Foto da Prefeitura de São José dos Campos sobre Meu Pet Feliz (Adenir Britto) |
A prefeitura de São José dos Campos (SP) abriu inscrições nesta semana para a campanha gratuita de castração de cães e gatos dos moradores da cidade. Trata-se da 12º edição da campanha Meu Pet Feliz e um total de mil castrações devem ser realizadas a partir deste mês.
Na capital do Estado, a prefeitura também
incentiva os moradores a castrarem seus pets por meio do Programa Permanente de Controle Reprodutivo de
Cães e Gatos. Cada morador da cidade de São Paulo tem direito a inscrever até
10 animais para o procedimento gratuito. Na cidade do Rio de Janeiro, porém, as
castrações realizadas pelo poder público estão restritas aos felinos, segundo o
site do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), devido à Pandemia da Covid19.
As prefeituras têm demonstrado preocupação
crescente com o controle de natalidade em cães e gatos para assegurar melhor qualidade
de vida dos bichos e reduzir os índices de doenças zoonóticas (aquelas
transmitidas pelos animais aos humanos).
A consciência de que a cirurgia nas fêmeas (a
técnica mais usada é a retirada do útero e dos ovários) e nos machos (exclusão dos
testículos) é solução definitiva para ninhadas indesejadas já está presente entre
os responsáveis pelos animais.
O que pouca gente sabe são dos benefícios à
saúde dos animais que a esterilização cirúrgica proporciona.
Um
dos maiores benefícios das castrações de fêmeas de ambas as espécies é a
redução do risco do câncer de mama. Pesquisas internacionais já comprovaram que
a retirada dos ovários, e consequentemente dos hormônios reprodutores, é
prevenção ao câncer mama.
A American Veterinary Medical
Association (AVMA) defende o procedimento em bases científicas. “Metade de
todas as neoplasias mamárias em cães e mais de 85% de todas as neoplasias
mamárias em gatos são malignas, e a esterilização de animais de estimação
fêmeas antes dos 12 meses de idade reduz esse risco”, informa. “A castração dos
machos elimina o risco de câncer testicular”, acrescenta o artigo, disponível no
site da AVMA.
A organização World Animal
Protection estima que “99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não
desenvolvem a doença” e afirma que, em gatas, a castração reduz as chances de
câncer de mama entre 40% a 60%. Importante ressaltar que o câncer de mama
maligno, capaz de apresentar metástase no pulmão e fígado, pode ser fatal, gera
alto sofrimento, desgaste emocional na família, e o tratamento principal é a
excisão de toda a cadeia mamária.
A retirada dos ovários e útero
das fêmeas traz outros benefícios à saúde. Sem o órgão reprodutor, não há o
risco de piometra, nome técnico da infecção de útero (mais comum do que se
imagina) A World Animal Protection destaca: “As fêmeas não ficam mais
vulneráveis a infecções uterinas graves, uma vez que o seu aparelho reprodutor
é removido.” Doenças sexualmente transmissíveis, como o Tumor Venéreo
Transmissível (TVT), deixam de ser também um risco.
A literatura científica recomenda que cães e
gatos sejam castrados somente após a série de vacinas que tem início aos 2
meses de idade e vão terminar 60 dias depois, ou por volta dos 6 meses de
idade. Isso porque os hormônios reprodutores de machos e de fêmeas fazem parte
do crescimento e definem características importantes dos animais. A castração
precoce pode provocar incontinência urinária nas fêmeas, informa a AVMA. Nos
machos, é preciso aguardar que os testículos desçam para o saco escrotal.
Uma vez castrados, os machos ficam
menos agressivos e deixam de urinar por toda a residência, o que reduz conflito
com a família humana. Um cão macho com
testículos demarca todo o território com xixi na tentativa de atrair uma fêmea
da vizinhança. O xixi neste caso é uma espécie de Whatsapp do mundo canino, a
principal comunicação com a namorada. Ele não larga seu Whatsapp nem de dia e
nem de noite.
Com os
gatos machos, a mesma coisa acontece. Mas há um risco ainda maior: gatos pulam,
sobem árvores e muros, saltam obstáculos. Acabam indo para as ruas e nas lutas
inevitáveis do acasalamento de felinos podem contrair doenças virais graves, como
a Leucemia Viral Felina, ou Felv, e a Imunodeficiência Viral Felina, Fiv, que
foi confundida com a Aids humana na década de 1980. Ambas doenças imunológicas não
têm cura.
Sem o impulso de ir para a rua, é reduzido
com o procedimento o risco de atropelamento. As campanhas anunciadas visam sobretudo
diminuir o número de filhotes de cães e de gatos abandonados nas avenidas, ruas
e parques das cidades brasileiras.
Por tudo isso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de São Paulo reforça ser fundamental a realização de projetos educativos junto das campanhas de castração.
O tutor deve fazer a sua parte:
As campanhas oferecidas pelas prefeituras exigem dos tutores dos animais atenção aos pré-requisitos e ao pós-operatório:
- 1) O
animal deve estar em jejum de ração e água no dia da cirurgia (de 8 horas a 12
horas, varia conforme cada protocolo)
- 2) O
animal deve estar saudável, comendo e bebendo normalmente e com fezes com
consistência normal
- 3) Fêmeas
não podem estar no cio, prenhas ou amamentando para entrar em uma campanha
- 4) Cães e
cadelas precisam usar roupinhas cirúrgicas
- 5) Os
gatos devem ir em caixa de transporte de felinos domésticos
- 6) Os
medicamentos prescritos devem ser administrados corretamente. Programa-se para
dar atenção ao seu pet.
- 7) Mantenha as vacinas de seu pet em dia
Prefeitura de São José dos Campos –
Programa Meu Pet Feliz:
https://www.sjc.sp.gov.br/servicos/saude/meu-pet-feliz/
Prefeitura de São Paulo – Centro de
Controle de Zoonoses:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/
Prefeitura do Rio de Janeiro – Centro
de Controle de Zoonoses:
http://www.rio.rj.gov.br/web/vigilanciasanitaria/castracao
Nenhum comentário:
Postar um comentário