sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Por que devo castrar meu cão e meu gato?

Foto da Prefeitura de São José dos Campos sobre Meu Pet Feliz (Adenir Britto)

  
A prefeitura de São José dos Campos (SP) abriu inscrições nesta semana para a campanha gratuita de castração de cães e gatos dos moradores da cidade. Trata-se da 12º edição da campanha Meu Pet Feliz e um total de mil castrações devem ser realizadas a partir deste mês.

  Na capital do Estado, a prefeitura também incentiva os moradores a castrarem seus pets por meio do Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos. Cada morador da cidade de São Paulo tem direito a inscrever até 10 animais para o procedimento gratuito. Na cidade do Rio de Janeiro, porém, as castrações realizadas pelo poder público estão restritas aos felinos, segundo o site do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), devido à Pandemia da Covid19.   

  As prefeituras têm demonstrado preocupação crescente com o controle de natalidade em cães e gatos para assegurar melhor qualidade de vida dos bichos e reduzir os índices de doenças zoonóticas (aquelas transmitidas pelos animais aos humanos).

  A consciência de que a cirurgia nas fêmeas (a técnica mais usada é a retirada do útero e dos ovários) e nos machos (exclusão dos testículos) é solução definitiva para ninhadas indesejadas já está presente entre os responsáveis pelos animais.

 O que pouca gente sabe são dos benefícios à saúde dos animais que a esterilização cirúrgica proporciona.

 Um dos maiores benefícios das castrações de fêmeas de ambas as espécies é a redução do risco do câncer de mama. Pesquisas internacionais já comprovaram que a retirada dos ovários, e consequentemente dos hormônios reprodutores, é prevenção ao câncer mama.

 A American Veterinary Medical Association (AVMA) defende o procedimento em bases científicas. “Metade de todas as neoplasias mamárias em cães e mais de 85% de todas as neoplasias mamárias em gatos são malignas, e a esterilização de animais de estimação fêmeas antes dos 12 meses de idade reduz esse risco”, informa. “A castração dos machos elimina o risco de câncer testicular”, acrescenta o artigo, disponível no site da AVMA.

 A organização World Animal Protection estima que “99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não desenvolvem a doença” e afirma que, em gatas, a castração reduz as chances de câncer de mama entre 40% a 60%. Importante ressaltar que o câncer de mama maligno, capaz de apresentar metástase no pulmão e fígado, pode ser fatal, gera alto sofrimento, desgaste emocional na família, e o tratamento principal é a excisão de toda a cadeia mamária.

  A retirada dos ovários e útero das fêmeas traz outros benefícios à saúde. Sem o órgão reprodutor, não há o risco de piometra, nome técnico da infecção de útero (mais comum do que se imagina) A World Animal Protection destaca: “As fêmeas não ficam mais vulneráveis a infecções uterinas graves, uma vez que o seu aparelho reprodutor é removido.” Doenças sexualmente transmissíveis, como o Tumor Venéreo Transmissível (TVT), deixam de ser também um risco.

  A literatura científica recomenda que cães e gatos sejam castrados somente após a série de vacinas que tem início aos 2 meses de idade e vão terminar 60 dias depois, ou por volta dos 6 meses de idade. Isso porque os hormônios reprodutores de machos e de fêmeas fazem parte do crescimento e definem características importantes dos animais. A castração precoce pode provocar incontinência urinária nas fêmeas, informa a AVMA. Nos machos, é preciso aguardar que os testículos desçam para o saco escrotal.

  Uma vez castrados, os machos ficam menos agressivos e deixam de urinar por toda a residência, o que reduz conflito com a família humana. Um cão macho com testículos demarca todo o território com xixi na tentativa de atrair uma fêmea da vizinhança. O xixi neste caso é uma espécie de Whatsapp do mundo canino, a principal comunicação com a namorada. Ele não larga seu Whatsapp nem de dia e nem de noite.

 Com os gatos machos, a mesma coisa acontece. Mas há um risco ainda maior: gatos pulam, sobem árvores e muros, saltam obstáculos. Acabam indo para as ruas e nas lutas inevitáveis do acasalamento de felinos podem contrair doenças virais graves, como a Leucemia Viral Felina, ou Felv, e a Imunodeficiência Viral Felina, Fiv, que foi confundida com a Aids humana na década de 1980. Ambas doenças imunológicas não têm cura.  

  Sem o impulso de ir para a rua, é reduzido com o procedimento o risco de atropelamento. As campanhas anunciadas visam sobretudo diminuir o número de filhotes de cães e de gatos abandonados nas avenidas, ruas e parques das cidades brasileiras. 

 Por tudo isso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de São Paulo reforça ser fundamental a realização de projetos educativos junto das campanhas de castração. 


O tutor deve fazer a sua parte:

As campanhas oferecidas pelas prefeituras exigem dos tutores dos animais atenção aos pré-requisitos e ao pós-operatório:

  • 1)   O animal deve estar em jejum de ração e água no dia da cirurgia (de 8 horas a 12 horas, varia conforme cada protocolo)
  • 2)   O animal deve estar saudável, comendo e bebendo normalmente e com fezes com consistência normal
  • 3)   Fêmeas não podem estar no cio, prenhas ou amamentando para entrar em uma campanha
  • 4)   Cães e cadelas precisam usar roupinhas cirúrgicas
  • 5)   Os gatos devem ir em caixa de transporte de felinos domésticos
  • 6)   Os medicamentos prescritos devem ser administrados corretamente. Programa-se para dar atenção ao seu pet.
  • 7)   Mantenha as vacinas de seu pet em dia  

 

 Para mais informações:


Prefeitura de São José dos Campos – Programa Meu Pet Feliz:

https://www.sjc.sp.gov.br/servicos/saude/meu-pet-feliz/

 

Prefeitura de São Paulo – Centro de Controle de Zoonoses:

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/

 

Prefeitura do Rio de Janeiro – Centro de Controle de Zoonoses:

http://www.rio.rj.gov.br/web/vigilanciasanitaria/castracao

 

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