a escassez ou abundância de alimentos, as mudanças nas marés e no nível dos lagos, animais e plantas multiplicam-se e têm descendentes com variedades biológicas e de instintos. As variedades estão presentes num grão ou num filhote de mamífero. E os mais adaptados às circunstâncias, também dinâmicas e mutáveis, vão sobreviver e deixar descendentes com a variedade que os favoreceu nesta luta pela sobrevivência. Esta sequência, com o tempo, altera a forma ou os instintos dos herdeiros de tal características que os afasta em comparação direta de seus progenitores, é quando uma nova espécie surge, de um gênero comum.

 

                          Fósseis e o tempo

    Esta é em linhas gerais a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, que se aplica naturalmente ao Homo Sapiens, o Homo sábio, a espécie humana. Insetos, mamíferos, répteis, aves, todos os seres, e plantas e árvores seguem nesta direção, evoluindo e se adaptando, criando novas espécies e levando outras à extinção. Muitos progenitores originais somente são conhecidos por meio de fósseis escavados pelos arqueólogos e naturalistas.  

 A Hereditariedade

   A hereditariedade das variedades é a chave para o entendimento da evolução das espécies. Na época de Charles Darwin, o DNA ainda não era conhecido, mas já haviam estudos sobre os genes e a genética. Somente na década de 1950, cientistas conseguiram mostrar a forma do DNA, em hélice, e confirmar seu relevante papel dentro do núcleo de todas as células, nos cromossomos. Sobretudo, no século passado, foi desfeito o mistério nas células reprodutoras, que têm menos cromossomos, justamente para que haja a união e o complemento entre machos e fêmeas. 

   Charles Darwin não escreveu sobre bactérias ou vírus. Alguns cientistas não consideram os vírus nem como seres vivos, pois precisam de uma célula dos hospedeiros para se reproduzirem. Mas esta é uma longa discussão, e interminável debate. Seja como for, as teorias de Darwin podem ser aplicadas ao universo microscópico das bactérias e vírus. Ao que tudo indica, o vírus da Covid19, pertencente ao gênero Coronavírus, existia naturalmente nos morcegos. Um deles na China conseguiu, por meio de variedade/mutação, e de contato direto com seres humanos, se adaptar a uma nova espécie, o Homo Sapiens.   

Uma obra científica 

  O livro de Charles Darwin causou uma revolução na Ciência Natural. No entanto, é menos pretensioso do que se imagina pois ao falar da evolução das espécies animais e vegetais, Darwin não questiona a origem da vida, nem a existência de Deus. Ao contrário, limita-se a falar da dinâmica lançada pelo Criador. Como observou, e hoje isso é óbvio, o planeta, sua geologia, seus animais, vegetais e fungos estão em movimento, em mudança, em evolução, e não parados e estáticos. O tempo e as circunstâncias alteram os seres vivos. 

 O cientista britânico estudou taxonomia, botânica, biologia, geologia e geografia. Seu livro apresenta excelente revisão de literatura da época sobre a evolução dos seres vivos, e mostra as dúvidas dos cientistas sobre quais mecanismos seriam essenciais na evolução dos seres vivos. A dúvida essencialmente era: a girafa tem pescoço grande porque se esforçou bastante para pegar folhas no alto da árvore, o pescoço cresceu e deixou esta característica para seu filhote pela lei da hereditariedade; ou um filhote de girafa, pela lei da variedade, nasceu e cresceu com um pescoço maior, conseguiu pegar as folhas mais altas, se alimentar melhor, deixou inúmeros descendentes com pescoços maiores, e em nova seleção, os de pescoço menores desapareceram e os mais adaptados sobreviveram e deixaram descendentes? A resposta de Darwin está no último exemplo. A variedade, de causa não específica, mas ocorrida na junção dos DNAs de pai e mãe, alterou um filhote que, depois de muito tempo e diversos ciclos reprodutivos, gerou uma nova espécie. 

O cientista britânico reconhece na edição de 1859 que muitos pontos são ignorados, e prevê que somente novas pesquisas futuras irão esclarecer exatamente a questão dos genes e da hereditariedade. Deixa claro, os limites da Ciência, ele afirma, por exemplo e claramente, ser o olho um orgão complexo e não saber como o nervo óptico transforma luz em imagens no cérebro e nem por que flores são consideradas belas por pássaros e insetos, e algumas cores mais atraentes do que outras.

O livro de Darwin é uma apresentação detalhada à arvore da vida, pois segundo afirma os seres descendem de poucos progenitores comuns, sendo as espécies galhos sobreviventes de uma árvore. Os menos adaptados não deixaram descendentes. Observe-se que Darwin corretamente não fala de "mais fortes", nem "mais fracos", nem "grandes" e nem "pequenos". São os mais adaptados, e nesta vantagem pode estar um delicado e simples beija-flor, enquanto a Preguiça Gigante não deixou descendentes. 

A ameaça da Covid10 traz lições para a humanidade. O respeito a todos os seres e ao planeta. O orgulho humano impede de ver que podemos desaparecer na próxima epidemia se deixar simplismente de ser menos adaptados. Afinal, o Planeta Terra é soberano. 

 


 
   

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