sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Museu da Pessoa abre as portas aos pets

O Museu da Pessoa, um projeto virtual bem-sucedido que reúne relatos de histórias de vida, e é aberto a todos os cidadãos, decidiu recolher também histórias incríveis de tutores e seus cães e gatos.

Os amigos de quatro patas vão ter suas trajetórias relatadas pelos tutores nos pormenores. Os depoimentos serão arquivados, preservados  e estarão disponíveis no site para quaisquer internauta conhecer.

Se um dos objetivos do Museu da Pessoa, fundado em 1991, é o de preservar a memória de vidas comuns, para desta forma reconstruir o mosaico de nossa sociedade, faltava nesta meta os pets!

A porta foi aberta com o atual projeto de parceria entre o Museu e a empresa PremierPet. 

Com inscrições pelo site que terminam nesta segunda-feira, dia 10 de novembro, o Conte Sua História - Pets pretende selecionar 10 depoimentos significativos de experiências humanas com esses animais de estimação.

Com certeza, há histórias surpreendentes e maravilhosas a serem registradas. Sabemos o quanto um gato ou um cachorro são capazes de mudar nossas vidas para melhor, a partir de encontros absolutamente inesperados.  

Essa iniciativa inédita é restrita a tutores da cidade de São Paulo, mas poderá inspirar outros projetos do próprio Museu da Pessoa. 

Afinal, a jornada da Humanidade, dos tempos de nômades até a atual civilização, foi feita tendo ao lado esses amigos animais. 

Para saber mais: https://museudapessoa.org/ 

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Esculturas de pets invadem São Paulo!

 

Projeto Art For Pets/Divulgação 


         Esculturas de cães e gatos coloridas, cada uma delas uma peça exclusiva, de 1,5 metro de comprimento, vão encantar muita gente pelas ruas da cidade de São Paulo a partir de 12 de novembro. 

           Já vimos na metrópole campanha com esculturas de onças e até de corações dos namorados. Mas agora, durante um mês, até meados de dezembro, a nova exposição artística, pública e gratuita, irá homenagear os nossos pets.

         A nova campanha é um alerta à população sobre o abandono de animais domésticos na maior cidade do País, um drama que parece interminável. O projeto busca também incentivar a adoção de cães e gatos por aqueles que desejam adquirir um animal de estimação. 

       Vai ter muita gente querendo levar as peças para casa, o que poderá ser feito no leilão de encerramento da campanha em dezembro.

      Os organizadores do projeto Art For Pets esperam a participação de todos paulistanos. E afirmam que as esculturas espalhadas pelas ruas são "um convite ao olhar, à empatia e à ação. Porque nem todo mundo pode adotar, mas todo mundo pode transformar: compartilhando, doando, educando, castrando e apoiando a causa dos animais."

         Vale ver de perto! 

         Serão como pequenos oásis em meio a vida corrida e agitada da cidade de São Paulo.  

 

Esculturas de cães e gatos/Imagem Divulgação

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Finalmente, o vira-lata Caramelo é astro de filme!

   

O ator Rafael Vitti e o protagonista/Foto divulgação

   Um longa-metragem dedicado ao herói de quatro patas, que dispensa pedigree! O vira-lata Caramelo, um símbolo nacional, é o astro de um filme produzido no Brasil e exibido pela Netflix. Seus encantos, destreza nas ruas e malandragem estão finalmente em exibição. 

   Já vimos filmes sobre dálmatas, inúmeros com pastores alemães, o da Lassie, da raça Rough Collie, e até um dedicado a Marley, um Golden Retriever bagunceiro.

   O filme Caramelo, com o ator Rafael Vitti e o cachorrinho Amendoim, que faz o papel do protagonista, só poderia começar com um filhote largado na rua dentro de uma caixa de papelão.

   Vira-latas não vêm de canis finos e caríssimos. 

   O diretor Diego Freitas consegue desenvolver a história sobre a magia dos cachorrinhos adotados, que mudam a vida de muita gente de forma inesperada.

   No filme, um chef de cozinha encontra Caramelo perambulando por um mercado e logo se tornam parceiros inseparáveis. O ator e o cachorrinho conseguem um entrosamento tão natural que a boa convivência salta evidente na tela.

   Quem escreveu e interpretou conhece bem a realidade dos cães. Eles são capazes de perceber pelo cheiro determinadas doenças dos humanos. O filme fala sobre isso, e há pesquisas científicas que atestam essa capacidade dos caninos domésticos.

   O chef de cozinha tem um diagnóstico de doença grave e partir daí a amizade com Caramelo só aumenta. 

   Há cenas divertidas no restaurante, em uma produção bem acabada, há a turma animada da creche frequentada pelo protagonista de quatro patas e um ou outro momento mais dramático, em que a enfermidade do chef deixa Caramelo em segundo plano.

 Num filme para o grande público, o roteiro incluiu cenas em que o cachorrinho surge mais humanizado do que de fato é a espécie. Humanizado  no sentido de apresentar uma compreensão da realidade e das regras sociais mais próprias das pessoas. 

   Mas isso está em praticamente todos os filmes de Walt Disney e ninguém nunca reclamou. Ou alguém imagina uma Cocker Americana, a Dama, do filme A Dama e o Vagabundo, comendo macarrão fio por fio na cena clássica com o namorado Vagabundo.

    De qualquer forma, em se tratando de cachorros, que têm conosco há milhares de anos uma convivência intensa e positiva, há um mistério, que é a fronteira indefinida muitas vezes entre o que é realidade e o que é ficção. 


    

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Muito obrigado, Jane Goodall.

Jane Goodall e os chimpanzés em Gombe, na Tanzânia/
Foto Divulgação Instituto Jane Goodall


                    Jane Goodall 1934 -2025 


  A britânica Jane Goodall nos mostrou, em anos nas florestas da África, que não somos os únicos no planeta a usar instrumentos para facilitar a sobrevivência e nem originais ao elaborar sons para tornar eficiente a comunicação e a estratégia de uma caçada. 

  Os chipanzés também fazem isso!

   Jane revelou ainda que temos comportamentos parecidos com nossos primos e que, como eles, damos tapinhas nas costas dos amigos, mas estamos dispostos a enfrentar grupos da própria espécie considerados rivais. 

  Vale para o futebol? E a guerra? 

   Jovem autodidata, no início da carreira, entrou nas selvas da Tanzânia, na África, em 1960 para observar o comportamento de grupos de chimpanzés. Estava orientada por renomados cientistas da Inglaterra.

  Mas desenvolveu uma técnica inesperada no trabalho: Jane conseguiu interagir e ser aceita por um grupo desses primatas. 

  Foi um macho idoso, chamado David Greybeard, quem lhe abriu as portas para o misterioso mundo dos macacos.

  No sol, na chuva, desde o amanhecer, lá estava a jovem na floresta, sempre de bermudas, em meio a esses animais fortes e selvagens.

   Não era tarefa fácil e nem isenta de riscos: quando seu filho Grub nasceu, ela e o primeiro marido construíram na varanda da casa na África uma jaula. O menino deveria brincar e comer dentro do recinto, protegido pelas grades.

   Jane descobriu que chimpanzés capturavam bebês de outros primatas e até bebês de tribos humanas para comer. Não viviam só de frutas e sementes. E eram exímios caçadores que conversavam entre si nas investidas contra todo tipo de bicho.

  "Os chimpanzés são muito parecidos conosco", diz Jane em seu livro "My Life With The Chimpanzees" (2010). "Seu sangue e suas respostas às doenças são como as nossas." 

  Ela observou que os chimpanzés são capazes de fazer ferramentas, como finos e compridos gravetos, para capturar cupins em túneis. 

  Eles têm uma infância longa como a dos humanos e podem aprender observando os familiares mais experientes. "A maioria dos animais não humanos não consegue fazer isso. Além disso, os chimpanzés se abraçam e se beijam quando se cumprimentam, como nós."

    Jane festejou a observação de que chimpanzés adotavam filhotes orfãos do grupo, como o caso de Spindle (filhote) e Mel (jovem adulto),  o que reforçou a descrição de que uns cuidam muito bem dos outros.

    No seu livro, ela afirma que tanto chimpanzés e humanos podem ser gentis e amorosos quanto desagradáveis e odiosos. 

  Com os avanços nas pesquisas, Jane frequentou a Cambridge University, e tornou-se PhD em Etologia, e fez pesquisas também com gorilas e orangotangos. Sem medo da aproximação!

    "Eu tenho fé na espécie humana", disse ela, lamentando a crueldade e a violência que fazem parte do cotidiano das sociedades humanas.

   Jane Goodall dizia haver uma distinção fundamental entre humanos e os demais animais.

  O Homo sapiens é o único que ameaça a vida no planeta Terra.

  "Nós não somos inteligentes, se você é inteligente você não destrói seu único lar."

    A cientista faleceu aos 91 anos na quarta-feira, 1º de outubro. 


     

Chimpanzé utilizando ferramenta para caçar cupins/
Foto divulgação Instituto Jane Goodall






Para saber mais:

https://janegoodall.org/


 

      

      

Brasil: 10 anos sem registro de raiva em humanos!

    Um vírus, que tem no morcego seu hospedeiro natural, ameaça a vida dos seres humanos há milhares de anos e em todo o mundo. É o vírus da doença raiva, de alta letalidade, que afeta o Sistema Nervoso Central e alcança as pessoas principalmente pela mordida dos cães. 

   Se um cão tem contato com um morcego (positivo para raiva) ao caçar o mamífero voador, por exemplo, ele pode transmitir a doença ao ser humano. Perturbado, apavorado diante de água e incapaz de deglutir, o cão torna-se uma ameaça de uma hora para a outra e fica agressivo.

  A raiva foi ao longo da evolução da Humanidade uma das mais terríveis enfermidades, porque tem em nosso amigo e primeiro animal domesticado um transmissor. No início, a doença era chamada de hidrofobia (os pacientes têm medo de deglutir água).

  A batalha contra a doença, mas não a guerra, começou a ser vencida a a partir das descobertas do francês Louis Pasteur, que desenvolveu  vacina contra esse vírus letal em 1885. 

  No Brasil, o combate para valer começou em 1903, com a inauguração do Instituto Pasteur, em São Paulo, que passou a produzir a vacina antirrábica. A estratégia epidemiológica adotada contra a raiva é de vacinar anualmente quantos cães e gatos forem possíveis, cortando neste ponto a cadeia de transmissão que vem do morcego. Por isso, não há vacinação contra a raiva em massa em pessoas. 

  A estratégia tem dado certo no Brasil e no mundo.

 O Ministério da Saúde acaba de anunciar que o Brasil atingiu o marco de 10 anos sem registros da raiva (transmitida por cães) em humanos! É uma vitória e tanto se considerarmos que países da Ásia vivem epidemia da doença. 

 A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, do governo federal, Mariângela Simão, disse que entregará relatório sobre a conquista à Organização Mundial da Saúde (OMS). 

 "É um resultado histórico, fruto de campanhas gratuitas de vacinação de cães e gatos, distribuição de vacinas e soros para a população, e dedicação incansável dos profissionais do SUS", disse ela à Agência Brasil.

  No entanto, o Ministério da Saúde se refere apenas aos cães, embora os gatos domésticos e até animais silvestres, como macacos e gambás, possam transmitir a raiva aos humanos.

  Além disso, em cidades como São Paulo a vacinação gratuita em cães e gatos não é mais feita diretamente nas comunidades, como ocorria em todo mês de agosto. Atualmente, o cidadão precisa lembrar da necessidade da vacinação e levar seu pet aos locais indicados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

    

     

    

domingo, 28 de setembro de 2025

Os vilões que ameaçam os pets e toda a família!

  Os tutores de cães e de gatos costumam relaxar com os medicamentos contra pulgas, carrapatos e ácaros. Não é raro perderem a data da renovação dos comprimidos ou das pipetas, ou a validade das coleiras antiparasitas.

  Esse problema, porém, é falta grave: não só para os pets, mas para toda a família, principalmente bebês e crianças, uma vez que pulgas, carrapatos e ácaros transmitem doenças graves para as pessoas!

   Se o seu cachorrinho vai ao parque ou o gatinho curte um passeio na rua, eles podem trazer para casa parasitas ameaçadores sob os pelos! Ninguém vê na hora.

   A pulga causa a dermatite alérgica em pessoas e, se engolida, infecta o ser humano com um verme chamado Dypilidium.

   Além disso, a pulga no gato é responsável por uma doença infecciosa perigosa, a da arranhadura do gato, causada por bactéria que ela transmite. Nunca é demais lembrar que a peste bubônica, que matou milhões de pessoas no século XIV na Europa, foi causada por pulga, no caso pulga mais comum em roedores. 

   Os carrapatos são vilão conhecido. Infectam os pets com bactéria e protozoário que causam hemorragia, febre e pode agravar para o óbito. Os cães e gatos não transmitem diretamente ao humanos, mas o carrapato pode saltar do animal e infectar também as pessoas. Tudo isso, dentro de casa!

   Os ácaros, que estão presentes em todas as casas, tenham ou não pets, causam crises de asma, rinite e a sarna (doença grave na pele). "Quem nunca ouviu a expressão "cachorro sarnento"? Um cão com sarna pode transmitir a doença aos humanos. 

  Os medicamentos modernos conseguem eliminar ácaros de cães e gatos, o que reduz a possibilidade de infecções graves.

    Cuide corretamente de seu pet! Elimine os parasitas. 

  E lembre-se de que é fundamental, sempre que levar seus filhos ao pediatra, dizer ao médico que mantém animais domésticos em casa e descrever como estão de saúde e quais cuidados adota com eles.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Aquecimento global ameaça o bem-estar dos pets!

Mapa do instituto Copernicus/Divulgação

      O aumento da temperatura do planeta acarreta um transtorno específico para os cães e os gatos. Espécies que não suam, eles têm maior risco de estresse térmico.
       Considerados hoje como membros das famílias humanas, os  caninos e felinos domésticos trazem essa diferença em relação a nós, na capacidade de resfriamento do organismo.  
      Os seres humanos e demais primatas têm glândulas sudoríparas por toda a pele o que forma um sistema eficiente de termorregulação. A perda de calor pelo suor é eficaz remédio contra a hipertermia.
     Os cães e os gatos contam basicamente com o ofego (aumento do fluxo respiratório e da evaporação de saliva) e com o contato do corpo  com superfície fria para baixar a temperatura corporal.
      Um dos mais importantes institutos de pesquisa sobre as mudanças climáticas, o Copernicus, da União Europeia, atestou que a temperatura média global no ano de 2024 esteve 1,6 °C acima da referência do período pré-industrial (1850-1900). Portanto, esteve acima do limite previsto no Acordo de Paris, que é de aumento de 1,5°C.
   Boletim recente do Climate Change Service, do Copernicus, informou que, no mês de julho último, os termômetros atingiram marcas  acima da média para o mês (inverno no hemisfério sul e verão no hemisfério norte). Exatos 1,25 grau centígrados (em média) superior a linha de base pré-industrial (1850-1900). 
     A primavera no Brasil tem início no próximo dia 22. É a estação que marca o aumento das temperaturas que seguirão altas por todo o verão.
     Para evitar o estresse térmico dos pets é fundamental garantir para cães e gatos sombras no quintal e locais frescos nos apartamentos. Aumentar a oferta de água e, no caso dos cães, nunca passear nas horas mais quentes do dia.
     Deixar esses animais presos por correntes ou cordas já é crime no Estado de São Paulo. 
      Para essas duas espécies que têm temperatura interna média de 38,5°C (acima portanto da dos humanos), aumento de 1,5°C no ar da superfície do planeta faz muita diferença!  
     

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

São Paulo liberta os cães e os gatos das correntes

  Um dos principais conceitos de Bem-Estar Animal, desenvolvidos principalmente na década de 1960 na Inglaterra, defende que todo ser vivo tem direito a espaço suficiente para exercer seu comportamento natural.
    Demorou, mas a ficha caiu entre os legisladores do Estado de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas sancionou na segunda-feira, 25 de agosto, lei estadual que proíbe manter cães e gatos acorrentados ou presos a cordas, normalmente confinados a espaços pequenos.
      A situação de pets acorrentados é mais comum do que se imagina e pode ser vista nas áreas urbanas e rurais. 
     Em vez de construírem muros ou levantar cercas, e deixar principalmente os cães correrem livremente na área da chácara ou do quintal, alguns tutores optam pelas correntes.
    Os cães não conseguem romper as correntes com os dentes, ao contrário do que podem fazer com cordas e arames. 
    Além do peso do metal sobre o pescoço, os animais precisam arrastar todos os elos para ir tomar água ou para entrar dentro da casinha (abrigo), quando os há no local.
   No caso de ocorrer enchentes, inundações, desmoronamento ou incêndios, eles estão impedidos de tentar escapar do perigo e sobreviver.
    Resta a partir de agora saber como será a fiscalização da nova lei e as punições aos humanos infratores.   
   

domingo, 10 de agosto de 2025

Buldogue Campeiro, a nova raça oficial de cães brasileiros.

  
Divulgação oficial

  Mais uma raça de cães desenvolvida no Brasil foi reconhecida pela Fédération Cynologique Internationale (FCI), com sede na Bélgica. É a Buldogue Campeiro, uma linhagem desenvolvida por criadores no Rio Grande do Sul, a partir dos buldogues originais que chegaram da Europa, para o trabalho no campo.
   O nome já diz muito sobre esse cão: o "bull" vem da língua inglesa que significa "touro", pois os Bulldogs ingleses foram desenvolvidos ainda no século 17 como cães de trabalho, para lidar com o gado nas fazendas  da Grã-Bretanha. O adjetivo "campeiro" ressalta a sua relação com os campos e pampas gaúchos. 
    A Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) informou em nota oficial que a FCI reconheceu no mês passado (julho) o Buldogue Campeiro como uma linhagem bem definida e específica de cães. 
  A raça junta-se a outras três do Brasil já reconhecidas pela Federação Internacional: o Fila Brasileiro, o Terrier Brasileiro e o Rastreador Brasileiro.
  O Campeiro está incluído no Grupo 2 da classificação oficial da cinofilia, que é a dos cães Boiadeiros, Montanheses Suiços, Pinscher, Schnauzer e Molossos. Neste grupo, está ao lado do gigante Fila.
 O Buldogue Campeiro herda dos primos ingleses a coragem diante de touros e vacas, a força dos músculos do maxilar e pescoço mas é um animal maior (chega a 39 kg de peso e a altura dos ombros a meio metro) e está mais adaptado ao trabalho em ambiente rústico. 
 

Para saber mais:
https://www.buldoguecampeirobrasileiro.com.br/

https://cbkc.org/racas




   
     

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Ciência atesta a consciência dos bichos

   A Ciência vem confirmando o que tutores que convivem com seus animais já percebem no dia-a-dia: eles só faltam falar, têm consciência do que ocorre a sua volta, exibem diversos sentimentos e são (muito) inteligentes. Podem sentir medo, vivenciar as fases do luto e exaltar-se com um reencontro. 

   Os mamíferos e as aves, certamente, têm capacidade de adotar comportamentos de maneira intencional e de não se deixar guiar apenas pelo instinto. O cérebro dos cães e gatos, por exemplo, têm até o neócortex, a camada mais recente da evolução, estrutura que elabora nos humanos a linguagem e a consciência.

   A frase do filósofo René Descartes, "Penso, logo existo!", pode ter uma adaptação para o universo dos animais não humanos: "Sou bicho, logo penso também!".

  Para exemplificar, melhor recorrer aos cães e gatos, esses nossos íntimos animais domésticos. Logo aprendem seus nomes, e têm consciência de seu papel na família ou comunidade. 

  Não deveriam nunca ser classificados como "irracionais", como estão nos antigos livros escolares e de biologia, que apresentam os humanos como únicos animais "racionais".

   Neste mês de julho de 2025, comemora-se o 13º aniversário da Declaração de Cambridge sobre a "Consciência dos Humanos e dos Animais Não Humanos". 

  O documento elaborado por um grupo de cientistas, e divulgado por essa universidade da Inglaterra, teve o apoio de consagrados como Stephen Hawking, o físico famoso pelos estudos do cosmos e das teorias de surgimento e expansão do Universo.   

    Diz a declaração: "Evidências convergentes indicam que animais não humanos possuem os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos de estados conscientes, juntamente com a capacidade de exibir comportamentos intencionais."

    Em seguida, a Declaração conclui: "Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência."

     Se não somos os únicos, precisamos rever muitas coisas do nosso antropocentrismo.

     Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves, e muitas outras criaturas, como os polvos, também possuem esses substratos neurológicos, afirmam os cientistas.

    Para quem estuda e se dedica à mística em torno de São Francisco de Assis, o santo italiano, nada disso é novidade. Mas é bom ter um Stephen Hawking por perto, do mesmo lado.   


domingo, 13 de julho de 2025

Saiba que seu pet "troca de roupa" duas vezes por ano

     Os cães e os gatos têm a capacidade de adaptar suas pelagens ao verão e ao inverno. É uma espécie de "troca de roupa" de estação. Mas dependendo da raça, da características dos pelos, o fenômeno natural pode ser um inferno para os tutores ou um algo imperceptível dentro de casa.

     Quem já não viu tutores com vassouras nas mãos e aspirador de pó ao lado tentando limpar a residência dos montes de pelos soltos?  

  Na primavera, época das flores e sol agradável, essas espécies costumam alterar a pelagem, tornando-a mais leve e menos espessa, já pensando no verão que virá adiante.  

   No outono, quando os dias começam a ficar mais curtos e frios, os organismos apressam-se em trocar os pelos velhos por novos, a formar uma pelagem densa, adequada para sobreviver ao frio e até a neve da estação seguinte. 

     Isso não ocorre de maneira tão expressiva em todas as raças de cães e de gatos. 

   A troca natural dos pelos, duas vezes por ano, é mais intensa nas raças de regiões de climas mais severos, em animais de dupla pelagem, como os Golden Retrievers e os Huskys, ou em cães e gatos sem raça definida (os vira-latas) que apresentam características genéticas adequada às regiões mais geladas.

   O famoso vira-lata Caramelo, de pelo liso e curto, adaptado aos trópicos, por exemplo, praticamente não tem troca de pelagem para as estações. Há apenas renovação para substituição dos pelos velhos pelos novos.

     Entre as raças de cães que mais lançam pelos soltos pela casa estão o Akita, o Chow Chow, o Bernese, o Labrador e o Pastor Alemão.

     As raças que têm trocas praticamente imperceptíveis são o Cão D'Agua Português, da região do Algarve, o preferido para quem não gosta de pelos pela casa, o Basenji, o Yorkshire e os Dachshund.

     Entre os felinos, as raças Maine Coons, Persa, Ragdolls, Angorá e Siberiano são os que soltam mais pelos, enquanto o Siamês, Bengal e o Burmese têm trocas que não irritam ninguém.

      Junto com os pelos, voam pela casa microorganismos e parasitas para todos os lados, o que pode ser um problema para a saúde dos humanos.

      Naturalmente, que a complexa e sazonal pelagem dessas espécies tem relação direta com a nutrição do animal, do estresse vivido e de problemas hormonais.

   Nem toda queda de pelo é da troca natural, pode ser devido a doenças dermatológicas, parasitárias e a deficiência de vitaminas e minerais na alimentação. 

      O que os tutores podem fazer é escovar seus animais peludos todos os dias durante a troca dos pelos. Isso ajuda!

      Seja como for, nestes tempos de mudanças climáticas, de ondas de calor no outono, e de chuvas intensas na primavera, com estações misturadas, podemos imaginar que os bichos às vezes não sabem qual roupa usar! 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Que frio! Roupinhas de pet não são capricho!

   Nos últimos dias, percebe-se uma corrida em busca de roupinhas para cães e até gatos, peças que andavam desaparecidas das prateleiras das petshop, das feiras de produtos artesanais e dos armários das casas. 

  Depois de um ano muito quente (2024) e um verão de 2025 com recordes de altas temperaturas, a turminha peluda estava andando por aí do jeito que Deus criou!

    Mas neste mês de julho, no início do inverno, um agasalho de pet e um cobertor não é mais capricho ou exagero, e diversos modelos de roupinhas voltaram às prateleiras e aos sites especializados.   

    São Paulo registrou no primeiro dia de julho temperatura ambiente de 11°C de manhã e a tarde; Rio de Janeiro tem baixa de até 16°C e no Sul do País termômetros indicaram menos 10°C em algumas regiões (isso mesmo, 10 graus negativos!).

     Os cães e os gatos têm enorme capacidade de enfrentar o frio e a neve, e menos recursos para enfrentar o calor. Essas duas espécies, por exemplo, não suam, e transpirar como nós humanos é excelente recurso para resfriar o corpo. 

     Entretanto, filhotes e idosos, principalmente, não estão preparados para enfrentar o vento gelado, em locais abertos, ou de permanecer por horas em temperaturas abaixo de 15°C. 

   O conhecido vira-lata Caramelo é um animal dos trópicos, tem pelo liso e curto e é mais suscetível ao frio do que outros cães peludos e bem adaptados às condições geladas, como o Husky Siberiano e o Golden Retriever, escocês. 

    Há raças, como a Chihuahua, que não combinam com o frio. 

   A origem dessa raça está no México, onde foram selecionados os cães mais adaptados ao clima quente, tataravós dos atuais Chihuahuas. Os idosos podem ter problemas de coluna agravados pelo frio de julho! 

    Os cães da raça Whippet, animais de caça, com fina camada de pelos, embora ingleses, igualmente sofrem nos dias gelados e úmidos. 

    Os gatos SRD (Sem Raça Definida) não querem saber de frio de jeito nenhum. São brasileiros! E precisam se abrigar em locais secos e quentes onde permanecem dormindo enquanto chove lá fora e passa a Frente Fria.

   Portanto, tutores de cães e gatos, é até recomendável comprar uma roupinha ou pijama para seu amigo de quatro patas, reforçar o estoque de cobertores e até adquirir um aquecedor para os filhotes e os idosos.

    Todos devem estar abrigados da chuva e protegidos do vento!

    Ter um ambiente quentinho e agradável é fundamental para a SAÚDE de seu pet!

        

   

terça-feira, 24 de junho de 2025

Por que os cães imitam nossos gestos e emoções?

   Cara de um, focinho do outro. Dizer que um cão se assemelha a seu tutor é falar uma verdade! 

  Os cães têm a capacidade de imitar espontaneamente nossos gestos, de copiar a forma como abrimos a porta de casa e de reproduzir automaticamente as nossas emoções, seja a de medo, a de insegurança ou a da alegria.

  Alguns especialistas falam até que eles podem adquirir traços de nossas personalidades. Chegam a ser considerados por alguns cientistas como "super imitadores". 

 Isso explica os vídeos nas redes sociais que mostram animais, principalmente os cães, fazendo exatamente a mesma coisa que seus tutores: se o tutor manca, com a perna engessada, o cão aparece ao lado simulando problema na pata; se a tutora assiste TV no sofá, apoiando a cabeça em um travesseiro, este provavelmente será o apoio do cão e se alguém vive zangado, pode ter um cão mau humorado!

 Os caninos copiam gestos e reproduzem emoções de seus tutores por necessidade de integração ao grupo e para se aproximar ainda mais de seus cuidadores. 

 "Eles se beneficiam da oportunidade de aprender com humanos e são capazes de sincronizar espontaneamente seu comportamento com o de seu cuidador", afirma artigo científico Would dogs copy irrelevant actions from their human caregiver?, publicado em 2018 no PUBMED CENTRAL, da National Library of Medicine. Os autores afirmam que metade dos cães que participaram da pesquisa "replicou uma ação irrelevante realizada por seu tutor."    

  Quanto maior a identificação com o grupo, maiores as chances de harmonia e de sobrevivência.

   Nem tudo, porém, são boas notícias neste mundo do mimetismo: um tutor que durante um passeio, em uma cidade como São Paulo e Rio de Janeiro, teme ser assaltado terá essa apreensão percebida pelo amigo de quatro patas. E há a possibilidade do cão ficar inseguro durantes os passeios.  

   Uma família com laços de dependência pode levar, sem perceber, um cão a desejar companhia permanente. Neste caso, o cão será suscetível à ansiedade de separação e a culpa na hora de deixá-lo em um hotelzinho não é dele. 

  Nem todos os cachorros copiam seus tutores de maneira tão perceptível. Mas um caso não falha: sabe aquele valentão do bairro que diz logo que seu pitbull não aceita desaforo e pode atacar e morder? Pode apostar, o brigão (líder) é o sujeito que segura a guia.

 

PARA LER O ARTIGO DA PUBMED CENTRAL:   

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6276069/#Sec15


terça-feira, 10 de junho de 2025

Evolução da espécie torna o cão mais simpático

    Os primeiros cães adotados por humanos, ainda quando éramos nômades, tinham a função de ser caçadores e protetores do grupo. Essencialmente, eram animais de trabalho que comiam restos de ossos. Isso ocorreu por volta de 15 mil anos atrás, a data da domesticação da espécie.

    O surgimento da espécie Canis familiaris (nome científico do cão) é ainda polêmico: seria uma subespécie do lobo cinzento (Canis lupus) ou teria outra origem, de ascendente desconhecido pela ciência. 

    Menos arredios do que os demais canídeos, os primeiros cães domesticados passam a ter enorme vantagem evolutiva ao nosso lado e dão origem às cerca de 500 raças que conhecemos hoje espalhadas pelo mundo.

    As raças surgem da seleção artificial, aquela promovida pelo ser humano.  

   A evolução das espécies descrita pelo naturalista inglês Charles Darwin, no século 19, explica o surgimento e a posterior domesticação dos cachorros: a seleção dos mais apto a determinada realidade natural ou humana. 

   São essas a primeira e a segunda grandes fases da evolução do nosso amigo de quatro patas.

   Neste do século 21, cientistas estão anunciando uma terceira fase dessa longa evolução dos Canis familiaris

    Vêm aí os cães afetuosos, ainda mais amigáveis, cães de companhia e de serviço capazes de frequentar os ambientes sociais de seus tutores, público e privado. Essa é a nova adaptação exigida e que deverá transformar física e emocionalmente a espécie, pela seleção dos mais adequados. 

   São cães também capazes de dar suporte emocional e de ajudar humanos em suas dificuldades do cotidiano. Basicamente, animais de vida de interior de casa e apartamento, longe das características originais de vida livre, pastoreio de ovelhas e gado, de mergulhos em lagos congelantes e mares revoltos. 

   De certa forma, é o que ocorre com raças como Labrador e Golden Retrievers, criadas para o auxílio a pescadores e caçadores, e com o pastor de ovelhas, Border Collie. Hoje, são cães em grande parte de companhia, que pisam mais em calçadas e tacos do que em terra, e cuja biologia irá se transformar lentamente para essa nova realidade. 

   Quem revela essa "terceira onda" da evolução dos cães são os especialistas Brian Hare, antropólogo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e a escritora Vanessa Woods, em artigo após consulta a inúmeras pesquisas recentes. 

   "À medida em que o papel que os cães desempenham em nossas vidas muda, de trabalhador para companheiro, mudam o comportamento e sua biologia", afirmam.

    E eles passam a fazer coisas ainda mais inacreditáveis!

   Um exemplo da direção da evolução está também em um vídeo que circula nas redes sociais que mostra um cachorrinho preto ajudando uma criança que aprende a caminhar. 

   Com aparente 1 ano de idade, ela tenta andar sobre um campo de areia, desequilibra aqui e ali, mas o cão a rodeia, de maneira espontânea passa de um lado, de outro, oferecendo o corpo como apoio e tem sucesso.

    Dos primeiros tempos, de quando éramos nômades, até este bebê que caminha com a ajuda do cão, há um salto evolutivo expressivo!  

   Tudo indica que o gene da simpatia do cão já está selecionado para o futuro!


Veja o vídeo: 

https://www.facebook.com/share/r/193jQ5wGBj/




terça-feira, 3 de junho de 2025

O boom do cão de serviço!

    Um cão treinado consegue auxiliar uma pessoa cega no seu cotidiano (é o cão guia) e pode ainda alertar um surdo ou uma surda em relação a avisos sonoros (é o cão ouvinte). Em outros casos, o cão preparado consegue dar suporte a pessoas ansiosas ou que tendem a vivenciar o pânico (é o cão de apoio emocional) e há ainda aqueles caninos indispensáveis aos autistas, por exemplo (é o cão de assistência). 

    Todos são modalidades de cães de serviço, um companheiro que está sendo cada vez mais requisitado no Brasil, e que existe nestas funções mundo afora. 

   No País, não há uma estatística precisa sobre essa demanda, mas ela é perceptível para quem trabalha com animais. Neste mês de junho, por exemplo, ao menos um instituto que desenvolve o treinamento desses cães suspendeu as inscrições de novos solicitantes porque a procura saltou de patamar.  

   O episódio do cão labrador Teddy, um cão de assistência, ocorrido em maio, favoreceu a divulgação deste tipo de trabalho canino. 

   O cão Teddy dá suporte a uma jovem autista, Alice, de 12 anos, mas foi impedido de embarcar com ela no avião da companhia portuguesa TAP, em voo de São Paulo para Lisboa. 

  Barrado na porta de embarque, Teddy ficou no Brasil e Alice seguiu com a família para Portugal. Foi a maior confusão, lógico, e a Justiça concedeu o direito de Teddy seguir em novo voo em direção à Alice. Na hora da segunda tentativa de embarque, o comandante da TAP preferiu cancelar o voo, assumir prejuízo de milhões de reais, a levar o cão de assistência dentro da aeronave, o que é direito de Teddy. Por fim, o governo federal entrou na briga e a TAP voltou atrás. 

  O drama de Teddy e Alice foi parar no Jornal Nacional e ganhou destaque na imprensa. Uma divulgação espontânea e ampla da figura do cão de serviço, e das várias áreas de sua atuação. 

 O País precisa, no entanto, aperfeiçoar a legislação que trata desse assunto e definir os institutos oficiais de treinamento desses cães, além de listar quais certificações são as válidas por aqui e internacionalmente. Afinal, quem atesta que uma pessoa precisa, por exemplo, de um suporte emocional, e ganha o direito de ir a restaurantes e viajar em avião e navios, ao lado de seu cão? 

  Uma parte do assunto é abordada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência e outra está em leis de inclusão. 

    Um segundo ponto, tão importante quanto o primeiro, é o de redigir os Direitos do Cão de Serviço no Brasil.

   As raças mais adotadas para o serviço são a Labrador e a Golden Retriever, mas esses seres obedientes e úteis gostam igualmente de correr, pegar bolinha e nadar. 

   O treinamento de um cão de serviço é árduo e dura em média dois anos. As tarefas impostas aos cães exigem principalmente que eles não se distraiam com o público e que não saiam cheirando tudo pelas ruas e edifícios. Alguns aspectos do comportamento natural são alterados. 

  O bem-estar e a saúde dos cães de serviço devem ser prioridades nas discussões. Um dos princípios de bem-estar diz que um animal deve conseguir expressar seu comportamento natural para ter uma vida saudável. 

  Embora raças já criadas pela seleção artificial para o trabalho (o Labrador ajudava na pesca no mar e o Golden trazia na boca aves abatidas nos lagos da Escócia), esses caninos precisam de horas de descanso, consultas com veterinários e exercícios ao ar livre, por exemplo. 

  O ponto de vista dos caninos deve ser considerado.

  Como diz o ditado, se há parceria, ela deve ser boa para todos!

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Se seu cão vomitar, fique em alerta!

    De dia ou de noite, até de madrugada, é comum o médico veterinário receber no Whatsapp a foto de um vômito de um cão com a pergunta de seu tutor ao lado: "Qual remedinho eu posso dar para ele?"

     O tutor não tem ideia do enigma que está lançando! 

  Decifrar a causa de um vômito de um cão, diante das inúmeras possibilidades de origem, não é tarefa fácil; e ainda pior é indicar um único remedinho que vai resolver um sintoma tão complexo de que há algo errado com o cachorrinho. 

  Vomitar não é doença, porque o vômito é um sintoma! 

  Nem pode ser interrompido a qualquer custo sem se saber antes o que está ocorrendo. Qual a cor? o cheiro? A composição? Quanto tempo ocorreu após a última refeição? Isso é só o começo!

  A causa mais comum é a gastrite, inflamação da mucosa do estômago. Mas as razões da gastrite são várias: vão de um estresse, à intoxicação por medicamento ou plantas, a infecções bacterianas ou ingestão de corpo estranho, uma tampinha de garrafa por exemplo. 

  Vomitar é um recurso complexo do organismo para tentar resolver "um problema" interno. Faz bem tentar se livrar de excesso de ácido gástrico, das toxinas de uma infecção e de sangue (em parte digerido), nos casos mais graves. 

  Tutores e médicos veterinários precisam somar forças para investigar e descobrir o que ocorre de verdade com o cão. O que exige exames de imagem, tempo etc. 

  "Mas é só um vômito", insistem alguns tutores, ansiosos por uma solução rápida.  

  O problema reside justamente aí: vomitar pode ser sinal de coisas graves, gravíssimas, não pode ser rebaixado a sintoma de menor importância! 

  Nos dois casos em que atuei em meados de maio, uma região do estômago chamada piloro estava absolutamente inflamada (revelação feita pelo exame de Ultrasson). O piloro é a região que liga o estômago ao intestino delgado. 

   Portanto, é fácil a conclusão de que se o piloro está severamente inflamado a passagem dos alimentos para o intestino está "estrangulada". 

    Nestes casos, a retenção de alimentos no estômago vai gerar gases e vômito! Se a gastrite levar a uma úlcera, pode haver sangue no vômito, o que é alarmante. 

    São apenas dois exemplos, que exigem mais do que um "remedinho". Sem falar, no risco de desidratação que o ato de vomitar provoca. 

  Uma nutrição saudável e balanceada, e uma vida emocional adequada, com momentos relaxantes no dia, e nível de ansiedade baixo, fazem parte da prevenção do problema. 

   Além disso, fundamental é vigiar o cãozinho para não pôr bobagem na boca. Isso eles fazem e muito! Não podem pegar restos de comida nem em casa e nem na rua, e devem ficar longe de petiscos ultra-processados.

    Ah, sim, importante: esconda todos os remédios da família dentro do armário!

        


       

      

    

terça-feira, 6 de maio de 2025

Um lindo jardim, mas com perigos para os pets!

  

Foto do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox)

 Um colorido jardim doméstico ou em praça pública com Antúrios, Crisântemos amarelos, Comigo-ninguém-pode e as vermelhas Bico-de-papagaio é um banquete para os olhos humanos. E há ainda o esplendor da Cyca Revoluta, o Sagu-de-Jardim. Mas o paraíso termina aí. 

  Esse jardim é terreno perigosíssimo para os cães e gatos, está cheio de elementos tóxicos nas folhas e flores, que causam desconforto gástrico, vômitos, diarreia e podem levar à morte.

 Caninos e felinos têm o hábito ancestral de comer gramas para "limpar" o estômago da acidez excessiva. O problema surge quando, na ausência destas gramíneas, o pet se arrisca ao morder e engolir plantas coloridas e venenosas. 

  Pode anotar: grande parte das plantas ornamentais é tóxica para os pets! 

 Não é incomum que, levados pelo hábito, os cães, principalmente, engulam pedaços da Costela-de-adão, da Azaleia, da Hortênsia ou da Hera do quintal. A depender da quantidade ingerida, o caso pode levar ao coma e à morte do animal. 

   Nos primeiros dias deste mês de maio, jornais noticiaram a morte do cão da raça labrador, o Pudim, de 9 anos de idade, após comer folhas e sementes da Cyca Revoluta em um canteiro de empresa na cidade de São Paulo. 

  Essas plantas ornamentais têm ações tóxicas que provocam vômitos, náuseas, dermatites, distúrbios neurológicos e até cardíacos nos animais. O antúrio, por exemplo, tem como princípio tóxico os cristais de oxalato de cálcio que provocam edema na boca e vômito. 

  O nome da Comigo-ninguém-pode já diz tudo. Planta muito comum em vasos e jardins tem como princípio tóxico cristais de oxalato de cálcio e proteínas tóxicas. A ingestão causa dor no bichinho, inflamação na garganta, vômito e tremor de cabeça.

  As azaleias costumam intoxicar gravemente cães. A ingestão de flores e folhas leva à salivação, lacrimejamento, vômito e diarreia. A ação tóxica se estende aos músculos e pode levar o animal ao coma. Esses são dados científicos presentes no "Manual de Toxicologia Veterinária" de Rosa Maria Barilli Nogueira e Silvia Franco Andrade (Editora ROCA). 

  O atendimento aos casos de cães e gatos intoxicados por plantas ornamentais deve ser feito em clínica ou hospital veterinário! 

  O tratamento exige conhecimento e procedimentos específicos, que levam em conta cada princípio ativo e seus danos no organismo.

  Na hora da emergência, é preciso levar uma foto ou a folha ou flores da planta tóxica para o hospital veterinário. A identificação correta da planta ajuda a equipe médica veterinária a ganhar tempo. 

   O que seu pet precisa, de vez em quando, é de um fresco capim!


Para saber mais: https://sinitox.icict.fiocruz.br/plantas-toxicas


Foto Sinitox/Divulgação 
     

     

   

      

terça-feira, 22 de abril de 2025

RG dos pets: patinhas no lugar das digitais?

 

O símbolo do projeto SinPatinhas do governo federal


    A ideia é boa, até útil, criar uma Carteira de Identidade, um RG, válido em todo o País para cães e gatos. Os caninos e felinos domésticos teriam um número em um cadastro nacional, que poderia ajudar a eles e a seus tutores em algumas ocasiões, e o governo disporia de dados oficiais para adotar medidas na área de saúde pública, dos bichos e dos humanos, e de bem-estar animal.

    Mas uma coisa é um projeto no papel e outra seu sucesso na prática. Ainda mais quando o tal cadastro nacional depende de ação voluntária e individual de cada tutor ou Organização Não-Governamental que cuida de cães e gatos. As pessoas têm o direito de querer saber qual a necessidade e utilidade de tal esforço. 

   O governo federal lançou neste mês de abril o Sistema do Cadastro Nacional de Animais Domésticos (o SinPatinhas), que nasce com a pretensão de reunir dados do Oiapoque ao Chuí sobre os pets. 

   Por meio da conta gov.br, cada tutor pode fazer, se quiser e gratuitamente, a Carteira de Identidade de seu cachorrinho ou gatinho. Basta incluir os dados de seu amigo de quatro patas, clicar no local que diz que as informações são verdadeiras e anexar uma foto. Não há necessidade de imprimir as patinhas como se fossem as digitais (até que seria divertido)!

    Se todo brasileiro e brasileira aderir, há um cadastro nacional, se quase ninguém topar o projeto vai para brejo.

  Na terça-feira, dia 22 de abril, o autor deste blog tentou obter o RG nacional de sua cachorrinha Piah, uma vira-lata encontrada filhote na zona oeste de São Paulo em junho de 2018. 

   Preencher os dados do cadastro foi rápido, em seguida a foto foi anexada, mas logo surgiu o problema. Ao apertar o botão para gerar o RG, nada aconteceu, o sistema empacou. "Sua requisição está sendo processada. Tente novamente", disse o Sinpatinhas na noite do dia 22/04. 

   Na propaganda do governo, a Carteira de Identidade da Piah seria emitida na hora e poderia ser impressa.

   Pode-se atribuir o contratempo aos dias iniciais do projeto, aos ajustes necessários de algo recém-lançado.

   Mas este é o menor dos problemas do SinPatinhas! 

   Com a pretensão (como já dito) de ser um arquivo e um instrumento nacional que poderá orientar as políticas públicas nas áreas de saúde animal e humana, o SinPatinhas precisa de uma adesão total, ou expressiva. 

   A partir dos RGs, o poder público saberia quantos cães e gatos estão em cada cidade, em cada região do País, quantos são ou não castrados, quantos têm microchip etc. 

   Hoje, temos apenas estimativas feitas pelo mercado pet e da população de cães e gatos domiciliados pelo IBGE.

   Os tutores irão ao site gov.br fazer o cadastro de seus cães e gatos? Eles estão cientes das vantagens deste processo? Isso ajuda em uma viagem? Saberão a razão do QR-Code gerado com a Carteira de Identidade?

   Alguns desconfiam sempre dos governos! Já há fake news falando que o objetivo do governo é cadastrar primeiro para cobrar impostos depois. Estão mal informados! Os pets já pagam impostos sobre o consumo das rações e dos serviços, por exemplo. Ou ninguém percebeu que o Leão do Imposto morde o bolso de cada tutor cada vez que paga uma conta do seu pet? 

  

     



domingo, 6 de abril de 2025

Cristo Redentor abraça vira-lata Caramelo!

 

Cristo Redentor com o cachorro vira-lata/Foto divulgação evento 

Uma cena realmente surpreendente e maravilhosa, que se espalhou pelas redes sociais de vários cantos do mundo, neste primeiro fim de semana de abril. 

O Cristo Redentor, monumento do Rio de Janeiro, abraçou carinhosamente um vira-lata caramelo em projeção visual feita no Dia Mundial dos Animais de Rua, comemorado em 4 de abril.

O evento ocorreu na noite da última sexta-feira, quando as luzes uniram a imagem de um simples vira-lata à estátua de concreto de 38 metros de altura, construída no Morro do Corcovado. 

A homenagem foi patrocinada por uma marca de ração para pets com o objetivo de incentivar a adoção de cães e gatos resgatados das ruas. 

A estátua do Cristo Redentor foi inaugurada em 1931 e nos últimos anos tem recebido projeções visuais para todo tipo de (boas) homenagens. O Cristo já ficou até totalmente sem iluminação, no escuro, para chamar a atenção para os problemas climáticos do planeta. 

Mas, ao que se sabe até agora, esta é a primeira vez em que o Cristo reserva seu prestigio para destacar a situação dos cães e gatos de rua.

Há coisas inesperadas na vida, como uma imagem, uma foto, que realmente nos dão esperança da Humanidade! 




segunda-feira, 24 de março de 2025

Um filhote de urso polar é sempre bem-vindo!

     
 

Foto Nur e a mamãe Aurora/Divulgação Aquário de São Paulo


   O Ártico é uma região no norte do planeta formada pelo congelamento das águas do mar. É o habitat natural dos ursos polares, que não são encontrados no polo sul, na Antártica. 

   É sobre o gelo que vivem os ursos brancos, camuflados, alimentando-se das focas. 

   Mas esse habitat está derretendo!  

   No mês passado, foi registrado o menor nível de gelo marinho no Ártico para essa época do ano, e olhem que por lá é inverno! Os dados são do Serviço de Mudanças Climáticas (Climate Change Service) do instituto Copernicus, da União Europeia. 

   A extensão média de gelo marinho registrada em fevereiro deste ano foi de 13,7 milhões de km2, o menor valor para o mês no registro de dados de satélite de 47 anos, 0,8 milhões de km2 (ou cerca de 8%) abaixo da média para o mês de fevereiro. 

    Além disso, o círculo polar ártico inclui países como o Canadá, a Rússia e a Groenlândia onde avança a exploração de petróleo. E a região está sendo cobiçada pelos Estados Unidos para suas operações militares.

    Os ursos polares parecem estar com os anos contados!

    Por isso, hoje, mais do que antes, deve-se celebrar o nascimento de um filhote de urso polar em plena cidade de São Paulo, a fêmea Nur.

    Ela nasceu no final de 2024 em ambiente apropriado, com temperatura de zero graus a 10 graus centígrados, e com o peso de 400 gramas. Mamãe ursa, a Aurora, pesa 263 quilos, e veio de um Zoológico da Rússia. 

    O Aquário de São Paulo, no bairro do Ipiranga, é o responsável por manter os ursos polares e outras espécies de mamíferos e peixes em recintos abertos à visitação do público. Tem o mérito de conseguir, e não é fácil, a reprodução de urso polar em ambiente artificial.

     O Aquário de São Paulo anunciou que estão abertas as visitas à filhote Nur, que está ao lado da mãe no recinto principal dos ursos. 

    É uma chance de conhecer um filhote magnífico.

    Não vale mais dizer que o lugar deles é apenas na natureza! 

    Essa natureza o aquecimento global está evaporando rapidamente e as operações militares poderão por fim de vez. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

Somos todos Lorinho!

  A gente acha que já viu de tudo neste mundo, mas o repertório das agressões aos animais por parte de seres humanos parece interminável.

 Um homem, que se apresentou como um lutador, agrediu com raquetadas (raquetes de mata mosquito) uma pequena e inocente maritaca, que vive solta na Praça Sinésio Martins, no Jardim Esplanada, na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ele alegou que a ave é uma ameaça!

  A luta absolutamente desigual revela qual dos dois seres é o irracional!

 A denúncia foi feita nesta segunda-feira, dia 10 de março, pela jornalista Karen Schmidt por meio das redes sociais. Karen e o marido são frequentadores da praça e amigos da maritaca conhecida como Lorinho.

   Lorinho teve alguns machucados, mas foi socorrido a tempo. 

   Sociável e encantador, essa ave silvestre tem até página no Instagram sobre suas interações com os humanos (Maritaca Livre). Ela é mansinha, chega perto das pessoas, sobe nos ombros dos frequentadores da praça, porque em algum estágio da sua vida teve o a atenção de um ser humano. Normalmente, isso ocorre quando a ave é filhote, e recebe proteção e alimento de alguém.

    Portanto, Lorinho NÃO vê o Homo Sapiens como um predador. Mas é uma exceção, porque para os pássaros todo primata é uma ameaça na natureza ou na cidade. A cor verde das penas, como ensina Charles Darwin, no seu estudo da evolução e adaptação das espécies, é uma camuflagem justamente contra predadores da natureza.  

  Karen não especifica, mas Lorinho, pela mancha vermelha nas asas, deve ser a maritaca Maracanã, da espécie Psittacara leucophthalmus. 

  Essa espécie, vale ressaltar, é de ave da fauna brasileira, que vive sem necessidade de interação com os seres humanos, come sementes e frutas das matas, fazem ninhos nas árvores. Não é bicho doméstico ou domesticável. 

  A exemplo do que ocorre com os papagaios, algumas maritacas podem perder o medo natural dos seres humanos, vocalizar para interagir, e obter carinho e alimento. Mas esse fato não as torna animais de vida doméstica, se acasalarem, seus filhotes estão aptos a viverem livres na natureza selvagem. Adoram o clima tropical e subtropical.

  Diante disso, a legislação brasileira proíbe a caça de maritacas, o comércio e a manutenção em cativeiro.  

  A lei 9.605 de 1998 estende a proteção a todos os animais silvestres, salvo raras exceções autorizadas pelo Ibama. No entanto, as penalidades aos infratores são consideradas brandas pelas organizações de proteção a fauna: de 6 meses a 1 ano de detenção e multa para a caça, por exemplo.

  Os crimes de maus-tratos e abandono de animais domésticos, como os cães e os gatos, têm penas superiores, que podem chegar a 5 anos de detenção (lei Sansão, de 2020).

  O tema é hoje motivo de debates, uma vez que segmentos da sociedade reivindicam penas igualmente altas para crimes contra a fauna.  

   A praça em São José dos Campos é habitat natural de uma maritaca e de outras aves. Mexer com Lorinho, portanto, é mexer com todos nós. A lei é clara! Agressão com raquete é crime!

  Hoje, somos todos Lorinho!